Crítica | O Incrível Hulk (2008)

No mesmo ano que foi lançado Homem de Ferro, o inicio do universo cinematográfico Marvel, O Incrível Hulk com distribuição da Universal Pictures foi lançado. No inicio da Marvel Studios , era considerada um estúdio independente, ou seja não tinha a Disney para distribuir as suas produções pelo mundo. Então fazia acordos com a Paramount e a Universal, que por sua vez possuí direitos de distribuição sobre o Hullk.

Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1962, esse icônico personagem foi inspirado pelo famoso romance de terror O Médico e o Monstro, de 1886, escrito por Robert Louis Stevenso. Com um orçamento de 150 milhões de dólares, o filme arrecadou a quantia de 263 milhões de dólares mundialmente, sendo que apenas nos Estados Unidos foram arrecadados 134 milhões de dólares, a bilheteria mais fraca da Marvel Studios.

A história como pano de fundo é sobre o General Thunderbolt Ross  que se reúne com o Dr. Bruce Banner, ( Edward Norton )namorado de sua filha Dra. Betty Ross ( Liv Tyler), em relação a uma experiência que Ross afirma que pretende fazer os seres humanos imunes à radiação gama. A experiência , parte de um programa de “super soldado” da era da Segunda Guerra Mundial que Ross espera recriar , que  falha, e a exposição à radiação gama faz com que Banner se transforme no Hulk por breves períodos de tempo, sempre que sua frequência cardíaca sobe acima de 200. O Hulk destrói o laboratório e fere ou mata as pessoas dentro. Banner se torna um fugitivo do exército americano e Ross em particular.

O diretor Louis Leterrier, começa seu filme já no Rio de Janeiro, mais precisamente na Favela da Rocinha (as filmagens aconteceram em comunidade a da Tavares), onde Bruce está escondido enquanto busca uma erva que acredita ter o poder de curar sua anomalia, a radiação gama que percorre o seu sangue, e que o faz se transformar no monstro Hulk. Só que o General Ross (William Hurt), pai da amada de Bruce, Betty Ross (Liv Tyler), consegue encontrá-lo.

O roteiro de Zak Penn para a produção fora reescrito pelo próprio Norton, que tratou de colocar várias referências ao seriado dos anos 1970. No qual o Bruce Banner era um fugitivo, e tinha que controlar sua raiva para que não virasse o temível Hulk. Uma diferença gritante entre o filme de Ang Lee e esse é a concepção digital de Hulk. Enquanto o primeiro partia para um lado mais cartunesco e surreal para dar vida ao personagem, aqui é voltado para algo mais o realista o possível.

O elenco é ótimo e cumprem bem os seus papeis,  Edward Norton  é talentoso ao extremo, se envolvendo inclusive em algumas polêmicas junto ao diretor para garantir a integridade do filme, acabou não retornando ao papel em Os Vingadores, por ser considerado péssimo para trabalhar devido a sua personalidade  difícil, a própria Marvel disse que ele não  tinha espirito de equipe . Liv Tyler soube passar delicadeza e sensualidade para Betty Ross em momentos sutis para a personagem. William Hurt como o general Ross, faz tão bem o seu papel que logo criamos antipatia por ele de tão bom que é o ator. Tim Roth (Emil Blonsky) , foi um vilão razoável, mas nada memorável, está do mesmo nível que Malekith.

Os efeitos visuais não envelheceram muito bem, em algumas cenas mais escuras, o CGI funciona melhor, como no terceiro ato na batalha contra o temível Abominável. A luta entre os dois é bem brutal, mas o Abominável está apenas como um entretimento deslocado da trama, está apenas ali para ter a cena de força bruta x força bruta.

A trilha sonora, composta por Craig Armstrong, é mais um ponto positivo da produção. Para deleite dos mais nostálgicos, o compositor ainda insere trechos de “The Lonely Man”, clássico tema do antigo seriado.

As referencias ao universo Marvel, foram muito bem colocadas, como o próprio programa do supersoldado e participações efetivas da agência de espionagem S.H.I.E.L.D. e de Tony “Homem de Ferro” Stark, novamente vivido por Robert Downey JrO Incrível Hulk foi uma ótima oportunidade de dar um fôlego real a um personagem extremamente bacana, com um pano muito bom e história suficiente para incontáveis continuações respeitosas e divertidas como essa. Mas que infelizmente não teremos, devido a problemas envolvendo direitos autorais.

O Incrível Hulk (The Incredible Hulk, EUA – 2008)

Duração: 112 min

Direção: Louis Leterrier

Roteiro: Zak Penn

Elenco: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, William Hurt, Tim Blake Nelson, Ty Burrell, Christina Cabot, Peter Mensah, Lou Ferrigno

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