Crítica | American Horror Story: Asylum (2012)

Após todo o sucesso feito pela primeira temporada com aclamação do público e da crítica recebendo vários prêmios, em Outubro de 2011 a série foi renovada para a segunda temporada onde os produtores da série falaram que a temporada iria mudar de locação e de personagens. Agora a história se passaria em um hospício em 1964, bem diferente do mostrado na primeira temporada, com algumas voltas aos tempos atuais.

A história se passa no Asilo Briarcliff onde o espectador acompanha a jornalista Lana Winters que deseja subir em sua profissão e tem um furo de reportagem perfeito para isso: ela iria entrar em um dos hospícios mais polêmicos da história para tentar uma entrevista com um dos assassinos mais perigosos que já havia se tido notícia, o Bloodface. Porém, ao contrário do que ela pretendia, ela se torna uma interna no hospício e descobre que o lugar é muito mais perigoso do que ela imagina.

Se no roteiro na primeira temporada tinha algo mais conciso contando praticamente com apenas fantasmas e serial killers; agora nessa segunda há zumbis, possessões, aliens, experimentos malucos e tudo mais. E quase todos esses arcos são aprofundados e desenvolvidos atraindo o espectador para o lugar macabro que é Briarcliff. Apenas o arco envolvendo os aliens que é desenvolvido de maneira rasa oferecendo muito mais perguntas do que respostas com tais questionamentos que, provavelmente, jamais serão respondidos.

O roteiro também acerta em explorar muito bem o conflito entre os seus personagens já que todos eles passam por imensos conflitos pessoais durante a temporada. Temos a jornalista que é perseguida por ser homossexual, o inocente que foi incriminado e está de luto pelo desaparecimento de sua esposa, a freira que tem vários pensamentos pecaminosos sendo envolvida numa crise de fé ao mesmo tempo em que é perseguida pelo seu passado, o monsenhor que deseja saber o que realmente acontece dentro do asilo e que ao mesmo tempo pretende ignorar tais fatos se isso o ajudar a subir em sua profissão e por ai vai. O roteiro, bem distribuído ao longo dos treze episódios, consegue fazer com que os espectadores se afeiçoem a grande parte dos personagens enquanto outros conseguem ser tão odiosos que o espectador torce por sua morte.

E o que falar do elenco? Os atores dessa segunda temporada conseguiram se sobressair ainda mais do que na primeira. Sarah Paulson comprova os motivos de muitos que acharam que ela não foi aproveitada na temporada anterior oferecendo uma protagonista forte, bem determinada e inteligente. Já Jessica Lange nos mostra toda a sua diversidade onde no começo a sua personagem tem uma persona imponente demonstrando aos poucos as suas fragilidades com no decorrer da temporada ela deixando cada vez mais de se tornar sã com longos momentos em que ela perde o senso de realidade. Sem dúvida alguma, um dos seus melhores e poderosos papéis na série. Outra atriz que também se destaca é Lily Rabe com a freira possuída Mary Eunice, chegando a surpreender a facilidade com que alterna entre a mais pura inocência e o mal encarnado.

Zachary Quinto dá um completo show de atuação com um personagem surreal e complexo fazendo com que a sua indicação ao Emmy seja algo totalmente justificável. Suas cenas contracenando com Paulson são ótimas. Outro que se destaca em cena é James Crowell como o temível Dr. Arden sempre impondo presença em tela. Evan Peters tem seus bons momentos em tela também, mas o seu personagem sofre com o já citado arco mal desenvolvido em relação aos alienígenas.

O episódio 10 da temporada, “The Name Game”, concorre facilmente a um dos melhores episódios de toda a série, sendo o incontestavelmente o melhor episódio de toda temporada com um desempenho sensacional de Jessica Lange, contando com um divertido e estranho número musical, que explora toda a psique de sua personagem.

Toda a criação de Briarcliff é muito bem feita com ambientes cheios de detalhes. Chegam a ser desumanas os tratamentos que alguns dos personagens sofrem ao decorrer da temporada. Briarcliff é um espaço fechado sem esperança alguma de melhora. O assassino Bloodface é incrível com inspirações óbvias ao notório assassino Ed Gein, este por sua vez que inspirou vários assassinos famosos do cinema, como Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica), Norman Bates (Psicose) e Buffalo Bill (O Silêncio dos Inocents). A máscara utilizada pelo assassino é aterradora. A abertura volta a se destacar com o seu famoso tema. A música utiliza muitos nos episódios para tortura os pacientes, “Dominique”, ficará presa na cabeça do espectador.

American Horror Story: Asylum” é uma louca viagem. No melhor sentido da palavra.  Brindando o espectador com um lugar sombrio e excelentes atuações, não será surpresa encontra-la em lugares altíssimos em listas sobre os rankings de temporadas da série. Ao fim do último episódio, será necessário dar entrada em um manicômio de tanta loucura que foi apresentada.

Título Original:  “American Horror Story: Asylum” (2012)

Showrunners:  Ryan Murphy e Brad Falchuk

Direção: Bradley Buecker, Michael Uppendahl, Alfonso Gomez-Rejon, David Semel, Michael Rymer, Michael Lehman, Jeremy Podeswa, Craig Zisk

Roteiro: Tim Minear, James Wong, Jennifer Salt, Jessica Sharzer, Brad Falchuk, Ryan Murphy,

Elenco: Zachary Quinto , Jessica Lange , Sarah Paulson , Evan Peters ,Lily Rabe, Lizzie Brocheré , Joseph Fiennes, James Cromwell

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