Crítica | Vingadores: Era de ultron (2015)

Vingadores : Era de Ultron pega tudo o que deu certo em Vingadores e extrapola à quinta potência na tentativa de criar um filme maior e melhor que supere seu antecessor e estabeleça novos paradigmas para os filmes de super-heróis.Tudo que estava mais latente no primeiro filme dos Vingadores,  apareceu com mais força  em Era de Ultron. Vemos a primeira formação de certas ‘panelinhas’’ entre os integrantes dos Vingadores como Gavião Arqueiro e Capitão América de um lado , Homem de Ferro e Bruce Banner do outro. Algo que deu a deixa  para ser trabalhado futuramente em Capitão América: Guerra Civil.

A trama começa em Sokovia, os Vingadores Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Viúva Negra, Gavião Arqueiro e Hulk invadem um posto avançado da Hidra liderado pelo Barão Wolfgang von Strucker, que tem feito experiências em humanos usando o cetro anteriormente utilizado por Loki. Tony Stark e Bruce Banner descobrem uma inteligência artificial em um programa da Hidra, e secretamente, usam-na para concluir o programa de defesa global de Stark, denominado Ultron. Inesperadamente Ultron desperta e ao refletir sobre sua missão, ele conclui que para se alcançar a paz solene , é necessário destruir a raça humana.

É importante frisar,  que o diretor Joss Whedon repete temas do filme de 2012, tanto no roteiro como na direção. Com a câmera principalmente, e não há nada de errado nisso. Pelo contrário, é louvável que ele use isso como rimas visuais ao primeiro filme. Então, temos o uso de câmeras num ”contra-plongé” , que são posicionadas embaixo e apontando para cima – quando os Tony, Bruce (Mark Rufallo) e James Rhodes/Máquina de Guerra (Don Cheadle) tentam levantar o Mjolnir de Thor (Hemsworth). E notem especialmente a quebra quando Steve/Capitão América(Evans), mexe milimetricamente o martelo. Nesse momento, a câmera se iguala a altura de onde o deus nórdico está sentado, mostrando uma momentânea equivalência.

O núcleo envolvendo o Gavião Arqueiro é outro ponto alto do filme. Renegado a ser um escada por causa da sua falta de superpoderes, ele mesmo se questiona a importância dele no meio da equipe (Porque até mesmo Natasha é uma aprimorada em escalar menor, é claro comparado aos outros). Mas aqui ele tem uma participação importante que ajuda a reagrupar os combalidos e derrotados Vingadores para que eles se tornem uma equipe novamente e se unam para derrotar o Ultron.  Em falar nele,  o primeiro ato no qual aparece, o vilão transmite em um clima tenso, a ameaça que poderá ser. O frustrante em relação ao Ultron é que no segundo ato em diante, tudo isso se perde por mal desenvolvimento, combinado com uma má edição na pós produção.

A tentativa de criar um relacionamento amoroso entre Bruce Banner e a Viúva Negra suou gratuito e desnecessário, já que o envolvimento não acrescenta nada, a nenhum dos dois personagens. Os dois possuem algo em comum e em alguns bons momentos se abrem um com o outro, de modo que jamais vimos esses personagens fazerem, mas Natasha também já tinha compartilhado um pouco sobre si com o Steve Rogers no segundo filme do herói, e nem por isso se envolveram romanticamente.

Visão (Paul Betanny) tem sua aparição construída dentro da trama, que atua  na narrativa sob diferentes e complexas camadas, sabendo intercalar muito bem a calmaria que o personagem exala quando chega. Em contrapartida, temos também o surgimento de personagens “aprimorados”, que vem lá de Agents of S.H.I.E.L.D., antes da estreia oficial de Vingadores: A Era de Ultron. Enfim, o termo é utilizado para definir seres humanos que tem super-poderes, como o Mercúrio e a Wanda por motivos de direitos autorais no qual apenas a FOX pode utilizar o termo mutante por motivos óbvios.

O aguardado confronto entre Hulk vs Hulkbuster, foi um dos pontos altos do filme. Temos toda aquela pancadaria que se esperava. Apesar de batalhas gigantescas e com muitos personagens envolvidos, em momento algum nos perdemos nas sequências de batalha, em meio a escombros explosões e robôs. Mas é possível que alguns sintam  a falta de momentos de respiro. Nesses momentos que deveriam ter pausas, são substituídos por momentos de humor, que as vezes quebraram o clima, que se perpetuou em cenas sérias.

Os traços humanos de Ultron, como a raiva de ser comparado a Tony, que é de certa maneira é seu ”pai ”, foi uma boa estratégia do roteiro para não criar um vilão preto e branco. E isso também o conecta rapidamente aos irmãos Maximoff, no qual muitos não interpretaram direito a motivação dos personagens órfãos, Wanda e Pietro , que não são de má índoles, eles só acreditavam que a Hidra trariam mudanças a humanidade, e logo também se juntam ao Ultron uma figura quase paterna que também prometeu o mesmo. Não se perdeu qualquer coesão quando se uniram aos Vingadores, principalmente ao Tony Stark, pois Wanda e Pietro  não perdoaram  Stark, mas se uniram a uma causa maior, salvar a terra !

O detalhes no visual, na direção de arte no qual Mattew Broderick foi o responsável , devem ser lembrados, como o tom sujo em Wakanda, a diferença entre fotografias dos sonhos de Steve (vermelhos), Thor (dourados) e Natasha (cinzas) e os efeitos de velocidade de Pietro e Wanda, um tanto sutis reforçando, mais uma vez, o que discuti acima sob andarmos entre semideuses. Algo que deixou a desejar foi a trilha sonora de Brian Tyler e Danny Elfman, que teve um resultado extremamente inferior a do Alan Silvestri no primeiro filme.

Longe de ser o melhor filme do Universo Cinemático Marvel, Vingadores: Era de Ultron é um filme mediano, é diversão garantida. Porém o filme não chega aonde pretendia chegar por ter alguns poucos  problemas – como condensar um excesso de personagens e acontecimentos nas 2h20min ( o filme sofreu um corte de 40 minutos), que não são suficientes para tanto. E parece existir uma preocupação exagerada em dar ao público exatamente aquilo que ele espera. Com isto o grande hype em torno  do filme na época acabou não correspondendo.

  • Um fato importante, que poucos souberam na época e que é um complemento para o filme. Em Agents of S.H.I.EL.D., mais precisamente no capítulo 2×19, é nada mais que um episodio prelúdio do filme muito importante conferir, The Dirty Half Dozen. Coulson e sua equipe é quem conseguem descobrir a localização exata da fortaleza de Strucker em Sokovia e passa a informação para Maria Hill. Para que os Vingadores possam agir.

Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron – EUA, 2015), Cor, Duração: 141 min.

Direção: Joss Whedon

Roteiro: Joss Whedon

Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Linda Cardellini, Chris Hemsworth, Aaron Taylor-Johnson, Hayley Atwell, Cobie Smulders, Elizabeth Olsen, James Spader, Jeremy Renner, Paul Bettany, Thomas Kretschmann, Samuel L. Jackson

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