Crítica | It: A Coisa (2017)

E após muito tempo de espera, It: A Coisa chega nos cinemas brasileiros e de todo o mundo. Desde o primeiro trailer lançado no começo do ano, a expectativa já era muito alta e foi crescendo cada vez mais. E , devo dizer, que o filme não decepcionou, sendo uma obra aterrorizante e divertidíssima que ultrapassou as  expectativas.

“Bill, if you come with me, you’ll float too…”

A história do filme é focada no garoto Bill Denbourgh, Bill Gago, que está a procura de seu irmão mais novo Georgie que acabou sumindo após uma tempestade. Bill suspeita de que o irmão possa estar no Barrens, mas já fazem mais de meses após o desaparecimento dele e os pais já o encaram como morto. Na escola, as férias de verão acabaram de começar e eles chama os seus melhores amigos, Eddie, Richie e Stan, para ajudá-lo a procurar pelo irmão. Ao mesmo tempo, eles têm que fugir da figura aterrorizadora de Henry Bowers, o que acaba levando eles ao encontro de Beverly, Ben e Mike. Mas o que levou o desaparecimento do Georgie, e de muitas outras crianças, foi algo muito mais perigoso  e assustador do que se poderia imaginar.

Escolher apenas uma cena memorável é uma tarefa muito difícil, mas a cena do Georgie encontrando o Pennywise é uma das melhores. A fotografia, a trilha sonora que nos deixa apreensivos e a violência utilizada criam uma cena marcante. A mão do Pennywise lentamente saindo do bueiro indo em direção ao menino inocente de capa de chuva amarela… a perfeita introdução para um filme como It: A Coisa.

O roteiro escrito a três mãos sabe misturar perfeitamente cenas assustadoras com cenas engraçadas. O filme possui várias cenas engraçadas, principalmente com o personagem Richie Tozier, perfeitamente atuado por Finn Wolfhard cuja carreira está inclinada para crescer cada vez mais. A história consegue abordar todos os dramas que são vivenciados pelos personagens, uns de forma mais satisfatória outros nem tanto. Mas no final, a química do elenco é tão forte que acabamos nos importando com todos os membros do Loser’s Club.

“Ele soca postes de montão e insiste que vê assombração”

O elenco mirim é fantástico. Jaeden Lieberher está ótimo como Bill Gago, Jack Dylan Gesser está sensacional e hilário como Eddie Kasprak, Sophia Lillis é outro destaque incrível do elenco entregando a atuação mais sólida dos jovens. Jeremy Ray Taylor está muito bem como Ben assim como Wyatt Oleff que alia perfeitamente ao seu personagem Stan Uris. Chosen Jacobs tem pouco tempo de tela comparado ao restante, mas está bem como Mike Hanlon.

Se alguém estava em dúvida sobre a capacidade de Bill Skarsgård como o Pennywise, permita-me sana-las agora. Skarsgård está tão bom quanto Tim Curry estava na minissérie de 1990. Sua voz, sua risada, seus gestos e “espasmos” e os seus olhos que nunca olham para o mesmo lugar são aterrorizantes. Bill criou uma figura assustadora, marcante e icônica nas adaptações de Stephen King. Outro antagonista da obra, Henry Bowers, é perfeitamente interpretado por Nicholas Hamilton. Um personagem que é ameaçador, perseguindo de forma intensa as crianças, mas ao mesmo tempo é uma vítima que por conta disso foi manipulado pelo Pennywise(numa cena fantástica).

O diretor Andy Muschietti soube aproveitar todos os elementos do roteiro e criou uma experiência imersiva, com jumpscares que funcionam, mas não se apoia neles para assustar o expectador. O design de produção é outro ponto extremamente positivo, trazendo todas as páginas do livro para a tela grande ao mesmo que mantém sua originalidade. A Casa da Rua Neibolt é um lugar aterrorizante que faz jus a Casa do livro de Stephen King. A obra possui alguns pesares, como uma resolução clichê para o grande problema que a personagem Beverly se encontrou no fim do filme e o CGI que é encontrada em excesso em algumas cenas. Outro fator que pode incomodar, é a facilidade com que encontramos as cenas que foram feitas nas refilmagens onde os atores envelhecem de forma considerável de uma cena para outra (a cena do Richie no quarto de bonecas da Casa da Rua Neibolt).

It: A Coisa é uma das melhores adaptações dos livros de Stephen King e é uma das que mais se assemelha a um livro dele. Divertido, engraçado, com um grande elenco, antagonistas ameaçadores, assustador e tenso, é uma experiência cinematográfica que não pode ser perdida por um fã de filmes de terror, de King e de uma ótima experiência no cinema.

It: A Coisa (It – EUA, 2017)

Direção: Andy Muschietti

Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, Gary Dauberman

Elenco: Jaeden Lieberher, Bill Skarsgård, Jeremy Ray Taylor, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Wyatt Oleff, Chosen Jacobs, Jack Dylan Grazer

Duração: 135 min.

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