Crítica | Agent Carter – A Série Completa

Agent Carter foi a primeira” heroína” a ganhar uma série solo, muitos acreditam Jessica Jones, mas desconhecem até a qualidade desta série que é superior até mesmo a série Jessica Jones. Para os fãs do Universo Cinematográfico da Marvel é interessante ver aquele mesmo mundo que conhecemos só que anos atrás e sem poderes, já que o “Primeiro Vingador” estava congelado em algum lugar do Atlântico Norte e todos que restaram são pessoas normais tentando lidar com toda a bagunça que sobrou da segunda guerra.

Após retornar para os Estados Unidos com o fim da Guerra, em 1946, Peggy Carter (Hayley Atwell) encontra-se trabalhando secretamente na Reserva Científica. Quando Howard Stark (Dominic Cooper) é acusado de traição ao país por vender armas ilegalmente, ele secretamente pede ajuda a Peggy para provar sua inocência e limpar o seu nome. Com a ajuda do mordomo de Stark, Edwin Jarvis, Peggy precisa balancear o trabalho administrativo e as missões secretas para o amigo, ao mesmo tempo em que leva uma vida solteira após perder o seu amor, Steve Rogers (Chris Evans).

A agencia de espionagem  SSR, é  uma espécie de pré- S.H.I.E.L.D, mais incompetente, que por sua vez já sabemos que Peggy Carter será uma das fundadoras. Peggy trabalha nela, é quase sempre desconsiderada por ser mulher, bem condizente para aquela época nos anos 50, a personagem  está ali mais por ser a “ex-namorada do Capitão América” do que por sua participação na derrota dos planos da Hydra. E como bem diz na introdução da série, suas atribuições mudaram bastante desde a  guerra e agora ela basicamente ela serve cafezinho, independente de suas qualificações.

As cores são artifícios importantes na série para ressaltar a personagem diante do mundo cinzento dominado por homens, ao mesmo tempo que remete as cores do uniforme do Capitão América.

O roteiro marca Peggy como um herói típico de filmes noir no fim da década de 40, só que do sexo feminino. Os mais nostálgicos que sentiam falta de uma personagem forte como há tempos não se via desde ”Xena-A princesa Guerreira” , se encantaram com a Peggy. Que esbanja sensualidade sem escancarar a sexualidade, e consegue ser tão Badass quanto Natasha Romanov.

Das diversas coisas interessantes que a série mostra, talvez a mais legal e ao mesmo tempo chocante de todas seja o treinamento das Viúva Negras apresentado na primeira temporada, em uma cena espetacular típica de um filme do estúdio, nós conhecemos o treinamento de Dottie Underwood, uma das Viúvas Negras russas, assim como Natasha Romanov (Scarlett Johansson) em Os Vingadores, que inclusive teve um flashback em Vingadores: Era de Ultron, uma ótima conexão.

A primeira temporada se encerra com um ótimo gancho para a segunda temporada. O último episódio, foi emocionante e uma das melhores – quiçá a melhor – captura do espírito e do estilo “quadrinhos” apresentada nas telas. Valediction funciona perfeitamente para fechar a narrativa iniciada em Now Is Not the End (o episodio piloto), já que ambos os episódios referenciam fortemente o Capitão América.

A segunda temporada:

Por mais que a segunda temporada tenha iniciado com alguns deslizes, e seja inferior a primeira temporada, os episódios 2×06  Life of the Party2×07 Monsters, foram os melhores da segunda temporada, que trazem de volta a Viúva Negra/Dottie. Que mesmo que por pouco tempo é suficiente para que Bridget Regan consiga construir uma personagem ainda mais badass e complexa do que a conhecíamos. Trazendo o folego de volta para a série, mas que infelizmente já era tarde demais.

Uma das coisas que Agent Carter também acerta muito mais do que até  alguns filmes da Marvel,  é a forma como dosar o humor dentro da história. Jarvis e Howard Stark são os alívios cômicos da série e eles nunca soam como um estorvo , ou são jogados em situações forçadas, a série é engraçada na medida certa.

O trabalho de época é particularmente exato, com figurinos e desenho de produção cuidadosos que só melhoraram com o deslocamento da ação para a Hollywood glamourosa do final dos anos 40. E, claro, há toda uma preocupação em se manter a série como uma alternativa leve e despreocupada , mas não boba e desleixada. A fotografia da série é um dos chamariz, quando notamos as cores ressaltam na tela, não muito diferente de Guardiões da Galáxia neste aspecto, uma série definitivamente cinematográfica.

Por todos esses elementos, que não são encontrados facilmente na TV aberta, Agent Carter continua merecendo uma nova chance. Hollywood Ending não poderia ser o fim da série jamais, não quando ela ainda demonstra potencial e quando os showrunners nos deixam um cliffhanger do tamanho que foi! Nos deixando completamente indignados.

Agent Carter (EUA- 6 de janeiro de 2015 – 1 de março 2016)

Criação:  Christopher Markus, Stephen McFeely

Showrunners: Tara Butters, Michele Fazekas, Chris Dingess

Elenco: Hayley Atwell, James D’Arcy, Chad Michael Murray, Enver Gjokaj, Bridget Regan, Wynn Everett, Reggie Austin, Currie Graham, Lotte Verbeek, Kurtwood Smith, Dominic Cooper

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