Crítica | Capitão América: O Primeiro Vingador (2011)

Capitão América: O Primeiro Vingador, chegou para fechar a espécie de ”santíssima trindade vingadora”, da Marvel Studios , deixando o caminho pronto para Vingadores. O  grande crossover cinematográfico da fase 1, que foi absolutamente sem precedentes. O Capitão América é herói muitíssimo interessante pela sua origem na Segunda Guerra Mundial, o que da todo um charme todo especial à sua mitologia. Quando a Marvel anunciou que o filme seria de origem, e não se passaria nos tempos atuais, com atualização da guerra para o Afeganistão, e adaptaria com fidelidade, os fãs vibraram.

Steve Rogers com o seu físico patético e um histórico de doenças , o impedem de ser aceito, mas ele não desiste. Seu melhor amigo, James Buchanan Barnes (Sebastian Stan), acabou de se alistar e está partindo para a guerra e, quando eles estão comemorando, o Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci), entreouve o discurso de Rogers sobre sua vontade de ser um soldado e resolve ajudá-lo.

O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely adaptou de maneira bem fiel à história dos quadrinhos e mantiveram uma boa unidade narrativa. E para o alivio do publico, o herói integrante dos Vingadores, recebe um filme que não é um trailer estendido, como foi Homem de Ferro 2, para Os Vingadores. Houve algumas alterações do enredo original dos quadrinhos para adaptar a história as telas. Como Peggy Carter que não está na resistência francesa, mas s no serviço militar norte-americano , mas nada prejudicial e que funciona muito dentro da historia.

Como prometido por Kevin Feige, o presidente da Marvel Studios, o roteiro não exacerba exageradamente o patriotismo americano. Ele é evidente na trama, porém em uma escala muito menor. Tudo isso, para se adequar ao mundo atual, que possui um fortíssimo sentimento antiamericano.

A ambientação na Segunda Guerra permite desdobramentos expandindo o universo da história. O espectador tem a oportunidade de conhecer a genialidade de Mr. Howard Stark, além do histórico das Indústrias Stark.

O ator Hugo Weaving  que interpretou Hugo Weaving se mostra, de longe, o antagonista menos interessante dentre os apresentados nos longas da Marvel Studios, mesmo que seja um ótimo ator, o Caveira acaba sendo unidimensional, visualmente ficou extremamente fiel a versão dos quadrinhos. Mas isso não foi o suficiente para tonar o Caveira Vermelha um vilão memorável. Chris Evans, esteve muito bem no papel, se encaixou muito bem. Dominic Cooper parecia realmente o pai de Tony Stark, o ator foi muito competente, apesar das poucas cenas, esteve muito bem como Howard Stark. Hayley Atwell como Peggy Carter soube dosar elegância, charme, sensualidade, tudo na medida certa, a atriz teve uma química excelente com Chris Evans, algo que não aconteceu com Thor e Jane Foster.

Em determinado ponto da narrativa, quando o Capitão está a frente do Comando Selvagem, a passagem de tempo dá a impressão que tudo ocorre no intervalo de uma semana. Esse defeito se é notado também em Thor. O  romance de Rogers com Peggy Carter fica só no “quase” mesmo e poderia ter sido melhor explorado se a impressão temporal do filme fosse expandida para o intervalo de alguns anos. Tudo isso poderia ter sido resolvido em uma montagem inteligente, mas o diretor Joe Johnston, não conseguiu transpor isso.

Johnston deu um “quê” de Indiana Jones em diversas partes do filme, e logo obviamente, a atmosfera  encantadora te arrebata para dentro da trama. O diretor usou ângulos baixos para enquadramento que fez para o Caveira Vermelha, com o intuito de garantir a superioridade ameaçadora do personagem, e funcionou. O diretor também apostou em um grau de violência acima da média para os filmes inspirados em heróis da Marvel Studios. Steve Rogers é quase uma maquina, mata tudo e a todos que ficarem em seu caminho.

Porém o filme nos ganha, com o seu show visual com sua fantástica  direção de arte de Shelly Johnson. A devastação da guerra é fielmente retratada. Os cenários recebem um toque retrô futurista deliciosamente criativo. Os cenários são grandiloquentes e majestosos, e esbanjando criatividade. O carro do Caveira Vermelha, sendo um dos  melhores que já vi em filmes, tem todo um ar de tecnologia steampunk. Já a trilha sonora composta por Alan Silvestri, mesmo que competente, e trazendo dramaticidade em algumas cenas, não é nada memorável.

Visualmente estupendo e muito inspirado, Capitão América: O Primeiro Vingador peca no ritmo, horas acelerado, horas arrastado, e justamente em algumas fracas cenas de ação, e em alguns tropeços do roteiro. Entretanto, isto não compromete a ótima diversão que o filme oferece. É puro entretenimento,uma essa explosão visual, dinâmica, cheia de aventura e divertida, que deve agradar até os espectadores que não gostam de super-heróis.

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, EUA – 2011), Duração: 124 min.

Direção: John Johnston

Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely

Elenco: Chris Evans, Hayley Atwell, Sebastian Stan, Tommy Lee Jones, Hugo Weaving, Dominic Cooper, Richard Armitage, Stanley Tucci, Samuel L. Jackson, Toby Jones, Bruno Ricci, Neal McDonough, Derek Luke, Kenneth Choi

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