Não Recomendo | Universo cinematográfico dos X-Men!

“Uma boa ação não é suficiente para redimir um homem de uma vida inteira de maldades.”

  Piratas do Caribe

Quando falamos do universo cinematográfico compartilhado X-Men da 20th Century Fox, temos alguns filmes bons, alguns não tão bons e escolhas contestáveis. Adaptações não precisam e nem devem ser iguais ao material original, entretanto, algumas características deveriam ser respeitadas por uma questão de bom senso, por esse motivo, diversas escolhas da Fox causam revolta nos verdadeiros fãs dos Mutantes e do Quarteto Fantástico. Algumas produções não conseguem sequer agradar a quem pagou o ingresso para assistir a um bom filme no cinema, quem dirá ao nerd de plantão.  Logo, NÃO RECOMENDO o Universo Compartilhado dos X-Men no cinema, mesmo gostando dos dois primeiros X-Men, do aclamado First Class e X-Men Dias de Um Futuro Esquecido!

Cronologia problemática

Sabe aquela maratona de filmes que adoramos fazer com Senhor dos Anéis, Star Wars, Missão Impossível, filmes da Marvel Studios, Batman do Nolan, Exterminador do Futuro e etc? Você provavelmente não vai conseguir a façanha com o universo compartilhado dos X-Men, pelo menos não sem pensar que é tudo uma bagunça compartilhada. Não precisa muito esforço para notar que o irmão mais novo do Ciclope, o Destrutor, é na verdade mais velho como vemos em First Class, que a Jean Grey tem quase a mesma idade do Professor X; personagens adultos em 1960, como é o caso de Emma Frost, aparecem como crianças em 1985 no filme Wolverine: Origins. Outro fato curioso, é que existem pessoas que não se conhecem no futuro, mas são grandes amigos e até irmãos no passado, estou falando da dupla Wolverine e Dentes de Sabre. A solução que os gênios conseguiram, foi estabelecer que existem universos paralelos com diferentes realidades para os X-Men. Conveniente não acham? Cansados de tentar encontrar justificativas mirabolantes, resolveram retirar as novas produções Deadpool e Logan da cronologia, criando assim uma nova linha temporal. Esses problemas são apenas a ponta do iceberg que afundou o Titanic (Vale lembrar que a 20th Century Fox financiou a produção de James Cameron, sendo assim, não duvidaria de um universo paralelo ligando os mutantes à Jack e Rose no fatídico naufrágio…).

Adaptações mal feitas

Sagas inteiras de HQs costumam aparecer em apenas uma adaptação cinematográfica, costurando verdadeiras colchas de retalhos e deslocando personagens de um lugar para outro, frequentemente até transformando heróis em vilões e vice-versa sem tempo suficiente para contar uma história inteligível e coesa. Até o segundo filme, vemos adaptações honestas que resumiam o surgimento da formação mais tradicional e querida dos X-Men, além de um roteiro envolvente e bem construído inspirado em “Deus ama, o homem mata” no segundo filme. Com o sucesso dos dois primeiros filmes dos X-Men e a infeliz escolha X-Men Origins Wolverine, a sequencia X-Men 3, O Confronto Final chegou com todo o hype, mas o que vimos, foi um roteiro mediano em vista do que poderia ter sido, usando a fase Surpreendentes X-Men de Joss Whedon e pasme você, a deturpação de uma saga que renderia uma franquia nas mãos certas, a Saga da Fênix Negra! Com uma overdose de Magneto e Professor X tentando controlar a Fênix, o Wolverine tomando o lugar de líder da equipe mutante das mão do Ciclope como já era de se esperar, e nenhuma menção ao Clube do Inferno ou missões espaciais, enfim, quem leu a fase conhece o desperdício que o diretor e roteiristas Brett Ratner, Simon Kinberg e Zak Penn cometeram. Eu particularmente fiquei muito frustrado com X-Men 3, O Confronto Final na época, mal sabia eu, que ainda estava por vir uma coisa muito pior, X-Men Apocalipse!

