Recomendação | Psicopata Americano com Christian Bale!

Psicopata Americano retrata de forma crítica o comportamento e a mente de um Yuppie, jovem executivo com salários altos e demasiadamente preocupados com a auto-imagem. O termo surgiu nos anos 80 junto a consideráveis mudanças no estilo de vida americano, uma espécie de transição da cultura Hippie para a cultura Yuppie, onde o individualismo e a competitividade do capitalismo tornaram-se mais intensos.

A diretora Mary Harron, que assina também como roteirista do filme juntamente com Guinevere Turner, passeia pela mente doentia do jovem narcisista  Patrick Bateman (Christian Bale), mostrando que nem sempre (ou quase nunca), somos o que aparentamos. O filme foi lançado em 2000, sem alcançar grande bilheteria, e com o passar dos anos foi despertando maior interesse.

Sinopse

Patrick Bateman é  um jovem executivo cuja maior preocupação é conseguir uma boa reserva em um restaurante caro, seu circulo de amizades se resume a um bando de Yuppies como ele, alheios ao resto do universo e preocupados com a imagem e o status social. Bateman seria mais um de um grupo comum, não fosse sua sede de sangue e sua mente sádica. Durante o dia exerce suas atividades no escritório, mas durante à noite sai a caça de suas vítimas. Sua perturbação latente se intensifica com o caráter competitivo do grupo ao qual faz parte, e a sede de sangue se eleva na mesma proporção…

Do que se trata?

Além de possuir elementos de terror e suspense, o filme é uma crítica a um grupo peculiar de indivíduos, e uma espécie de zoom na mente de um Yuppie psicótico, um exercício para ver o que se passa na cabeça de uma pessoa sem um pingo de sentimento, empatia ou consideração por outros indivíduos. A direção se preocupa em situar a produção nos anos 80, só que de forma sutil, através de penteados, roupas, músicas e principalmente com o comportamento de cada personagem.

Christian Bale

Antes de ser o melhor Batman de todos os tempos, Bale foi Patrick “Bateman”, tão surtado quanto o Coringa a propósito e talvez mais sádico, Bateman tem total consciência do que é, uma casca vazia fadada a sustentar uma imagem de sucesso enquanto mascara sua natureza animalesca. Ao se encarar no espelho, Bateman  reflete a respeito de si mesmo e chega a conclusão de sua própria inexistência, simplesmente um produto do meio, um ser que finge se importar com as pessoas ao seu redor, mas as vê como gado. Particularmente, sou fã do ator desde que assisti ao filme “O Operário”, meu favorito, (à propósito preciso fazer uma resenha sobre ele), mas foi em Psicopata Americano que Bale demonstrou todo seu talento e perfeccionismo, em uma performance memorável repleta de sarcasmo, fúria e desespero. Jamais imaginei que assistiria a uma cena envolvendo uma serra elétrica que fosse tão fantástica quanto a do primeiro “Massacre da Serra Elétrica”, mas o que Patrick Bateman faz com a ferramenta, deixará você atônito.

Elenco

O elenco tem alguns nomes conhecidos, Willem Dafoe, Jared Leto (esse é conservado no formol, é incrível notar que em 17 anos o sujeito pouca coisa mudou) e Reese Whithespoon são os mais populares.

Temática

O filme exagera no humor negro para revelar o nível de indiferença e hipocrisia do estilo de vida americano,  Patrick Bateman é capaz de dissimular sua preocupação com a violência e demais problemas sociais do terceiro mundo em uma conversa entre amigos, mas as verdadeiras preocupações de seu grupo social ficam restritas a qual o melhor cartão de visitas, terno ou apartamento mais bem localizado. A rotina de cuidados com o corpo que Bateman demonstra, chega a incomodar, parecendo mais um ritual do que zelo propriamente dito, a diretora deixa bem claro seu ponto de vista a respeito da cultura YUPPIE, é basicamente o culto do “EU”, o individualismo preponderante do capitalismo. Apesar de todo o drama do protagonista, não se engane, o filme é bem pesado e repleto de cenas chocantes, é um autêntico Terror/Suspense.

Conclusão

É realmente uma pena que esse filme passe despercebido pela maioria das pessoas, serve perfeitamente como entretenimento e de certa forma, como uma auto-crítica que todos devemos fazer… De que lado estamos? Será que enxergamos as outras pessoas como meros fantoches corporativos, nos importamos com os problemas das outras pessoas? Somos o Patrick Bateman ou somos apenas os indivíduos condescendentes à mercê do psicopata mais próximo?

Psicopata americano sofreu infindáveis boicotes no lançamento, justamente por colocar os executivos na frente de um espelho, o filme é um mar de sangue e violência, longe de ser gratuita, vale cada segundo na frente da TV!

Fica aí a recomendação do Ciclope, o Coadjuvante!

Até a próxima! 

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