Lista | 100 Anos de Jack Kirby: 5 Grandes Obras do “Rei dos Quadrinhos”

2017 é um ano muito especial para os fãs de quadrinhos, principalmente para os fãs de super-heróis e da Marvel Comics. Não só por causa dos filmes de super-heróis da editora mas porque um dos “avôs” desse Universo Cinematográfico que tanto encanta milhares de pessoas todos os anos estaria completando este ano 100 anos se estivesse vivo. É claro que estamos falando de ninguém menos do que Jack Kirby.

Jack “The King” Kirby

Nascido em 28 de agosto de 1917 e falecido em 6 de fevereiro de 1994 aos 76 anos, Jacob Kurtzberg, mais conhecido pelo mundo como Jack Kirby, construiu ao longo de quase 60 anos uma genial e prolífica carreira nos quadrinhos concebendo e criando personagens e equipes icônicos, histórias que se tornariam alguns dos grandes clássicos da nona arte e, ao lado de Stan Lee, foi a grande mente por trás da gênese do Universo Marvel nos quadrinhos da década de 60. Universo que, décadas depois, se tornaria a base para o bilionário Universo Cinematográfico da Marvel.

Esses feitos alçaram Jack Kirby ao status de lenda e valeu-lhe o titulo de “Rei dos Quadrinhos”. Neste ano em que se celebra a vida e obra desse gênio, essa é uma pequena homenagem dos Geeks in Action ao imortal Jack Kirby: uma lista de 5 excelentes quadrinhos feitos por Kirby. Histórias que décadas após terem sido concebidas, continuam a encantar novos e velhos leitores em todo o mundo.

 

1 – Capitão América (Captain America #1 – 10)

A parceria Kirby/Simon pode não ser tão celebrada hoje quanto a parceria Lee/Kirby, mas Jack Kirby e Joe Simon também formaram nos anos 40 e 50 uma das melhores duplas dos quadrinhos jamais vistas. O grande marco dessa parceria foi sem duvida a criação de um dos mais icônicos heróis dos quadrinhos: O Capitão América. Criado por Kirby e Simon em 1940, o Capitão América fez seu grande debut na revista Captain America #1 onde logo na capa já mostrava para o que veio ao desferir um belo soco bem no meio das fuças dos próprio führer Adolf Hitler.

A dupla Kirby/Simon ficou a frente da revista nas dez primeiras edições e durante esse período, as perspectivas dinâmicas de Kirby, seu uso de quebras dos quadros sequenciais e seu senso de ação desenfreada não apenas fizeram do Capitão América um sucesso imediato, mas também elevou o animo de uma nação prestes a entrar em um grande conflito além de estabelecer formas inovadoras de se fazer quadrinhos de super-heróis.  

2 – Kamandi: O Ultimo Garoto da Terra ( Kamandi: The Last Boy on Earth #1-40)

Kamandi: O Ultimo Garoto da Terra foi um quadrinho criado por Jack Kirby para a DC em 1972. Logo na capa da primeira edição percebe-se a grande influência desse quadrinho: o filme de grande sucesso Planeta dos Macacos (inclusive, a revista foi criada porque a DC na época não conseguiu os direitos para adaptar o filme para os quadrinhos). O quadrinho é protagonizado por Kamandi, um adolescente vivendo em uma Terra pós-apocalíptica após ser devastada por um evento misterioso chamado apenas de “O Grande Desastre”.

O Grande Desastre exterminou grande parte da humanidade e reduziu os poucos grupos de humanos sobreviventes a um estado de selvageria enquanto a Terra passou a ser governada por animais inteligentes e evoluídos. Kamandi é um dos poucos humanos inteligentes que restaram e, ao lado de seus amigos tanto humanos quanto animais, explora e vive grandes aventuras nessa Terra com a esperança de um dia restaurar a humanidade e a civilização.

Além de criar todo esse universo, Kirby esteve a frente da revista por 40 edições sendo responsável tanto pela arte quanto pelo roteiro. Já um reconhecido mestre da nona arte naquela época, Kirby emprestou todo seu talento e estilo cinematográfico para tornar Kamandi um dos quadrinhos de aventura e ficção-cientifica favoritos dos fãs na época.

3 – Novos Deuses (New Gods #1 – #11)

No inicio dos anos 70, após uma série de conflitos criativos com a Marvel Comics e pessoais com Stan Lee, Jack Kirby deixou a Casa das Idéias e foi trabalhar na DC Comics. Na Editora das Lendas, Kirby pôde levar para os leitores o seu projeto pessoal mais ambicioso até então: A saga O Quarto Mundo, uma meta-série inicialmente planejada para ser a continuação de Kirby em seu run na revista do Thor e que abrangia quatro revistas escritas e desenhadas por Kirby: Superman’s Pall Jimmy Olsen, Forever People, Mr Miracle e New Gods.

Em New Gods (Novos Deuses no Brasil) lançada em 1971, Jack Kirby deu sua maior contribuição para a DC e criou um dos melhores conceitos das HQs de super-heróis: após o Ragnarok, a existência dos “antigos deuses” chega ao fim (uma referência direta ao que Kirby vinha trabalhando na Marvel em Thor). De seu mundo devastado dois planetas-irmãos surgem e em cada um deles, a próxima geração de deidades nasce: eles são os Novos Deuses. A idílica Nova Gênese é governada pelo benevolente Izaya, O Pai Celestial, enquanto a sombria Apokolips vive sob a mão de ferro do tirânico Darkseid.

