Fala, galerinha do mal, beleza?
Continuando o assunto sobre psicopatas e assassinos em série da ficção, hoje detalharei um pouco a psiquê de um dos maiores ícones dos suspenses hollywoodianos: Norman Bates.
‘Psicose’ é um filme norte americano dirigido por Alfred Hitchock. O filme é inspirado no romance de mesmo nome do autor Robert Bloch. Na trama, Norman Bates, vivido por Anthony Perkins, sofre do Complexo De Édipo, um conceito introduzido por Freud, dentro da psicanálise. A história também ganhou uma série, chamada ‘Bates Motel’ (série muito foda, diga-se de passagem), que é um prelúdio contemporâneo para o filme de 1960.
Mas afinal, o que é o Complexo De Édipo? Este conceito refere-se a uma fase no desenvolvimento infantil em que existe uma “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto. Ou seja, o filho compete com o pai pelo amor de sua mãe (mas não o amor normal que existe entre mãe e filho, e sim o amor sexual).
Esse conceito se enquadra apenas para a relação pai-mãe-filho. Para a relação pai-mãe-filha, existe o Complexo De Electra. É basicamente a mesma coisa, porém fala sobre uma relação de amor da filha com pai.
Freud se apropria do mito de Édipo para formular sua ideia de que exista na relação da tríade (pai-mãe-filho) um desejo incestuoso da criança pela mãe e a interferência odiada do pai nessa relação. Assim, o Complexo De Édipo é uma formulação usada para explicar o desenvolvimento sexual infantil.
Freud também explica que, todas as crianças desenvolvem um amor pelo pai ou pela mãe durante a infância. E esse amor é moldado e completamente definido antes do início da adolescência. O “amor” das crianças com seus progenitores se torna algo sentimental, e não sexual. Porém, existem casos em que o filho desenvolve um amor sexual pela mãe. E é aí que a teoria do Complexo De Édipo pode ser entendida.
A personalidade de Norman Bates:
Norman, desde pequeno, sempre foi muito apegado à sua mãe. Ele criou um vínculo muito forte com sua progenitora. Além disso, ele sofre com um problema mental. Às vezes, em momentos de nervosismo ou raiva, ele entra em transe, o que faz com que ele cometa alguma ação involuntária, como matar uma pessoa, por exemplo.
Norman Bates e o Complexo De Édipo:
Como mostrado na primeira temporada de ‘Bates Motel’, Norman matou o pai para defender sua mãe. Ele entrou em transe e cometeu o assassinato. Após os acontecimentos, Norma Bates (a mãe de Norman), ocultou isso do filho. Durante anos ele nunca soube que foi o culpado pelo assassinato de seu pai, de fato.
Mas como isso se enquadra no complexo teorizado por Freud? Norman venceu a disputa com seu progenitor do mesmo sexo. Agora Norma pertence somente a ele. Com o passar dos anos, Norman se aproxima cada vez mais de Norma. O vínculo cresce desenfreadamente, tanto por parte dele, quanto por parte dela.
Uma espécie de paixão surge na cabeça de Norman. Ele percebe que ama a mãe, porém, de uma maneira diferente. Tanto é que, para acabar com toda a confusão que permeia seus pensamentos, ele acaba matando sua progenitora.
Norman ligou a fornalha de sua casa e deixou que toda a fumaça fosse parar no quarto da mãe. Deitou-se com ela na cama de casal, e adormeceu. O plano do protagonista era se matar junto com a progenitora, porém seu plano dá errado, e apenas Norma acaba morrendo.
Depois disso, por sofrer pela morte de sua mãe (e grande amor de sua vida), Norman acredita que parte da alma e memória de Norma ainda vive. Ele guarda o corpo de sua mãe dentro de casa, e cuida do cadáver, a fim de sempre ter a companhia dela. Além disso, Norman “incorpora” sua mãe às vezes, e se passa por ela. Tudo isso é uma mistura de problemas mentais com o complexo teorizado por Freud. Em sua própria mente, Norman se vê como Norma. Um transtorno dissociativo de identidade faz com que ele assuma (de vez em quando) a personalidade da sua mãe falecida. É como se ambos fossem a mesma pessoa.
Achou doentio? Pois saiba que existem pessoas que sofrem do Complexo De Édipo na vida real. Elas não são como Norman (até porque ele é um personagem criado para ficção), mas elas realmente existem.
Para quem se interessar mais pelo assunto, aconselho que leiam o conto de Édipo, lugar de onde Freud formou sua teoria. E claro, assistam ‘Psicose’, filme de 1960, dirigido por Alfred Hitchock; além da série ‘Bates Motel’, que atualmente caminha para sua quinta e última temporada (os três primeiros anos da série estão disponíveis na Netflix).
Esse post foi escrito inteiramente por mim. Pretendo fazer outros, usando a psicanálise para explicar a mentalidade de outros assassinos da ficção, ou até mesmo assassinos da vida real, como Ted Bundy, Charles Manson, Jack o Estripador, dentre outros.
Bem… isso é tudo, pessoal.
Beijo no cotovelo e tchau.
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