Crítica | Os Vingadores (2012)

Com o sucesso comercial da maioria das investidas da Fase 1 do Universo Cinematográfico da Marvel, chegaria  a hora de provar que o modelo de universo compartilhado poderia dar certo, eis que em 2012 o momento chegou, dando abertura para a próxima Fase e, claro, fazendo história no cinema. Com a compra da Marvel Studios pela Disney, as possibilidades viraram infinitas e a falha com este aqui estava fora de cogitação.

Depois do excepcional Homem de Ferro, dos filmes regulares O Incrível Hulk e Homem de Ferro 2 e dos medianos Thor e Capitão América: O Primeiro Vingador, a dúvida era válida, visto que o estúdio só havia acertado de verdade com um dentre 5 filmes. E ainda se tinha uma duvida maior como equilibrar 6 heróis, e ao mesmo tempo dar coesão em um mesmo filme? Marvel’s The Avengers: Os Vingadores cumpriu tudo o que prometeu.

A trama começa com Nick Fury ( diretor da agência de espionagem S.H.I.E.L.D., chega a um centro de pesquisa remoto durante uma evacuação. O Tesseract, uma fonte de energia de potencial desconhecido, já ativado, abriu um portal através do espaço, do qual o deus nórdico exilado Loki ressurge. Loki leva o Tesseract (Cubo Cósmico) e usa suas habilidades para controlar as mentes de várias pessoas da S.H.I.E.L.D., inclusive o agente Clint Barton e o consultor físico Dr. Erik Selvig, a fim de que eles o ajudem em sua fuga.

Em resposta ao ataque, Fury reativa a Iniciativa Vingadores. A agente Natasha Romanoff é enviada até a Índia para recrutar o Dr. Bruce Banner, enquanto o agente Phil Coulson vai até Tony Stark e pede que ele veja a pesquisa do Dr. Selvig. Fury vai até Steve Rogers com uma missão para recuperar o Tesseract de Loki. Durante seu exílio, Loki encontrou os Chitauri, uma raça alienígena que busca conquistar a Via Láctea com o Tesseract. Em troca do Tesseract, os Chitauri concordam em ajudar Loki a dominar a Terra.

Joss Whedon, foi chamado por Kevin Feige para comandar a megaprodução e é visível como o diretor entende e respeita os personagens. Whedon acerta em cheio o foco. Por se tratar de um filme de heróis se juntando para impedir um Deus Asgardiano de dominar o mundo, ele não perde tempo apostando em dramas ou conflitos existenciais,  parte direto para a diversão, para a interação grupal, para a ação em grande escala.

Tom Hiddleston que brilhou em Thor, retorna como Loki mais a vontade no papel e com toda atitude de vilão prepotente e traiçoeiro que o vilão necessita. Hiddleston recebeu atenção especial do roteiro e direção em alguns momentos que contribuem para torná-lo mais rico em tela.

Robert Downey Jr. trouxe de volta o Tony Stark sarcástico, cínico, prepotente e bem humorado dos dois primeiros filmes e seus diálogos são os melhores. Chris Evans provou que além de ter sido a melhor escolha para o papel, é o Capitão América definitivo, exibindo bem sua pose de líder. Já Chris Hemsworth não tem muito o que fazer, apenas foi bem trabalhado em algumas cenas de ação. Scarlett Johansson mostrou uma Viúva Negra mas humanizada e menos robótica, como em Homem de Ferro 2 se mostrou ser, apresentando várias camadas e temos um vislumbre de seu passado. Jeremy Renner saiu um pouco prejudicado por passar a maior parte do filme do lado de Loki, sendo controlado pelo poder do Cetro, e acabou não tem muito tempo para desenvolver seu Gavião Arqueiro. Mark Ruffalo foi uma grata surpresa, trazendo um Bruce Banner mais calmo e sereno, mas com evidente potencial de descontrole, Instantaneamente relacionável, entregando um trabalho competente.

O roteiro de Joss Whedon e Zak Penn, este colaborando como co-roteirista no argumento, posso dizer tranquilamente que acerta em ser e se assumir simples. É esperto ao dar espaço para cada personagem e contar uma história de heróis que coexistem no mesmo universo tendo que se unir para deter uma ameaça externa que nenhum deles sozinho poderia conter.

A intenção do enredo do filme foi  mostrar a clássica amizade que nasce numa equipe depois dos desentendimentos e, para isso se efetivar, é necessário o grande momento de cooperação, que se dá na Invasão dos Chitauri. E entregar o que foi prometido ao público desde o início da projeção, o momento de catarse nerd total.

A Batalha de Nova York foi algo fora de série e que ainda não foi superado dentro do universo Marvel. Com uma escala impressionante, a sequência soube valorizar os heróis e seus poderes em campo , as lutas são limpas e os planos sequencia longos. Os fez protagonizar momentos inesquecíveis como a reunião do grupo em uma girada horizontal de câmera, durante o ápice criativo da trilha de Alan Silvestri . A direção de fotografia no entanto foi fraca, atmosfera das cenas quase sempre é a mesma, porém a paleta de cores quentes contorna isto tudo.

A Marvel conseguiu a proeza de reunir todos os atores e o diretor e roteirista Joss Whedon para fazer um dos melhores filmes de super-heróis dos últimos tempos. Agradando até mesmo quem nunca leu um quadrinho da Marvel na vida. Os fãs em grande parcela voltaram a ser crianças, vendo algo inédito, e seus heróis sendo retratado como deveriam. Os Vingadores se saíram muito bem na missão de continuar as (fracas, na maioria) histórias dos filmes individuais de seus heróis, mostrando que eles funcionam melhor juntos do que separados.

Os Vingadores: The Avengers (Marvel’s The Avengers, EUA – 2012) Duração: 143 min

Direção: Joss Whedon

Roteiro: Joss Whedon e Zak Penn

Elenco: Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Mark Ruffalo, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Clark Gregg, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Stellan Skarsgard

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