Nas onze edições de Novos Deuses feitas por Kirby, o Rei fez aquilo que fazia de melhor: misturou mitologia com ficção cientifica e conceitos bíblicos, expandiu de maneira primorosa o universo cósmico da DC criando personagens que se tornariam ao longo dos anos crucias para a editora como Órion, Lightray , Metron, Senhor Milagre, Grande Barda, Vovó Bondade, Lobo da Estepe e principalmente Darkseid, além de ter criado elementos que se tornariam marca registrada da editora como o tubo de explosão, a cadeira Mobius e os comutadores-vivos chamados de Caixas-Maternas (que terão um importante papel, junto com o Lobo da Estepe, no vindouro filme da Liga da Justiça).

4 – Eternos (Eternals #1 – #19 e Eternals Annual #1)

Após seu período trabalhando na DC, Kirby voltou para a Marvel em 1976. Com carta branca para fazer o que quisesse e sem mais vontade de voltar a trabalhar com os heróis que havia ajudado a criar décadas atrás, Kirby resolveu criar uma nova história para marcar seu retorno inspirado em obras como “Eram os Deuses Astronautas?” de Erich von Daniken e “O Fim da Infância” de Arthur C. Clark, e assim surgiu Os Eternos. O conceito dos Eternos criado por Kirby, assim como os diversos outros que já havia criado em décadas de carreira, era simplesmente genial.

A milhões de anos, uma raça extraterrestre de seres colossais e altamente tecnológicos chamados de Celestiais veio a Terra e fez experimentos genéticos nos primeiros Homo Sapiens. Desses experimentos duas novas raças nasceram: Os Eternos, superseres geneticamente estáveis, superiores e imortais, e os Deviantes, criaturas com genoma instável e aspecto grotesco. Enquanto os Eternos tomaram como função ajudar o Homo Sapiens a evoluir da melhor forma possível e passaram a ser cultuados como deuses por causa disso, dando origem assim às divindades de diversas culturas como os deuses greco-romanos, os Deviantes se tornaram inimigos dos Eternos e do Homo Sapiens, sendo assim temidos e originando os demônios e entidades maléficas das civilizações.

Nas 19 mensais edições (e uma edição anual) de Eternos, Kirby entrega um quadrinho de ficção de cientifica da maior grandeza. Tanto no roteiro elaborado com personagens muito bem escritos e com personalidade, quanto na arte que é simplesmente magnífica, seja no traço e design dos personagens (com destaques para os gigantescos Celestiais que já foram inclusive vislumbrados no MCU em Guardiões da Galáxia) aos cenários e sequências quadro a quadro de tirar o fôlego.

 5 – Trilogia de Galactus (Fantastic Four #48 – #50)

Jack Kirby e Stan Lee ficaram a frente da revista do Quarteto Fantástico por mais de 100 edições. Um dos pontos altos dessa longa fase (senão O ponto alto dela) foi um arco que se estendeu por três edições de QF (#48, #49 e #50) e recebeu posteriormente o titulo de “Trilogia de Galactus”. Neste arco, após retornarem de mais uma de suas aventuras, o Quarteto se depara com estranhos fenômenos ocorrendo nos céus de Nova York, imediatamente tomados pela população como o prenúncio do fim dos tempos.

Logo o Quarteto descobre que esses fenômenos são ilusões criadas por Uatau, O Vigia. Seu objetivo com isso é esconder a Terra de um viajante cósmico que está em busca de um planeta com energia vital para alimentar a fome da maior força do universo: Galactus, O Devorador de Mundos. Esse viajante é ninguém menos do que O Surfista Prateado,  arauto de Galactus. Uma vez que as ilusões do Vigia falham em afastar o Surfista e Galactus chega à Terra para consumi-la, Reed, Sue, John e Ben se tornam a ultima esperança da Terra contra a iminente extinção.

Não é exagero dizer que a Trilogia de Galactus é talvez a primeira grande história do Universo Marvel, além de um clássico absoluto dos quadrinhos e da Era de Prata. A genialidade combinada de Kirby e Lee constrói uma trama com uma tensão e senso de urgência nunca antes vista nas HQs de super-herói até então, repleta de diálogos incríveis (destaque para o embate fenomenal entre o Vigia e Galactus) e sequencias de arte igualmente magníficas, como a viagem do Tocha-Humana em busca do Nulificador Total e o painel mostrando a nave de Galactus em todo sua glória e grandeza (uma verdadeira obra de arte), que tornam a Trilogia de Galactus um quadrinho essencial para qualquer amante da nona arte.

 

Vida longa ao Rei!

É isso aí Geeks! Espero que tenham gostado do post. É claro que Jack Kirby possui muitas outras obras fenomenais que acabaram não entrando na lista. Então não deixem de comentar quais suas HQs favoritas que levam a assinatura do Rei dos Quadrinhos. Grande abraço e até a próxima!

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