Crítica | Resident Evil: Condenação (2012)

Com o sucesso de Resident Evil : Degeneração entre os fãs da mitologia dos jogos, não foi surpresa quando anunciaram que uma sequência seria feita. Em Condenação, Kamiya e sua equipe de produção otimizaram tecnicamente tudo o que deu certo e o que não deu na animação lançada em 2009.

Na história, Leon S. Kennedy viaja para um pequeno país da Europa Ocidental que está em guerra civil, onde investiga um boato sobre soldados utilizarem armas bio-orgânicas durante a guerra. Ordenado a deixar o país pelo governo americano, ele não acata a decisão e decide continuar no local. Com ajuda de Ada Wong e de dois outros personagens, Leon começa uma incansável busca pela verdade por trás daqueles acontecimentos.

Enviado à fictícia East Slav Republic, parte da extinta União Soviética e atualmente atingida por uma guerra contra rebeldes socialistas, Leon recebe ordens de abandonar a missão e voltar aos Estados Unidos, pois toda a área será neutralizada, tornando o local perigoso demais para civis. Claro que Leon não é um mero civil, e escolhe ignorar as ordens e se enfiar em uma cidade arruinada e recheada de Bio Organic Weapons, as já conhecidas BOWs (Armas Bio-Orgânicas), e ninguém tem certeza sobre quem são os responsáveis por sua soltura, se os rebeldes ou outra facção.

Leon e Chris Redfield são uma dupla que não poderia ser mais perfeita. Leon se firmou ao longo da série de videogames como um personagem de investigação e que trata de situações onde a discrição é necessária, ou seja, Leon é um agente especialista em missões de contenção. Já Chris Redfield ficou incumbido de assunto militares e de segurança, pois é um dos membros mais importantes da BSAA, responsável por combater a proliferação e a venda ilegal de armas biológicas.

A citada cena onde Leon e Ada se encontram é realmente nostálgica, assim como outras ao longo do filme. No qual veio desde Resident Evil 4 e se repete aqui, quase da mesma. Os dois andam em círculos, se encarando, se “estranham”, e o clima de tensão sexual grita na tela. É como sua dança de acasalamento, o mais próximo de uma relação física que os dois tiveram, ou terão.

É notável o avanço na animação dos personagens se pegarmos o filme anterior, ”Degeneração”, os personagens parecem ter mais expressões e em um momento específico em um close no Leon, você consegue até mesmo perceber a angústia dele a segurar a arma. Nesse ponto,” Condenação”se destaca pelo seu investimento nos detalhes faciais dos personagens. Há um cuidado em si com a criação. Ada, por exemplo, está perfeita. Houve uma discreta alteração em suas feições, comparada às Adas de Resident Evil 2 (Capcom, 1998), RE4 e o bem próximo Resident Evil 6 (Capcom, 2012), mas ainda é Ada. Os cabelos parecem reais, fumaça  realistas, fogo, fotografia perfeita, efeitos incríveis. Se há uma ressalva seriam as dobras dos tecidos, não muito críveis apenas.

O verdadeiro vilão é um antigo conhecido, mais precisamente de RE2: Mister X. Tão pavoroso quanto Nemesis, o pior ,  não é apenas um. Desde o momento em que são liberados até a batalha final são monstros que enchem a tela e olhos dos fãs. A batalha final, típica da série quando os monstros recebem um dano severo para, em seguida, ocorrer uma mutação e crescerem ainda mais.

Resident Evil: Condenação é direcionado exclusivamente aos fãs, cheio de fanservices inclusive, e não ao público em geral, diferente da série concebida por Paul Anderson, que se distanciou do original pegando elementos aqui e ali , para abranger para as massas.

Resident Evil: Condenação ( Resident Evil: Damnation-EUA)-2012

Direção: Makoto Kamiya

Roteiro: Shotaro Suga

Produção: Hiroyuki Kobayashi

Elenco: Matthew Mercer, Dave Wittenberg, Wendee Lee, Val Tasso, Robin Sachs, Courtenay Taylor, Salli Saffioti, Michael McConnohie

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