Game of Thrones se tornou a a série que quebrou de vez a barreira entre cinema e TV. Enquanto o cinema sofre com roteiros repetitivos e comerciais, e as obras mais artísticas são deixadas muitas vezes de lado, a televisão transformou-se no covil dos melhores roteiros e desses tão requisitados profissionais.
Depois da morte de Ned Stark e da ascensão de Joffrey ao trono de ferro na segunda temporada, uma guerra por poder corre por toda Westeros. E por todos os reinos, o que vimos nesta 3ª temporada foi a briga pelo poder, de uma maneira chocante. Jon Snow seguiu interpretando seu papel de enganar os Selvagens, fazendo-se passar por um deles, mas no meio do caminho apaixonou-se por Ygritte e se viu num dilema que basicamente o acompanhou até o último capítulo, quando ele conta para Ygritte que a ama, mas que precisa voltar para casa. Neste instante, ele escolhe a honra ao invés do amor.
A saga da última descendente dos Targaryen na Baía dos Escravos foi um dos pontos altos desta temporada, e apesar de ter tido menos tempo de tela em relação a temporada anterior, Daenerys teve alguns dos momentos mais emblemáticos, como a tomada do exército de Imaculados e a conquista de Yunkai. Em ambos os casos ela liberou milhares de escravos, conquistando muito aliados, mas também novos e poderoso inimigos.
Em Porto Real, pudemos ter uma noção da real influência que Tywin Lannister tem sobre seus filhos e inclusive sobre Joffrey. Tanto Cersei como Tyrion tem personalidades fortes e sua própria agenda, porém tudo sempre acaba ficando em segundo plano quando se trata de seguir aquilo que é comandado pelo patriarca da família.
No confronto entre os Reis de Westeros, Robb Stark foi quem teve maior destaque. Teve que punir com a morte um de seus maiores aliados por executar prisioneiros, situação que chegou a este ponto devido a insubordinação de sua mãe (que havia libertado Jamie Lannister no fim da segunda temporada) , a quem ele também puniu, mas de forma muito mais branda.
Ao contrário dos demais pretendentes ao trono, Robb nunca se declarou Rei, ele foi reconhecido como um por seu povo, além disso, sua briga não era pelo trono no sul, mas sim para retirar do trono quem ele considerava um falso rei e o responsável pela morte de seu pai. Talvez essa seja a razão de ser tão fácil simpatizar com o personagem, ele sempre tomou um rumo diferente dos demais, sendo inclusive mais idealizado do que seu próprio pai.
O nono episódio de Game of Thrones foi um dos acontecimentos mais épicos e inesperados da história da televisão, um espetacular muito bem dirigido e uma fotografia excelente. Os fãs que não leram os livros ficaram chocados e até mesmo os que leram foram pegos de surpresa pelo modo como a morte dos personagens foram retratadas, no que ficou conhecido como ”Casamento Vermelho’‘. Com o final desta terceira temporada temos a confirmação de uma série que não só reacendeu a chama da fantasia épica como também se mostrou estar longe de não surpreender.
Game of Thrones – 3ª Temporada (Idem, EUA – 2013)
Direção: Daniel Minahan (1º e 2º episódios), David Benioff (3º episódio), Alex Graves (4º e 5º episódios), Alik Sakharov (6º episódio) Michelle MacLaren (7º e 8º episódios), David Nutter (9º e 10º episódios)
Roteiro: David Benioff e D.B. Weiss (1º, 3º, 4º, 6º, 8º, 9º e 10º episódios) Vanessa Taylor (2º episódio) , Bryan Cogman (5 º episódio), George R.R. Martin (7º episódio)
Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Michelle Fairley, Lena Headey, Emilia Clarke, Iain Glen, Aidan Gillen, Harry Lloyd, Kit Harington, Sophie Turner, Maisie Williams, Richard Madden, Alfie Allen, Isaac Hempstead-Wright, Jack Gleeson, Rory McCann
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