Lista| Mestres do Cinema #2: Filmes para conhecer John Hughes

Saudações Geeks! O “Mestre dos Cinemas” está de volta, agora dedicado a um dos maiores nomes do cinema da década de 80: O inesquecível John Hughes.

John Wilden Hughes Jr. nasceu em Lansing, Michigan, em 18 de fevereiro de 1950 e faleceu em Nova York no dia 6 de agosto de 2009. Durante sua carreira de cineasta, Hughes foi um aclamado diretor, produtor e roteirista. Após abandonar seus estudos na Universidade do Arizona começou sua carreira no ramo do entretenimento na década de 1970 escrevendo e vendendo piadas para humoristas bem estabelecidos como Rodney Dangerfield e Joan Rivers.

O trabalho de Hughes escrevendo piadas deu a ele a oportunidade de trabalhar na revista National Lampoon. Na revista, Hughes escreveu uma história inspirada em suas viagens em família que viria a ser depois a base de um de seus filmes, assim como escreveu histórias especiais como “My penis” e “My vagina” onde Hughes já mostrava seu talento para captar e reproduzir o ritmo e estilo de falar dos jovens adolescentes bem como vários outros aspectos do estilo de vida “teen” em geral.

A entrada de Hughes no cinema aconteceu em 1982, quando ele ainda trabalhava na National Lampoon, ao escrever o roteiro da comédia “Class Reunion”. Mesmo com filme fracassando na bilheteria, John Hughes voltaria a escrever o roteiro de outro filme de comédia: National Lampoon’s Vacation de 1983, cujo roteiro escrito por Hughes foi baseado justamente na história que ele escreveu para a Lampoon anos antes inspirado em suas viagens em família. Diferente de Class Reunion, National Lampoon’s Vacation foi um tremendo sucesso e alavancou de vez a carreira de Hughes como roteirista. O sucesso de National Lampoon’s Vacation e de outros roteiros de Hughes, como Mr. Mom, chamaram a atenção da gigante Universal Studios que assinou com Hughes um contrato de três filmes.

A estreia de John Hughes na direção ocorreu em 1984 com o filme “Sixteen Candles” (“Gatinhas e Gatões”) e recebeu aclamação quase unanime de crítica e público. Hughes se destacou no período por fazer filmes que não eram apenas comédias engraçadas e divertidas, mas também eram representações honestas da vida escolar/adolescente e abordavam temas importantes para os jovens como relacionamento com os amigos e os pais, descoberta da sexualidade e amadurecimento para a vida adulta, sempre usando personagens profundos com os quais o público podia sempre se identificar e trilhas sonoras marcantes.

John Hughes possui uma filmografia de mais de 30 filmes entre aqueles que ele dirigiu, escreveu e/ou produziu e permanece até hoje como a principal influência de muitos que fazem filmes e séries voltados para o público jovem/adolescente. Esse ano, dois dos filmes mais aguardados pelo público geek, Power Rangers e Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, prometem vir com uma pegada muito inspirada nos filmes de John Hughes. Por tudo isso, nada melhor do que conhecer a obra desse grande cineasta. Assim, segue mais uma das minhas “mini-listas” com três filmes para aqueles que querem conhecer e começar a assistir John Hughes, ou para aqueles que já conhecem o diretor e querem “se preparar” para quando Power Rangers e Homem-Aranha estrearem:

1) Clube dos Cinco (Breakfast Club, 1985)

Filme de 1985 escrito e dirigido por John Hughes. O filme centra-se nos personagens John Bender (Judd Nelson), Claire Standish (Molly Ringwald), Allison Reynolds (Ally Sheedy), Andrew Clark (Emilio Estevez) e Brian Johnson (Anthony Michael Hall), cinco jovens que passam um sábado inteiro na detenção do Colégio Shermer High School.

Cada um deles é um estereótipo dos jovens no ensino médio: Claire é a princesinha bonita e popular, Andrew o esportista atlético e valentão, Allison é a garota estranha e antissocial, Brian o nerd CDF e inteligente e John é o delinquente marginal. Durante a detenção, os cinco ficam sob a supervisão do rígido professor Richard Vernon (Paul Gleason), que vê seus alunos apenas como os “rótulos” que carregam e os faz escrever uma redação com o tema “Quem eu sou? ”.

