Crítica | Homem de Ferro 2 (2010)

Sequencias são sempre complicadas. São poucos os exemplos de continuações tão boas ou melhores que o filme original. Homem de Ferro 2, infelizmente, não está nessa categoria de sequencia que supera o primeiro filme.  A primeira vista, vemos a pressa para introduzir novos personagens, isso pode parecer um problema, no entanto não é, sendo algo mais profundo dentro do longa.

A Marvel Studios resolveu usar Homem de Ferro 2 como um veículo para seu filme da super equipe Vingadores, transformando a continuação, em última análise, em um trailer super estendido de 124 minutos. No qual vemos muitas menções a iniciativa Vingadores, no qual ganhou easter eggs ao montes, como por exemplo ,o escudo do Capitão América.

Após confessar ao mundo ser o Homem de Ferro, Tony Stark (Robert Downey Jr.) passa a ser alvo do governo dos Estados Unidos, que deseja que ele entregue seu poderoso traje. Com a negativa, o governo passa a desenvolver um novo traje com o maior rival de Stark, Justin Hammer (Sam Rockwell). Jim Rhodes (Don Cheadle), o braço direito de Tony, é colocado no centro deste conflito, o que faz com que assuma a identidade de Máquina de Combate. Paralelamente, Ivan Vanko (Mickey Rourke) cria o alter-ego de Whiplash para se vingar dos atos da família Stark no passado.

Ivan Vanko ( interpretado por Mickey Rourke), uma mescla dos vilões Chicote Negro e Crimson Dynamo que no filme foi o filho do antigo parceiro de negócios de seu pai, o físico russo dissidente Anton Vanko, que colaborou com a criação do primeiro reator arc e passou a tecnologia, ao morrer, para seu filho.

O filme conta novamente com o ótimo desempenho de Robert Downey Jr. como Tony Stark, ora charmoso, ora egoísta, pronto para quebrar o gelo com tiradas cômicas, bastante confortável  na pele do herói. Gwyneth Paltrow como Pepper, continua a dedicada secretária e paixão platônica do herói, mantendo a mesma eficiência do primeiro filme. Don Cheadle que entrou como substituto do ator Terrence Howard , atuou com competência como Rhodes, embora tenha faltado um pouco mais de intensidade em sua interpretação, e um pouco de carisma também. Algo que Terrence mostrou ter em cena.

A direção de Favreau, é mais voltada para os personagens do que na ação. As cenas pirotécnicas são poucas, mas eficientes, com destaque para o ótimo confronto do Homem de Ferro com Ivan Vanko em Mônaco. E a primeira cena de ação da Viúva Negra no universo cinematográfico Marvel, que foi de primeira, e muito bem coreografada.

A história mesmo que coesa e razoavelmente bem construída, se torna um pouco chata, mas sua execução acaba deixando muito a desejar e a panfletagem. O roteirista tropeçou feio , a facilidade e rapidez com que Tony cria um elemento novo e salvador, é um péssimo exemplo de deus ex machina, literalmente introduzido para salvar o filme no último segundo. Algo que tirou qualquer seriedade que o filme tentou criar de certa forma.

Tony Stark criou um novo tipo de celebridade no planeta: os super-heróis, algo que ficou bem explícito no filme. Com muito mais humor, uma ótima trilha sonora e personagens bem desenvolvidos, Homem de Ferro 2  não superou as grandes expectativas que o cercavam na época. Não é o melhor filme de super-heróis já lançado da própria Marvel Studios, alias dentro da fase 1, O Incrível Hulk e Homem de Ferro 2 são os dois mais fracos. Mesmo assim com diversos problemas entretém.

Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, EUA, 2010), Duração: 124 min.

Direção: Jon Favreau

Roteiro: Justin Theroux

Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Mickey Rourke, Samuel L. Jackson, Clark Gregg, John Slattery, Garry Shandling, Paul Bettany, Kate Mara, Jon Favreau.

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