Crítica | Liga da Justiça – Com spoilers (2017)

Liga da Justiça é divertido, mas com certeza não saiu do jeito que os fãs gostariam que fosse. Com direção de Zack Snyder, e co-direção de Joss Whedon, que assumiu o filme e refilmou praticamente 60% de todo o longa. A Warner exigiu muitas mudanças significativas.

Já no primeiro ato temos a quebra de um tom que seria mais sombrio. Mostrando o Superman antes de sua morte, até diferente do que vimos, sorridente e já exalando uma energia diferente para as crianças. Um clara montagem de refilmagem, no qual notamos o CGI no rosto de Cavill, que é bem desconcertante. Ben Affleck se mostra mais confortável como Batman, mas com o passar do filme nem isso pode ser salvo.

O roteiro do filme é bem conciso e direto naquilo que ele quer contar, não te lembra em nada Batman vs Superman, que por mais que tenha errado em algumas montagens, foi mais ousado do que este. Tem umas tiradas cômicas no qual o Flash (Ezra Miller) faz,  que não tem graça e outras são muito engraçadas podendo incomodar uns e agradar outros, condiz com o jeito abobalhado do personagem, inspirado talvez no Wally West com toque original.

A parte divertida, ajuda ignorar as partes problemáticas de colapsos de visões de Snyder e Whedon, os caminhos burocráticos e subtramas que Snyder tanto gostava estão ausentes. Algumas coisas até que se casam em cena, como certos diálogos escritos por Joss Whedon e as cenas de ação dirigidas por Zack Snyder.  Analisando mais friamente Cyborg , Superman, e Batman, tem os melhores momentos  no filme. O filme tem 6 cenas de ação dentro do filme, e todas elas são muito legais. Dando destaque a sequencia de flashback envolvendo as Amazonas, Lanternas Verdes alienígenas, Deuses Gregos .E é claro uma cena da Mulher Maravilha (Gal Gadot), no inicio do filme, que está quase perfeita,e  intacta do que foi mostrado em seu filme solo. Tirando alguns nerfes nos poderes e algumas cenas duvidosas e expositivas do seu corpo, uma clara visão de um homem sobre a personagem. Ray Fisher como Ciborgue claramente captura com precisão o tom certo para o herói, que bebe da  essência da versão dos Novos 52.  Jason Momoa  mostra toda sua selvageria gratuita em cena, vista em muitos personagens no já qual interpretou anteriormente. Espero que James Wan não deixe que a persona que Momoa é, seja maior que o personagem Aquaman em seu filme solo, isso seria uma lástima, é algo que precisa ser trabalhado com cuidado.

Os problemas, especialmente no que se refere às Caixas Maternas, que achei são muito aleatórias e jogadas do nada na trama e a ressurreição a toque de caixa do Superman . Graças a uma montagem muito danosa, o vilão se torna genérico em vários aspectos. O Lobo da Estepe (Ciarán Hinds) só se comunica através de frases de efeito bastante repetitivas, e se comporta sempre como um fanático ao interpelar as Caixas Maternas. Mas no geral o Superman está incrível, o ponto alto do filme, é o mais próximo dos quadrinhos/animações. Henry Cavill está sensacional, mesmo que o retorno do personagem pudesse ter sido maior e mais épico, com um fã service que todos queriam aliás, o famigerado traje preto, sua cena de combate contra os heróis foi magnifica, mostrando o quão poderoso é o Superman.

A trilha funciona, porém é bem mais fraca e até esquecível se comparada  as composições interessantes que Hans Zimmer e Junkie XL trouxeram em BvS e Homem de Aço. Ao menos, temos o retorno de trechos dos temas clássicos de Batman e  do Superman, que deveriam ter sido mais longas e não tocadas em segundos, a emoção cresce para depois ir embora rapidamente.

No entanto, gostei do resultado final. Foi um bom filme de união de equipe e de primeira missão, que teria se beneficiado de um vilão com menos CGI e um Superman que não chegasse ao final para salvar todo mundo sozinho, como se  os demais fossem quase inúteis, gosto da grandiosidade de seus poderes, mas Mulher Maravilha e Aquaman poderiam ter ganhado mais destaque na batalha final. Por mais que Barry Allen fosse inexperiente, ele poderia também ter brilhado, nos quadrinhos, já houve ocasiões onde ele esvazia uma cidade no intervalo de tempo da detonação de uma bomba atômica! isso vai ficar nos devendo. Os poderes do flash foram realmente limitados a correr e empurrar! Senti falta de um maior uso de seu potencial.

Mesmo agora depois de tanta pressão para lançar um filme mais leve e que se “adeque ao gosto popular”,Liga da Justiça tem tudo outra recepção crítica nada favorável, e que de certa forma é injusta o filme é melhor que a bagunça que foi Esquadrão Suicida, porém inferior em identidade ao Homem de Aço e Mulher Maravilha. É despretensioso, otimista,  divertido . Uma aventura que lembra episódios do desenho animado Liga da Justiça Sem Limites.

Há duas cenas pós créditos, uma em homenagem aos quadrinhos no qual Superman e Flash apostam uma corrida. E a cena pós créditos mais importante, no qual temos a deixa para a possível formação da Liga da Injustiça, com a liderança de Lex Luthor e alguns membros como Exterminador. Ou seja o segundo filme possivelmente não trará Darkseid e sim estes vilões, caso não seja descartado a ideia.

Liga da Justiça-2017 (Justice League- EUA)

Direção: Zack Snyder
Roteiro: Chris Terrio e Joss Whedon
Elenco: Ben Affleck, Gal Gadot, Jason Momoa, Ezra Miller, Ray Fisher, Henry Cavill, Jeremy Irons, J.K. Simmons, Connie Nielsen, Amy Adams, Diane Lane, Amber Heard, Ciarán Hinds, Billy Crudup, Joe Morton, Jesse Eisenberg
Duração: 121 min

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