Resenha | X-Men : Deus Ama, O Homem Mata

A Grafic Novel” X-Men: Deus Ama, O Homem mata”, foi um grande marco para o cânone dos X-Men, tem todo o que representa a causa mutante, as alusões a nossa realidade, referenciando a militância LGBT nos anos 80 nos Estados Unidos, a luta contra o racismo e etc.

”A trama fala sobre um pastor evangélico , William Stryker , que usa sua influencia na mídia para conduzir uma cruzada contra a minoria mutante, por acreditar que a existência deles não estão nos planos de Deus, sendo eles uma perversão diabólica para atormentar os homens de bem. ”

Como podem notar, o tema é bastante atual ainda, já que vemos alguns pastores fanáticos na mídia brasileira falando barbaridades. Como o oposto desta cruzada maléfica, temos o nosso querido professor Xavier, e seus X-Men, na formação clássica estabelecida por Claremont contando com Ciclope, Colossus, Tempestade, Wolverine, Kitty Pride e Noturno.”X-Men: Deus ama, O Homem mata”, mesmo sendo muito importante para o desenvolvimento dos X-Men, é um arco quase  que desconhecido no Brasil, sendo mais aclamado fora do país.

Nossos queridos heróis tentam de toda maneira despertar a compreensão racional das pessoas, explicando a condição natural do gene mutante. Os conceitos de certo e errado dentro de uma crença são testados até o limite, o que te prende ainda mais na trama. Existe um parte bastante forte na HQ, envolvendo racismo para os mutantes, que faz alusão a nossa realidade. Kitty Pride após se sentir ofendida com palavras racistas ditas na TV, é consolada por uma amiga que é negra que lhe diz: ‘São apenas palavras’’ e Kitty Pride acaba respondendo ‘’ e se tivessem te chamado de crioula ? Você estaria ainda tão tolerante?’’

O auge desta Grafic novel  acontece perto do final, quando o pastor Stryker organiza uma assembleia para convencer o povo e as autoridades da ameaça que podem ser os mutantes, mas acaba num debate com Ciclope. É Justamente aqui que ocorre a cena em que ele aponta para o Noturno e pergunta ‘’ se aquilo pode ser humano?’’

‘’será que os rótulos arbitrários sãos os mais importantes que o modo como vivemos? E o que dizem de nós ,mais importante do que realmente somos feitos? Afinal de contas, quem pode me provar que você não é mutante…. E nós, a verdadeira espécie humana.’’

Scott Summers

Apesar de ser uma leitura de 1982, não poderia estar mais atual com relação ao que vem acontecendo no mundo ,  pois trata de um assunto bem especifico- a transformação das pessoas que usam a religião como uma arma para cometer atos de terrorismo.Para nós que vivemos em um país muito preconceituoso como o Brasil a leitura provoca certamente reflexões.

Marvel  Grafic Novel ( X-Men : God Loves, Man Kills)

Ano: 1982

Roteiro: Chris Claremont

Arte: Brent Anderson

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