Crítica | American Horror Story: Murder House (2011)

American Horror Story” é uma série de terror criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk no ano de 2011 (ambos haviam criados com Ian Brennan a série “Glee” em 2009).  A série tem um formato antológico, onde cada temporada conta uma história independente das demais.  A primeira temporada: “American Horror Story: Murder House”, o subtítulo foi dado pelos fãs, era algo que ninguém sabia o que se esperar e foi uma grande surpresa.

Nessa temporada, o espectador acompanha a família Harmon que acabou de se mudar para uma misteriosa casa em Los Angeles, Califórnia. O casal, Vivien e Ben, vivem um relacionamento muito complicado com várias brigas do passado ainda pendentes. Sua filha, Violet, não se enturma com ninguém no colégio e desde o primeiro dia no novo colégio ela já se mete em brigas. Quando eles chegam lá encontram a misteriosa Moira, a governanta da casa. Bem é um psicólogo que tem como um paciente constante o vizinho Tate que apresenta ter alguma obsessão com a sua filha. Tudo isso sem contar com a sua misteriosa vizinha, Constance (que é mãe de Tate), que sempre se intromete nos assuntos da família.

O roteiro dessa temporada é sem dúvida um dos melhores de toda a série. Com tramas bem amarradas e personagens bem desenvolvidos, o espectador mal sente o tempo passar ao longo dos episódios. Dos episódios 6 ao 9, a trama parece um pouco arrastada e os episódios ficam servindo mais como fillers, sem agregar muito a história. Porém o ritmo logo é resgatado e a trama continua a andar normalmente. Os personagens são todos relacionáveis com suas histórias trágicas e todos eles são ajudados pelo grande elenco.

Connie Britton está ótima como Vivien Harmon, personagem a qual vive passando por vários pesares ao longo da temporada e Britton consegue transmitir com maestria toda a dor que ela carrega. Dylan McDermott é outro destaque do elenco com um personagem que certamente causará ódio nos espectadores. Taissa Farmiga e Evan Peters estão sensacionais com os dois possuindo uma boa química em cena, com o personagem de Peters sendo um personagem cheio de problemas psicológicos que faz muitas coisas psicóticas ao logo da temporada. Denis O´Hare está ótimo como Larry transpondo toda a dramaticidade de seu personagem. Frances Conroy está excelente aqui com uma personagem cheia de segredos e o maior destaque sem dúvidas vai para Jessica Lange como Constance. A atriz consegue atrair todos os olhares para si com uma personagem imprevisível e suas cenas contracenando com o resto do elenco, especialmente Frances, são incríveis. Lily Rabe também se destaca como Nora Montgomery. Em todas as temporadas o elenco é algo positivo, mas em nessa temporada ele consegue se sobressair mais ainda.

A estética da temporada é outro fator positivo a se levar em conta. Toda a misteriosa casa é explorada de uma forma impressionante com cada cômodo sendo bem explorado. Os vários assassinatos e incidentes estranhos que ocorrem no lugar são um atrativo para toda a temporada o que faz o espectador temer a nova residência da família Harmon. A maquiagem também acaba sendo um dos destaques principalmente o trabalho feito no personagem Larry.

Os episódios finais são dinâmicos com uma história que prende o espectador. A season finale foi, em partes, decepcionante por desvincular-se um pouco do que havia sido apresentado, mas não é nada grave. O final aberto deixado foi ótimo prometendo algumas surpresas pela frente (vale lembrar que mesmo passado em lugares diferentes, todas as temporadas se passam no mesmo universo).

A primeira temporada conta com várias similaridades ao clássico de Polanksy “O Bebê de Rosemary” tanto em história, como na vizinha intrusiva e o mistério do bebê que vai nascer, ou em algumas nítidas referências, como a cena em que Vivien come carne crua. Casos reais como o da Dália Negra (que já ganhou um filme dirigido por Brian De Palma), o do psicopata Richard Speck e O Massacre de Columbine em 1999 trazem mais verossimilhança aos eventos que acontecem. A abertura da série e de aplaudir, sendo em muitas partes tensa.

“American Horror Story: Murder House” foi um excelente começo para a série. Com uma temporada enigmática que consegue fixar a atenção do espectador. A primeira temporada ganhou vários prêmios e recebeu várias indicações o que contribuiu para o sucesso que a série possui hoje.

Título Original: American Horror Story  (2011)

Direção: Ryan Murphy, Alfonso Gomez-Rejon, Bradley Buecker, David Semel, Michael Uppendahl, Tim Hunter ,Miguel Arteta, John Scott, Michael Lehmann, Bradley Buecker

Roteiro: Ryan Murphy,  Brad Falchuk, Jennifer Salt, James Wong, Tim Minear, Jessica Sharzer

Elenco: Dylan McDermott, Connie Britton, Evan Peters, Taisa Farmiga, Denis O´Hare, Jessica Lange, Kate Mara, Charles S. Dutton, Frances Conroy, Alexandra Breckendrige, Lily Rabe

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