Crítica | Guardiões da Galáxia Vol.1 (2014)

Em 2014, a Marvel faria sua aposta mais arriscada que abriria as portas para um dos títulos mais desconhecidos e impopular a  ganhar  suas própria adaptação cinematográfica. O resultado foi melhor do que nós esperávamos, o filme arrecadou mais de 750 milhões dólares mundialmente e fez de James Gunn e seus Guardiões da Galáxia , os queridinhos de 2014, e com mérito.

A  trama do filme conta a historia de Peter Quill (Chris Patt), um fora da lei que foi abduzido quando criança. Vivendo entre os piores, Quill vira um saqueador’’ tapado’’ com charme de Indiana Jones. Um dos artefatos que está em sua mira é um orbe misterioso. Já recuperando o item, torna-se alvo de diversos mercenários e alienígenas poderosos que também estão à procura do orbe, objeto misterioso de valor inestimável.

O maior mérito para Guardiões da Galáxia foi resgatar a qualidade narrativa que havíamos visto em Homem de Ferro, enquanto consegue se tratar de uma história que parece descolada de todos os outros filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. E ao mesmo tempo nos apresenta pela primeira vez o universo cósmico da editora. Nos apresentando parcialmente os seres cósmicos gigantescos mesmo que brevemente os Celestiais, a aparição rápida e mais imponente de Thanos, os Krees, O Colecionador interpretado pelo ator Benicio del Toro, brilhantemente cheio de características excêntricas.

As paleta de cores usada na fotografia do filme, faz toda a diferença  aqui, transformando o longa como um verdadeiro filme de quadrinhos, cores mais quentes em contraste com cores sóbrias são notados desde o marketing do filme!

Algo notável da estrutura do roteiro de James Gunn e Nicole Pearlman , foi o cuidado com os personagens, conseguindo equilibrar a presença de seus personagens em tela, sem pecar no foco excessivo em Peter Quill, o Senhor das Estrelas. Rocket  (Bradley Cooper) é o personagem que carrega a maior carga dramática do longa, mesmo sendo o mais utilizado para fazer piadas e soltar frases de efeito em algumas ocasiões, sua interação com Groot faz toda a diferença. Drax, o Destruidor (Dave Bautista), um brutamontes que jurou vingança contra Ronan após este matar sua família, não brilhou tanto nesse filme, mas tem seus momentos cômicos que variam de algo canastrão sem muita graça para algo realmente com graça. Gamora (Zoe Saldana), mesmo que não faça plenamente justiça à fama de ”mulher mais perigosa do universo’’ que sua contraparte nas HQs possui, a atriz  mostra todo o seu potencial em cenas de ação, mas esperamos que no segundo longa a personagem seja melhor desenvolvida.

A trilha sonora, com músicas escolhidas a dedo pelo diretor James Gunn para os momentos certos do longa, demonstra um cuidado por parte de Gunn que logo nos conecta imediatamente ao filme, ao mesmo tempo que tenta trazer uma certa nostalgia de filmes de aventura dos anos 80.

Algo um pouco cansativo que o filme não deveria ter utilizado novamente no clímax do terceiro ato. São as ameaças que caem do céu, em rota de colisão com a superfície. Isso já era visto em Thor: O Mundo Sombrio, Capitão América : Soldado Invernal, Os Vingadores e ainda volta a ser repetido em Vingadores: Era de Ultron, algo que poderia ter sido evitado aqui já que o longa se mostrou bastante criativo e inventivo. James Gunn pelo menos conduziu magistralmente uma sequência criativa de luta aérea que logo associamos a Star Wars.  Algo que pecou no filme, foi o desenvolvimento de Ronan(Lee Pace), no qual foi muito bem interpretado pelo ator e teve um  desfecho do seu arco de forma medíocre, um desperdício de um personagem que poderia dar trabalho futuramente se fosse bem trabalhado dentro do Universo Cinematográfico Marvel.

Falando nisso, a direção de James Gunn certamente é o grande diferencial no longa. Sendo a mais criativa dos filmes Marvel Studios , com toda a certeza. A variedade de planos, de sacadas inteligentes de encenação, do  aproveitamento da fotografia , o uso de cores vibrantes e esquemas de iluminação mais elaborados por Ben Davis que finalmente eleva a qualidade  cinematográfica.

Conclusão:

Guardiões da Galáxia Vol. 1 é insanamente divertido e irreverente, que soube flertar com ficção cientifica ( space opera), mesclando com aventura com maestria. O mais alto risco da Marvel Studios que nos surpreendeu e trouxe um frescor ao gênero de heróis em 2014, costurando humor, nostalgia e drama de maneira orgânica, ao mesmo tempo que não esquece que faz parte de um todo, um universo maior do que eles.

Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy – EUA, 2014) Duração: 121 min.

Direção: James Gunn

Roteiro: James Gunn, Nicole Perlman (baseado nos quadrinhos escritos por Dan Abnett e Andy Lanning)

Elenco: Chris Pratt, Vin Diesel, Bradley Cooper, Zoe Saldana, Dave Bautista, Lee Pace, Michael Rooker, Karen Gillan, Djimon Hounsou, John C. Reilly, Glenn Close, Benicio Del Toro, Laura Haddock.

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