Crítica | Annabelle (2014)

A boneca assombrada Annabelle foi um dos destaques do primeiro Invocação do Mal, roubando todas as cenas no qual aparecia. Ela fez com que todos os olhos virassem para sua cara aterradora (algo que não se via desde Brinquedo Assassino), foi tanto hype gerado pela sua personagem que foi anunciado um filme próprio dela,o primeiro spin off do que atualmente se tornou um universo expandido de James Wan. O que todos não esperavam , que está primeira iniciativa iria ser tão decepcionante.

A história do filme foca no casal Mia e John que estão se preparando para receber seu primeiro filho. Um dia, Mia recebe de John um presente: uma linda boneca. Mas a felicidade do casal não dura muito, já que uma noite um grupo de ocultistas invadem a casa do casal e matam os vizinhos, causando um pânico inimaginável a Mia. E após o nascimento do bebê, coisas estranhas começam acontecer na casa e todas parecem estar ligadas á sinistra boneca, Annabelle.

O primeiro Invocação do Mal foi uma surpresa e tanto. James Wan criou um ótimo filme de terror que agradou a todos. Como consequência , a expectativa estava bem alta para este. O que atrapalha Annabelle não é um único fator, mas vários, porém vamos começar com o principal: a gigantesca previsibilidade do roteiro. Em todo o filme parece estar claro, desde o primeiro ato, de dar o famoso jumpscare (susto repentino).

A história é praticamente inexistente, não há avanço na premissa básica. O que vemos são (intermináveis), 1 hora e 39 minutos de tentativas, reparem bem nessa palavra, de jumpscare. Se pudermos descrever todas as cenas de sustos, todas mesmo, só precisamos de três palavras, musica, boneca, susto ( não necessariamente nesta ordem). A música de Joseph Bishara não deixa o expectador em paz, e serve como uma tentativa de distração para o que está ocorrendo em cena, do que realmente ser efetiva para aumentar a tensão. Em determinados momentos, ela chega a incomodar a paciência do espectador.

Conhecido mais pelo seu trabalho como diretor de fotografia, John R. Leonetti foi escolhido para dirigir o filme e comete notáveis deslizes. Quando o filme consegue construir uma interessante cena e com tensão, a sensação não dura muito tempo e tudo volta para a mesmice: um filme que não sabe para onde quer ir. O ato final é uma confusão visual e isso sem contas os elementos simplesmente somem, como certas crianças no apartamento de Mia. Porém o diretor ainda consegue alguns posicionamentos de câmeras interessantes em poucas cenas, como na do elevador.

Já as atuações do elenco sofrem com a falta de experiencia de Leonetti. O atores parecem deslocados , o que acaba fazendo com que os personagens e seus conflitos fiquem distantes. Annabelle Wallis tenta dar profundidade a personagem, mas em 90% do filme , ela fica com a mesma reação de medo, não convincente. Warner Horton mal aparece no filme e não possui química alguma com Wallis. Alfre Woodard, é até uma atriz competente, colocando algum peso em cenas dramáticas, e ao contrário de todos os outros, sua personagem poderia ter sido bem explorada, mas tem seu background praticamente jogado em tela,além de sofrer um enorme descaso no ato final da produção.

Annabelle acaba sendo total inverso daquilo que se esperava de um spin off de Invocação do Mal. Previsível, e em algumas cenas risível. A boneca Annabelle em poucos minutos conseguiria aterrorizar o público, como na franquia principal, falha em seu filme solo, nas mãos certas de um diretor mais experiente, teríamos um resultado mais satisfatório.

Annabelle (Annabelle- EUA / 2014)

Direção: John R. Leonetti

Roteiro: Gary Dauberman

Elenco: Annabelle Wallis, Ward Horton, Eric Ladin, Alfre Woodard, Tony Amendola.

Duração: 98 minutos

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