Crítica | Jessica Jones – 1ª Temporada (2015)

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Crítica – “Luke Cage – 1ª Temporada” (2016)

“Jessica Jones” é uma série de 2015 que faz parte do universo cinematográfico Marvel, que surgiu da parceria entre Marvel/Netflix sendo a segunda série lançada logo após a 1ª Temporada de “Demolidor” . “Jessica Jones” mostra uma cidade Nova York cruel: cheia de assaltos, estupros, tráficos e vandalismo. Jessica é uma mulher que trabalha como uma detetive particular que é constantemente afetada pelo seu passado por causa da figura de Kilgrave. Jessica também possui super-poderes como super-força e consegue saltar grandes distâncias usando tais habilidades para ajudar as suas investigações.

Um dos principais acertos da série é o seu elenco. Jessica é uma personagem grosseira que fala o que pensa. Krysten Ritter está ótima no papel da personagem entregando uma personagem complexa e complicada que se não fosse o seu talento a personagem tinha muita chance de ser caricata. Rachel Taylor interpreta Trish Walk uma grande amiga de Jessica. Krysten e Taylor tem um bom entrosamento em tela que fazem com que o espectador acredite no núcleo emocional que elas desenvolveram ao longo dos anos.

O vilão da série, Kilgrave ou como é conhecido nos quadrinhos Homem Púrpura, é um dos melhores vilões de qualquer mídia adaptada de quadrinhos de todos os tempos. David Tennant, reconhecido por interpretar o Décimo Doutor em Doctor Who, faz um trabalho com genial com o personagem. O roteiro sabe explorar muito bem os poderes dos personagens e suas consequências. Através dos depoimentos de suas vítimas ou da descrição de suas ações o espectador já vê o quão sádico é o personagem. No episódio 9, “AKA Sin Bin” (um dos melhores, senão o melhor, episódio da série), Tennant aproveita todo o potencial dramático do personagem principalmente o seu relacionamento com os seus pais. Muitas vezes temos a impressão que não deseja os seus poderes vendo isso como uma maldição.

Outro ”super herói” aparece, Luke Cage (Mike Colter), que antes de ganhar a sua série solo como o terceiro defensor, inicialmente foi introduzido aqui. Luke Cage também dotado de habilidades sobre humanas, um aprimorado, Cage é incapaz de se machucar graças à sua pele indestrutível, e temos aí o início de uma relação estranha, porém divertida de se acompanhar. Dois ”super-heróis” em uma amizade colorida que vai desdenhando diferentes facetas de Jessica. Funciona bem até a reviravolta muito fraca que coloca Jones diretamente relacionada a um trauma do passado de Cage, exigindo muita suspensão de descrença em tamanha coincidência. Carrie Anne Moss, conhecida por Matrix, interpreta a advogada Jeri Hogarth. Sua personagem é envolvida em alguns conflitos interessantes, mas o roteiro acaba não tendo muito espaço para o desenvolvimento deles.

A narrativa se desenvolve lentamente nos primeiros episódios chegando a envolver o espectador em alguns momentos. “Jessica Jones” possui uma narrativa mais lenta que o normal, o que provocou a irritação de alguns espectadores, mas em seus primeiros episódios ele nunca se aparecesse arrastada. A estrutura de 13 episódios certamente se revela como um problema aqui, já que a investigação de Jessica em torno do paradeiro de Kilgrave dá voltas e voltas, repete pontos de virada e fica presa em repetições temáticas irritantes. Sem duvida alguns episódios a menos, uns oito talvez, fariam bem a Jessica Jones. Tanto a narrativa quanto a fotografia flertam muito com o noir

O principal problema da série se refere principalmente na ação. Jessica não é uma acrobata como o Demolidor, obviamente, mas as coreografias das lutas acabam sendo muito fracas. Os efeitos em relação aos “pulos” que a personagem dá parecem muito falsos, algo que poderia ter sido resolvido com um maior investimento à parte da Netflix. Mas “Jessica Jones” não é uma série de ação, mas uma jornada psicológica e real sobre a sua personagem principal.

No final de tudo “Jessica Jones” acaba sendo uma ótima adição tanto ao acervo de séries da Marvel quanto ao Universo Compartilhado da Marvel em geral. Sua narrativa lenta, ou alguns dos poucos problemas que a série possui, podem ter afastado alguns espectadores, mas que gosta desse tipo de narrativa irá se deliciar com a série.

Ps: Crítica feita em colaboração com o Angel.

Título Original: “Jessica Jones” (2015) – 13 Episódios – 689 min (aprox.)

Lançamento: 20 de Novembro de 2015

Showrunner: Melissa Rosenberg

Direção: Vários

Roteiro: Vários

Elenco: Krysten Ritter, Rachel Taylor, David Tennatn, Eka Darville, Carrie-Anne Moss, Will Traval, Susie Abromeit, Mike Colter. Erin Moriaty, Robyn Weigert

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