Crítica | Power Rangers (2017)

“Power Rangers” é um reboot da clássica série de 1993. O filme começa na Era Cenozóica onde a vilã Rita Repulsa derrotou quase toda a equipe dos Rangers, só sobrando o Ranger Vermelho. Ela planeja roubar o cristal Zeo que fornece a vida na terra. Uma vez com a posse de tal artefato, ela se tornaria extremamente poderosa capaz de destruir e criar mundos a sua vontade. Rita é impedida e o Ranger Vermelho, prestes a morrer, esconde as pedras do poder para milhões de anos depois novos jovens as achem e se tornem os Power Rangers. Após isso acompanhamos Jason que se mete em uma grande enrascada e tem que ficar na detenção com os jovens Billy e Kimberly.

O roteiro possui alguns furos e algumas conveniências meio forçadas já que é um filme de origem, porém ele consegue acertar com a maioria do desenvolvimento dos personagens. Há o clichê do grupo já que temos o atleta, o nerd, a que fazia parte do grupo das patricinhas, a esquisita e o rebelde. Porém cada um deles sofrem com seus próprios problemas sociais e isso faz com que o espectador se relacione com a maioria deles. Os dois primeiros atos do filme são focados no desenvolvimento e no treinamento dos jovens deixando o terceiro ato com quase toda a ação.

Dentre os Rangers o mais relacionável, sem dúvidas, é o Ranger Azul. Ele é o que tem mais personalidade e desde sua primeira cena o espectador se importa com o personagem. O Vermelho e o Rosa também recebem destaque tendo os seus momentos, mesmo com o arco da Rosa podendo ser mais desenvolvido. Infelizmente, os Rangers Preto e Amarelo ganham pouco destaque e o espectador tem mais dificuldade em se relacionar com eles. O quinteto está com boas atuações, variando de boas para regulares. Bryan Craston e Bill Hader como Zordon e Aplha-5 estão muito bons em seus papéis, com Zordon muitas vezes se mostrando relutante em treinar os meninos e o Alpha servindo como alívio cômico e ele também está com sua icônica frase: “Ai, ai, ai!”.         

Em relação a vilã, Rita Repula, o roteiro não a desenvolve deixando ela uma vilã unidimensional. Seu objetivo de destruir o mundo é porque ela quer e ponto. Porém Elizabeth Banks consegue explorar bem a “cafonice” da personagem com a sua voz e seus gestos físicos entregando uma Rita psicótica e possessiva. O roteiro também falha na saída para o fim do conflito sendo uma solução simplista demais não condizendo com a ameça representada.

Quase todos os problemas do filme se encontram no terceiro ato, onde se encontra quase toda a ação e ela, infelizmente, não empolga. Se você espera os Rangers lutando muito em solo, irá se decepcionar já que eles lutam nele por poucos minutos. Os efeitos especiais dos Zords são aceitáveis, mas os dos Bonecos de Massa são muito mal feitos e os do Goldar conseguem ser piores ainda.  Caso haja uma sequência é esperado que mais dinheiro seja colocado nesse quesito. A trilha de Brian Tyler não empolga soando quase inexistente ao longo do filme. E caso esteja em dúvida, há a presença do “Go Go Power Rangers”, porém ele dura poucos segundos sendo substituído pela trilha de Tyler.

No final de tudo “Power Rangers” é uma descompromissada diversão que tem muitas chances de agradar os fãs da série e o espectador descompromissado. Um filme pipoca. Não vá esperando como um grande filme, pois pode se decepcionar. Agora, dependendo da bilheteria, esperamos uma sequência que acerte nos pontos onde esse filme errou.

Ps: No filme há uma cena no meio dos créditos que certamente irá agradar aos fãs.

Título Original: “Saban’s Power Rangers” (2017)

Direção: Dean Israelite

Roteiro: John Gatins

Elenco: Dacre Montgomery, Naomi Scott, RJ Cyler, Ludi Lin, Bekcy G., Elizabeth Banks, Bryan Craston e Bill Hader

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