Crítica | Kong: A Ilha da Caveira

Um dos monstros clássicos mais conhecidos da historia do cinema, volta ‘’repaginado’’ e abrindo novas possibilidades para a franquia. Dentre estas possibilidades é que este King Kong faz parte de um universo estendido, uma espécie de ”Monsterverse” no qual teremos um crossover no futuro com um outro monstro, Godzilla. Este excelente blockbuster foi dirigido por um nome vindo diretamente do cinema indie, Jordan Vogt-Roberts, cineasta que trouxe Reis do Verão para o cinema.

A trama é ambientada em 1973, o cientista Bill Randa, fundador da Monarch, uma subdivisão governamental de mapeamento de território desconhecido,  arranja escolta militar de veteranos da guerra do Vietnã, além de recrutar outros estudiosos para pesquisar sua nova descoberta, a ilha da Caveira. Depois  consegui com esforço, o financiamento necessário para explorar sua nova descoberta.  Randa acredita que a ilha é o lar de monstros e criaturas que habitaram a terra antes da humanidade.

Mesmo que a primeira vista pareça que King Kong já deu o que tinha que dar, quando notamos a execução do a direção de Jordan Vogt-Roberts , um dos fatores que faz valer essa aventura, desde a fotografia amarelada de Larry Fong até o cuidado em estabelecer  diversas cenas de ação. É o Kong mais alto da franquia, tão alto quanto montanhas, e mesmo com esse tamanho todo, o macaco é ágil, assim como as outras criaturas gigantes da ilha.

Roberts consegue executar planos de sequencias  que foram devidamente inspirados em games de aventura e de atiradores ,como planos de ponto de vista dos soldados atirando em aranhas gigantes. As referências são diversas, mas há inspirações de Battlefield, Turok e até mesmo pasmem, Shadow of the Colossus. É algo que certamente dá um vigor , um certo frescor estupendo trazendo cenas de ação menos manjadas, mesmo que não chegue a ser nenhuma revolução em si.

Porém o núcleo humano decepciona. É ate compreensível, pois há tantos personagens para que haja maior entretenimento nas cenas de ação, impressiona como o tratamento para absolutamente todos eles é deveras vazio, e clichê. O marketing do filme para atrair o publico se baseia na força do carisma do ator  Tom Hiddleston, Toby Kebbell e John Goodman. Nem mesmo o relacionamento ou conexão forçada entre a personagem de Brie Larson com Kong funciona, como nos longas anteriores que abordaram isso.

Os personagens são estereotipados, exemplo: contém os militares preconceituosos e burros, o sargento que busca vingar todos os homens mortos, a fotógrafa do curso de humanas, o líder, o nerd do tipo clichê, o militar esquisitão que toma ações inesperadas, e por ai vai. Os roteiristas elaboram mensagens bem superficiais anti-guerra, do embate entre o homem e a natureza, ou  mesmo discursos políticos pouco pertinentes ao conteúdo mostrado.

O CGI do filme é excelente, que conferiu ao ator Toby Kebbel (que estará em Vingadores: Guerra Infinita inclusive) , acertar em cheio ao criar os gestos e expressões faciais de Kong. Os movimentos colossais conferem uma certa elegância a criatura, que realmente consegue nos deixar embasbacados quando aparece em cena.

A Legendary e a Warner acertaram em cheio com Kong: A Ilha da Caveira, como filme de aventura. Até mesmo musicalmente, saímos impressionados com a trilha sonora, a própria música original de Henry Jackman visa homenagear as composições clássicas dos filmes antigos. Quem apostar em Kong: A Ilha da Caveira como diversão, dificilmente sairá decepcionado, pois o que há de melhor nesse filme é justamente o que ele promete, uma aventura colossal com muitas cenas de ação de qualidade, e porrada entre monstros  gigantes.

Kong: A Ilha da Caveira – EUA-2017, Duração: 118 min.

Direção: Jordan Vogt-Roberts

Roteiro: Dan Gilroy, Max Borenstein e Derek Connolly

Elenco: Tom Hiddleston, Brie Larson, John Goodman, Samuel L. Jackson, John C. Reilly, Corey Hawkins, John Ortiz, Tian Jing, Jason Mitchell, Thomas Mann, Shea Whigman, Toby Kebbell

Comments are closed.