Crítica | Thor: Ragnarok (2017)

Dentre todos os super-heróis que conhecemos que compõem Os Vingadores na Marvel Studios, o Thor de Chris Hemsworth sempre foi o mais irregular. Enquanto o Homem de Ferro abriu o caminho para o Universo Cinematográfico Marvel e possui uma trilogia bem sucedida, e o Capitão América foi ganhando uma reinvenção admirável ao longo de seus três filmes, o Deus do Trovão havia tido dois filmes que não causaram impacto significativo no publico. Thor: Ragnarok vem com um promessa, trazer algumas liberdades nunca vistas em outros filmes da Marvel e fazer jus ao personagem pelo menos no seu ultimo filme. E pasmem, o filme está  longe de ser um filme de super-herói convencional e sim um filme de  comédia satírica.

Thor se tornou uma figura mais cômica, algo que já é mostrado nos segundos iniciais do primeiro ato. Graças ao roteiro de Eric Pearson, que surpreende por diálogos que indiretamente quebram a quarta parede e falam com o espectador. Thor é praticamente um bobão, mas o bem-intencionado, e é engraçado vê-lo tentando agir de forma, digamos ”descolada”, mas percebendo o quão ridículo, ele mesmo rindo ou se envergonhando disso. Às vezes a piada pode ser estúpida e até completamente infantil, mas a entrega de Hemsworth a essa nova roupagem merece aplausos, demonstrando sua veia cômica.

Waititi se mostrou mais criativo na condução da cena do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), que aparece durante o primeiro ato para ajudar Thor e Loki na busca por Odin. Através de cortes rápidos, o diretor brinca com a espacialidade ao fazer Stephen Strange e Thor subitamente indo trocando de locações, algo que garante um efeito cômico graças à esta montagem certeira.

Em Saakar o planeta lixão intergaláctico e de batalha de gladiadores alienígenas, reencontramos o querido Hulk de Mark Ruffalo, que atua como o gladiador preferido do Grão Mestre. O fato do Hulk está mais falante e racional mostra-se uma decisão acertada, os fãs  já queriam o ‘’Hulk Inteligente’’ há muito tempo, e ele garante ótimas alfinetadas em Thor, que disputam para saber quem é o Vingador mais forte inclusive.

A Valkiria  interpretada por Tessa Thompson é a personagem destaque do filme, a única da trama com um semblante de construção, e até um arco dramático, que mesmo pequeno é muito válido.  Jeff Goldblum, se mostra magistral com a sua atuação como Grão-Mestre,  um excelente personagem, que quase beirou a unidimensionalidade. Um aspecto  que  pode incomodar e causa estranheza, pois  a vilã de Cate Blanchett, Hela, que precisa ser assustadora para  criar conflito,  medo e tensão na história, solta umas piadas zoando o pessoal,  é frustrante como foi pouco desenvolvida. Mas  Blanchett  sabe ser sublime nos poucos momentos que aparece.

Algumas cenas ficaram sem peso emocional, cenas que deveriam ter um grande significado para os personagens e para nós, acabam sendo interrompidas por uma piada fora de hora. Mas isto provavelmente foi intencional pelo Taika Waititi e provável desleixo, por ser a sua primeira grande produção . Algo notável no filme, é a famosa técnica do Kirby no qual ele desenhava pequenos pontos pretos para representar raios de energia cósmica.  Todas as sequências do tipo trazem uma forte presença de efeitos visuais. Os efeitos em CGI inclusive nas feições de Surtur, Korg e do lobo gigante Fenrir estão bem artificiais, fazendo que o espectador que é mais detalhista nesse aspecto, se sinta incomodado.

Thor: Ragnarok é um filme que não se leva muito a sério e isso é fantástico para alguns e negativo para quem não gosta deste estilo . É um filme sem enrolação, sem crise existencialista, sem protagonista chato sofrendo, e sem cafonice. É um filme de desconstrução de gênero, equivalente a Kingsman: Serviço Secreto, que desconstrói o gênero de filmes de espionagem com muito humor. Só que aqui, Thor é uma desconstrução obviamente de filmes de super-heróis. Não é o melhor filme do Thor, mas definitivamente é o mais divertido da trilogia.

Thor: Ragnarok (EUA/Austrália, 2017)

Direção: Taika Waititi

Roteiro: Eric Pearson, argumento de Christopher Yost, Craig Kyle e Eric Pearson

Elenco: Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Tom Hiddleston, Tessa Thompson, Cate Blanchett, Karl Urban, Jeff Goldblum, Idris Elba, Anthony Hopkins, Benedict Cumberbatch, Taika Waititi, Clancy Brown

Duração: 130 min

6 thoughts on “Crítica | Thor: Ragnarok (2017)

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