Para começar uma nova série de posts intitulada “Recordar é Viver”, escolhi um grande sucesso dos anos 70 e 80, uma ótima série clássica, de um dos meus heróis favoritos do Universo Marvel, The Incredible Hulk, no Brasil, O Incrível Hulk. É sempre bom lembrar, que estamos falando de outra realidade, tecnologia arcaica e recursos limitadíssimos, o que torna certas produções ainda mais charmosas e relevantes. Sem mais delongas, espero que gostem da ideia e por gentileza, peço que deem um feedback nos comentários para saber se devo trazer mais posts de coisas antigas!
Imagine a dificuldade para levar um personagem como o Golias Verde, o Gigante Esmeralda, o Incrível Hulk para a TV em pleno 1977 sem um pingo de CGi. A missão de entregar algo que pudesse manter o telespectador realmente interessado em um brutamontes verde, descerebrado, com cabelo de palha e visivelmente pintado à mão, ficou a cargo dos produtores Kenneth Johnson e do inigualável Bill Bixby, este ultimo protagonizando, dirigindo e roteirizando boa parte dos episódio da série.
Sinopse
Uma força desconhecida que surge em momentos de desespero, é objeto de estudo do Dr. David Bruce Banner (Bill Bixby), brilhante cientista e médico que perdeu sua esposa em um acidente automobilístico tempos atrás. Dr Banner sabe que todos os seres humanos, possuem o potencial para despertar a tal força, dependendo é claro do estímulo e que a radiação gama poderia ativar o poder. Para evitar ferir outras pessoas, Dr. Banner decide testar sua teoria em si mesmo, se expondo a radiação gama. Terminado o experimento, nada de estranho é observado, até que Dr. Banner é colocado em uma situação de stress e se transforma em um imenso e descontrolado Troll verde, o Incrível Hulk (Lou Ferrigno). Em meio a destruição do laboratório, uma pessoa é encontrada morta e o repórter Jack McGee (Jack Colvin) vê o monstro saindo do local, começa então uma incansável perseguição por parte do repórter para descobrir a verdade sobre o “Golias Verde”.
Esta é uma série repleta de curiosidades, a começar pela alteração do nome do alter ego do Incrível Hulk, na década de 70, mesmo com todo o movimento “hippie”, bandas de Rock pregando o sexo, drogas e Rock n’ Roll, a sociedade norte-americana tinha enorme resistência e preconceito escancarado com relação aos homossexuais, de modo que o nome “Bruce”, comum entre os gays, poderia fazer despencar a popularidade e aceitação do personagem principal. A solução foi adicionar o nome David, e manter Bruce como nome do meio, seguido de Banner. Esta é apenas uma das diferenças entre a série e os quadrinhos.
Outra diferença, é nada de General Ross, Líder ou Homem Absorvente… O inimigo do Hulk na série, é o próprio Hulk, ou melhor dizendo, a falta de controle e a impossibilidade de se livrar do lado bestial. Aqui vemos o dilema de O Médico e o Monstro o tempo todo, aliás, obra literária que foi a fonte de inspiração para a criação do Incrível Hulk. Existe um abismo em relação as HQs, não apenas pela ausência da maioria dos personagens e pela inserção de outros como o próprio repórter Jack McGee, os roteiros são mais pé no chão e cheios de lições de moral, sempre mostrando dois lados da moeda, o Dr. Banner o sujeito mais humanizado do universo que divide uma casca com o mais bestial do universo. É importante salientar, que as diferenças são bem vindas e dão liberdade para que os produtores possam adaptar e tornar possível a realização da série com os recursos disponíveis.
Com relação ao interprete do Hulk, Lou Ferrigno ganhou uma disputa contra outro monstro sagrado do fisiculturismo, ninguém menos do que Arnold Schwarzenegger, que estava em plena forma após ganhar o título de Mister Olympia de 1975. Pasme você, mas Schwarzenegger foi considerado “pequeno” para o papel e Ferrigno acabou se tornando o Incrível Hulk. Curioso é que Ferrigno perdeu a disputa de Mister Olympia, mas deu o troco ficando com o trabalho na TV. Ferrigno nunca foi um ator espetacular, sorte a dele é que a interpretação se resumia a grunhidos, urros, objetos arremessados e muitas paredes cenográficas sendo quebradas.
A série tinha algumas assinaturas inconfundíveis, episódios emocionantes em que David se esquecia dos próprios problemas e busca pela cura, para ajudar quem fosse que cruzasse seu caminho; episódios que abordavam o vício em drogas, marginalidade nos guetos, preconceito racial e diversos outros temas que jamais apareceriam em uma série ou filme de heróis convencional, pelo menos não com a seriedade e responsabilidade abordadas na série. Eu particularmente ficava com o coração partido ao ver o Dr. Banner seguindo sozinho estrada afora, pedindo carona enquanto tocava a música de encerramento.
A série durou 4 temporadas e 82 episódios, nada mal para uma produção de classificação livre da CBS. Após encerramento da série, foram feitos ainda 3 filmes protagonizados por Bill Bixby e Lou Ferrigno, intitulados “A Volta do Incrível Hulk – 1988”, “O Julgamento do Incrível Hulk – 1989” e “A Morte do Incrível Hulk – 1990”.
Espero que tenham gostado desse “Recordar é Viver”, sei que o nome é brega e aceito sugestões!
Até a próxima amigos Geeks!!!
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