Dedico agora, alguns parágrafos para expor meu descontentamento quanto à X-Men Apocalipse, a começar pela escolha do protagonista e líder dos X-Men, cheguei a pensar que dessa vez o líder seria o Caolho, Magrão, Scott Summers ou Ciclope! Ledo engano, com Jennifer Lawrence interpretando a Mística, uma vilã medíocre se tornou a figura central do filme. Uma personagem sem relevância alguma, com menos importância que o Noturno, agora é líder dos X-Men! Alguns vão dizer: “Ah, mas a Jennifer Lawrence é uma atriz famosa e merece papel principal…” E eu com isso? Que pegasse o papel de Jean Grey, Tempestade, Vampira! Uma coisa é o Wolverine do Hugh Jackman ter mais destaque nos X-Men, outra coisa é a Mística ganhar status de líder! Se mata Bryan Singer!

Apocalipse está longe de ser o melhor vilão dos X-Men, mas quem já leu minimamente as HQs envolvendo o personagem, sabe que ele não tem muita inclinação para destruir de forma gratuita, Apocalipse possui uma ideologia, um propósito de moldar as raças de acordo com sua vontade, criando uma sociedade onde os mutantes subjuguem os humanos.  Parece que nesse filme, o Brian Singer desenvolveu um complexo de Michael Bay, começou a destruir tudo enquanto seu Apocalipse dos Power Rangers andava pelo mundo escolhendo cavaleiros do Armagedom.

Caracterizações mal feitas

Em 1999, quando surgiu o primeiro filme dos X-Men, a preocupação em distanciar o novo empreendimento da Fox do fiasco carnavalesco Batman Eternamente era evidente, o que justificou a adoção dos sóbrios uniformes de couro. A expectativa era que uniformes tradicionais fossem surgindo aos poucos, e com o tempo as caracterizações seriam mais fieis às HQs. Mas o que veio em X-Men, O Confronto Final foi isso:

Uma desculpa recorrente para a descaracterização é: “Não vamos pagar uma fortuna para o ator famoso ficar de máscara o tempo todo”, como se a armadura do Homem de Ferro por exemplo já tivesse atrapalhado a fama e o sucesso estrondoso de Robert Downey Jr. alguma vez. O resultado dessa super-exposição obrigatória, é a Jennifer Lawrence aparecendo  entre 5 e 10 minutos caracterizada como Mística em duas horas de filme, e pior, como líder dos X-Men na base do roteirismo (sei que estou repetindo muito o termo Mística Líder dos X-Men, mas é revoltante). Falar da caracterização do Deadpool em X-Men Origins Wolverine é desnecessário, e deixarei as lembranças de vocês como argumentos.

Ainda a respeito da caracterização de personagens, 20th Century Fox gasta milhões com elenco, cenários e efeitos especiais, mas não tem coragem de fazer um Apocalipse descente em CGi, nem sou muito fã de filmes abarrotados de efeitos por computador, mas em alguns casos não dá para escapar do artifício. O mais cômico, é que quando soltaram as primeiras imagens muita gente falou: “nossa, como você é hater, é só uma imagem, eles vão evoluir o personagem e vai ficar igualzinho ao da HQ…”.

Meu querido, o Apocalipse não é Pokemon para evoluir, engula o seu cospobre da Fox!   

Por que você não recomenda?

Meus caros, esses são alguns argumentos que encontrei para “Não Recomentar” o universo cinematográfico dos X-Men, nunca escondi o meu apreço e preferência pelo grupo de mutunas da Marvel (meu nick e foto não me deixam mentir), pelo menos no meu ponto de vista, é a melhor e mais relevante equipe de super-heróis de todas! As Hqs são mais impactantes, os personagens são melhor construídos e multi-dimensionais e a possibilidade de se fazer analogias perfeitas com a nossa realidade social é impressionante. É uma pena estarem tão distantes dos demais heróis do panteão da Marvel. Gostaria de ressaltar que apesar de não recomendar o “universo cinematográfico dos X-Men”, muitos dos filmes que a Fox entregou são incrivelmente bons, e mesmo os ruins ainda são melhores que alguns filmes do Universo cinematográfico da DC/Warner e da Marvel também, ou seja, não poderia recomendar algo que não foi concebido para ser um universo compartilhado, algo que foi feito sem o planejamento que vemos na concorrência.

Espero que tenham gostado e que comentem, concordando ou discordando dos meus argumentos!

Até a próxima amigos Geeks! 

 

Comments are closed.