Clube dos Cinco se passa unicamente durante a detenção dos cinco protagonistas na escola, e em mais ou menos 1 hora e meia de filme, usando praticamente um cenário e através das interações dos personagens que incluem brigas, discussões, conversas mais amenas e até um momento para relaxar e “dar um tapa”, que Hughes vai desconstruindo os estereótipos e rótulos que os cinco carregam, mostrando que cada um deles possuem seus problemas, medos, inseguranças, dificuldades de “se encaixar no grupo” e de se relacionar com os pais. No final das contas, os cinco não são tão diferentes um do outro como pensavam e nem diferentes do público, que pode se identificar um pouco com cada um deles, tudo isso embalado pela ótima trilha sonora do filme liderada pela icônica musica “Don’t You Forget About Me”.

Clube dos Cinco é aclamado como um dos melhores filmes sobre adolescentes já feitos. Não à toa foi escolhido para preservação no Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos EUA por ser considerado “artisticamente, culturalmente e historicamente significante”. Por mais que meu filme favorito de Hughes seja “Curtindo A Vida Adoidado”, é inegável que Clube dos Cinco é sua grande obra-prima.

2) Gatinhas e Gatões (Sixteen Candles, 1984)

Nada melhor para começar a conhecer um diretor do que ver seu primeiro filme, não é? Esse é o caso de Gatinhas e Gatões, o primeiro e um dos melhores filmes de John Hughes. O filme acompanha a estudante Samantha “Sam” Baker (Molly Ringwald) no dia de seu aniversário de 16 anos. O que quer que Sam tenha sonhado como seria seus “sweet sixteen” vai por água abaixo quando sua família inteira esquece seu aniversário por causa do casamento da irmã mais velha de Sam que será no dia seguinte, e quando Sam nota que seu corpo não mudou muito dos seus 15 para seus 16 anos.

Sam também é apaixonada pelo garoto mais bonito da escola, Jake Ryan (Michael Schoeffling) que namora a garota mais bonita da escola, obviamente. O que Sam não desconfia é que Jake passa a ter um interesse nela também e é aí que entra Ted (Anthony Michael Hall), um calouro geek que tenta ser descolado “azarando” Sam no ônibus e no baile da escola, e faz a “ponte” contando para Sam o interesse de Jake nela (em troca da ajuda dela para vencer uma aposta) e contando para Jake o interesse de Sam nele (e recebendo uma boa recompensa por isso).

Como já disse acima, Gatinhas e Gatões foi aclamado por crítica e público como um dos melhores filmes de 1984, tanto pelos momentos hilários (que são muitos) quanto pela forma como a vida dos adolescentes (escolar e social) foi mostrada no filme. O roteiro simples e a direção talentosa de Hughes entregaram um filme divertido e com personagens carismáticos e identificáveis com o público. Destaque para as atuações de Molly Ringwald e Anthony Michael Hall que contracenariam juntos um ano depois em “Clube dos Cinco” e com Gatinhas e Gatões se tornaram os grandes nomes dos filmes adolescentes na década de 80.

3) Mulher Nota 1000 (Weird Science, 1985)

Quem nunca quis poder criar a “pessoa ideal”: bonita, inteligente completamente apaixonada por você? É o que acontece em “Mulher Nota 1000” com os melhores amigos Gary Wallace (Anthony Michael Hall) e Wyatt Donnelly (Ilan Mitchell-Smith), dois garotos nerds que sonham em fazer sucesso com as garotas da escola (mas só sonham mesmo). Usando uma simulação de computador para criar a “mulher perfeita”, a vida dos dois vira de pernas pro ar quando uma tempestade (de alguma forma) dá vida e traz para o mundo real a criação deles: a estonteante Lisa (Kelly LeBrock).

Agora com Lisa ao seu lado, Gary e Wyatt irão viver as experiências mais loucas e bizarras de suas vidas, tudo como parte do plano de Lisa de aumentar a confiança e autoestima dos dois para que eles possam conquistar as suas verdadeiras (e reais) garotas dos seus sonhos. Sem duvida um dos filmes mais bizarros e surtados de John Hughes, Garota Nota 1000 é considerado hoje um clássico cult dos anos 80 e ainda traz para os nerds de hoje a participação de um jovem Robert Downey Jr. interpretando um valentão que atormenta os nerds Gary e Wyatt, 20 anos antes de se tornar um ídolo dos nerds de todo o mundo com seu papel de Tony Stark/Homem de Ferro nos filmes da Marvel Studios.

É isso aí pessoal! Espero que tenham gostado do post. Não esqueçam de comentar quais outros filmes de John Hughes vocês gostam e recomendam. Até a próxima.

“Don’t you forget about me” 

 

 

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