Crítica | Thor (2011)

A Marvel Studios no ano de 2011 já estava fazendo historia, criando uma teia de conexões assim como nos quadrinhos, só que no cinema, que não são necessariamente continuações um do outro, mas que convivem no mesmo universo e estavam relacionando-se uns com os outros. A escolha de Kenneth Branagh para a direção de Thor, baseado no personagem criado por Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber, surpreendeu muita gente quando foi anunciada. O diretor era conhecido por ser muito autoral em suas produções. Kevin Feige  freou muito o diretor, que teve que equilibrar tudo para que fluísse e conectasse para o vindouro filme da fase 1, em Os Vingadores.

A trama é simplória , acompanha  Thor  que se prepara para ascender ao trono de Asgard, mas é interrompido quando os Gigantes de Gelo tentam recuperar a caixa. Contra a ordem de Odin, Thor viaja para Jotunheim para enfrentar Laufey, acompanhado por seu irmão Loki, sua amiga de infância Sif e os Três Guerreiros Volstagg, Fandral e Hogun. Uma batalha acontece até Odin intervir para salvar os Asgardianos, destruindo a frágil trégua entre as duas raças. Devido à arrogância de Thor, Odin tira-lhe todo o poder divino e bane-o para a Terra como um mortal acompanhado de seu martelo Mjölnir, agora protegido por um encantamento para permitir que apenas os dignos possam empunhá-lo.

Ao contrário de Homem de Ferro e O Incrível Hulk, no qual se voltam apenas para os seus protagonistas. Em Thor temos um longa que privilegia todo o seu elenco, atentando principalmente para o que é o pilar dramático do filme, o complexo relacionamento entre Odin, Thor e Loki.

Aliás Tom Hiddleston deu um show de atuação como Loki, que por sua vez é um personagem complexo, tridimensional, não o vemos como um completo vilão, e sim como uma pessoa que deseja realmente estar no trono por se achar capaz de fazer o melhor para seu povo. Seus erros são construídos de maneira verossímil , mesmo que de maneira óbvia, e conseguimos compreender porquê ele passa a agir diferente. Já Chris Hemsworth, já não passa complexidade, apenas vemos um certo talento para veia cômica em algumas cenas, sua aparência física é ressaltada, pois convenhamos o cara é bonito mesmo, mas ele não passa um forte carisma que faça o espectador torcer por ele. Anthony Hopkins é fantástico como Odin, não podia ser diferente com um ator do calibre dele, passa toda uma imponência e elegância que o Pai de Todos deveria ter.

Natalie Portman, revela seu lado nerd ao viver com olhar esperançoso a astrofísica Jane Foster, responsável por perceber na Terra a possível ligação com outros mundos mais desenvolvidos. O romance entre Thor e Jane acaba um pouco apressado, algo que não deveria ter sido resolvido logo nesse filme e sim em sua sequencia, assim como foi com Peper Pots  e Tony Stark. Clark Gregg retorna ao universo Marvel como o Agente Phil Coulson de forma orgânica, nos lembrando da presença constante da S.H.I.E.L.D , no inicio deste universo, junto aos heróis.

Definitivamente o maior triunfo de Thor é a capacidade de agradar os fãs do gênero, com lutas, efeitos especiais e uma bela fotografia, além do roteiro fiel aos quadrinhos, e ao mesmo tempo fazer com que os leigos em histórias de super-heróis da Marvel consigam compreender, o universo que está sendo apresentado.

Thor não é um marco cinematográfico, e nem pretende ser. Apenas cumpriu o seu papel de ser ponte para o filme Os Vingadores. Mesmo com seus problemas, ainda é um bom divertimento, para os fãs da Marvel ou não.

Thor (Idem, EUA – 2011) , Duração: 115 min

Direção: Kenneth Branagh

Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz, Don Payne

Elenco: Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgård, Idris Elba, Ray Stevenson, Josh Dallas, Clark Gregg, Jaimie Alexander, Rene Russo

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