Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D – 4ª Temporada

Agents of shield revolucionou as séries da TV aberta que possuem o formato de casos da semana com mais de 20 episódios. A série trouxe uma nova estrutura narrativa, abordando arcos muito bem construídos , como se fossem pequenas temporadas dentro de uma maior. A série já se havia mostrado pioneira a partir da segunda temporada no qual abandonou de vez os famosos casos da semana, na terceira trouxe dois arcos bem desenvolvidos, e nessa quarta nos brindou com nada mais do que três arcos maravilhosos.

Arco: Ghost 

O ”Motorista Fantasma” ou Ghost Rider (Gabriel Luna), chega com toda a sua irá movido pelo espirito da vingança. Daisy (Chloe Bennet) inicialmente fica estatelada pelo que vê , um novo mundo se abriu para a personagem a partir daquele momento. O universo  cinematográfico Marvel abriu portas para o desconhecido.

O livro  Darkhold, O Livro dos Pecados, é a conexão direta com Doutor Estranho. Os fantasmas , que está tudo conectado com o Ghost Rider, e sua origem também. O tio do Robbie, Eli Morrow  tem sua origem alterada,  e Robbie não possui espirito de serial killer , e sim o espirito de vingança.

Infelizmente Agent’s of S.H.I.E.L.D. fez decisões ruins neste quarto ano. Apesar de ter sido muito bom o arco com o ‘Motorista Fantasma” afastou os telespectadores. Dentro do arco de vingança a série terminou criando um mundo sombrio . A proposta de mudar a exibição dos episódios para um horário mais “maduro” não traduziu perfeitamente o que a emissora e os roteiristas planejaram. Com a exceção de algumas cenas graficamente mais fortes com o Robbie Reys e um close na calcinha da Daisy durante os primeiros episódios, não existiu um apelo realmente mais forte para um slot tão arriscado.

O vilão deste arco revela-se ser algo inspirado no vilão dos quadrinhos Homem Molecular, não seria surpresa já que Agent’s of SHIELD, já introduziu o vilão Graviton em sua primeira temporada. O arco envolveu fantasmas nada amigáveis que queria se apossar do Darkhold novamente , e que por sua vez  atraiu a atenção de Robbie Reys, que com Zarathos dentro de si, logo corre atrás de punir e pegar o livro de volta. A conclusão do arco ”Ghost” mesmo sendo competente, foi apressada, deixando aquela pontinha na cabeça de que poderia ter sido melhor. E pelo menos tivemos a participação nada esperada de Johnny Blaze, numa cena muito importante.

Arco: LMD

Os Modelos de Vida Artificiais (MVAS), sempre foram explorados nas historias em quadrinhos da SHIELD, e aqui não poderia ser diferente , os produtores foram espertos ao exploraram nesse segundo arco da série. O arco mais fraco foi este, teve umas boas decaídas, em alguns episódios. O vilão Superior , é o elo fraco desta temporada, apesar do ator interpretado por Zach McGowan, não foi nada memorável. Ao contrario da atriz Mallory Jansen, Aida, que pode ser considerada a melhor vilã do Universo Cinematográfico Marvel até agora, juntando-se ao Ego: O Planeta Vivo, Killgrave, Rei do Crime e Loki.

 As atuações dos atores, como Chloe Bennet,  Ming-Na Wein, e principalmente entre outros , nas sequências de ação ou em até outros quesitos técnicos, que corroboram para criar uma das atmosferas mais pesadas e sufocantes que a série já trouxe até hoje. May teve grande destaque, e sua  réplica androide por sua vez também, o que desencadeou algo muito maior que abriu caminho para o próximo arco.

Arco: Agent’s of Hydra

Inspirado nas historias da Marvel, chamado de What If…. no qual realidades paralelas onde acontecimentos importantes seguiram caminhos diferentes. O arco inicia no final do episodio 15, num gancho que deixou todos os fãs boquiabertos. Agents of HYDRA, integralmente passado dentro do Framework, o mundo virtual quase “estilo Matrix” criado por Radcliffe, mas agora controlado por Aida, que se autonomeou Madame Hydra, uma versão da vilã existente nos quadrinhos da Marvel.

O arco Agents of Hydra, pode ser considerado o melhor história da série até agora, e também toda a temporada. Nos presentou com momentos memoráveis, fanservices, introdução ao Mutiverso Marvel de forma indireta e direta. Conexão mais do que forte com o Universo Cinematográfico Marvel. Os efeitos visuais neste ultimo arco conseguiu superar tudo que a série já mostrou antes, graças a equipe competente da empresa FuseFX.  Neste arco inclusive participações de falecidos personagens, pegam-nos de surpresa, ao mesmo tempo que somem de maneira inesperada.

A Madame Hydra junto ao Fitz ”Mengele” ( sim alusão ao Anjo da Morte, cientista nazista), nomeado ”carinhosamente” pelos fãs, já que o ator Iain De Caestecker, fez um trabalho incrível, como uma versão vilanesca de seu próprio personagem e segundo na cadeia de comando da Hydra. O ultimo arco nos deu  quatro quase-mortes de heróis para o nosso desespero , no ultimo  episódio: Mack, Yo-Yo, Jemma e Talbot. E uma morte de um herói, em um episodio , em um dos momentos mais dramáticos da série.

A série terminou com um gancho que parece abrir caminho para a conexão com o lado cósmico da Marvel na série, para onde todo o universo compartilhado está caminhando e ajudaria a série a encaixar-se com os vindouros filmes Vingadores: Guerra Infinita que e Vingadores 4. Por sua vez a série só volta em janeiro de 2018, deixando esta possibilidade ainda mais forte, já que o filme estreia em maio.

Agent’s of S.H.I.E.L.D. pode ter começado sua quarta temporada de forma não muito surpreendente, ainda que de ruim não foi . Mas, com o tempo e com a tomada de decisão brilhante , em  dividir a temporada em três arcos, a série alcançou o que pode ser considerado seu ápice até aqui, em séries de TV de temporadas de 22 episódios.

Agents of S.H.I.E.L.D-EUA- 2017, Duração: 44 min.

Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell

Direção: Vários

Roteiro: Vários

Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet,Gabriel Luna,  Ming-Na Wein, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, John Hannah, Mallory Jansen, Natalia Cordova-Buckley, Jason O’Mara, Parminder Nagra, Patton Oswalt, Artemis Pebdani, John Pyper-Ferguson, Zach McGowan, Brett Dalton, Manish Dayal, B.J. Britt

Comments are closed.