Crítica | Game of Thrones – 4ª e 5ª Temporada

Quarta Temporada

A Tormenta de Espadas é o livro mais sangrento da série de George R.R. Martin, assim, nada mais básico do que vender a quarta temporada de Game of Thrones como a mais chocante até então, sob o adorado tema “Valar Morghulis”.

Contudo, a sensação que se tem no final da temporada foi de que boa parte dela foi dedicada apenas a isso, uma vingança, rodeada por pequenos núcleos que poderiam ser mais aproveitados. A série nesta temporada teve erros e acertos vieram de seu trabalho visual. Os cenários nunca estiveram tão lindos, mas a coreografia da temporada deixou a desejar em quase todos os momentos envolvendo lutas. Com exceção do episódio dedicado a batalha da Muralha e o da luta entre Oberyn e Montanha, quase todas as coreografias eram quase risíveis, de tão simples e mal configuradas (com especial destaque para a batalha entre os desertores e os patrulheiros na aldeia de Craster).

Um dos grandes méritos deste quarto ano da série foi saber separar muito bem o tempo de tela entre os personagens, porém podemos dizer que os destaques foram as sagas de Jon Snow e Tyrion Lannister, afinal foram aqueles que mais apareceram e consequentemente quem acompanhamos por mais tempo.

Essa temporada também foi de momentos políticos, como os problemas do trono com o Banco de Ferro, que sempre cobra as suas dívidas e a Daenerys tendo problemas com seus dragões e com escravos que não sabem fazer outra coisas, a não ser, serem escravos. Daenerys teve que medir esses conflitos e entender que governar não é apenas quebrar as correntes.

Game of Thrones não nos entregou sua melhor temporada, como prometido, mas entregou momentos e episódios memoráveis, como o último desta temporada. Mortes que deixaram os fãs enlouquecidos de tristeza ou alegria, atuações sensacionais deram o tom de vários episódios.

Quinta Temporada

Game of Thrones pode não ter conseguido mesclar a gama de boas histórias da 4° temporada da série, o que foi criado para a TV especificamente foram a sua própria forma extremamente impactante. O medo dos leitores da obra de George R.R. Martin se tornou realidade aqui: a série finalmente ultrapassou os livros. E seguiu um caminho original.

Em diversos pontos nós tivemos o alto nível da série, em alguns nós vimos deslizes perigosos. As batalhas, que nunca foram o forte da série, continuaram seus altos e baixos, com alguns momentos de vergonha, como a esperada aparição das Serpentes de Areia. O episódio dedicado a elas (Unbowed, Unbent, Unbroken) foi um dos piores da temporada (quiçá da série), tanto pelo péssimo roteiro, quanto pelas falhas claríssimas de direção, fotografia, direção de arte e coreografia.

Daenarys  enfrenta uma crise política e econômica e tem de lidar com a ira dos Filhos da Harpia contra ela e os Imaculados. Seu núcleo melhora consideravelmente com a chegada de Tyrion, em uma das melhores interações entre atores da série mas seu arco termina com um totalmente brochante, depois de mais um exemplo de ‘’espetáculo’’, que poderia ter sido melhor trabalhado para não ter ficado tão sem sal, onde um de seus dragões a tira da arena e voa para um local distante com Dothrakis.

Cersei possui certamente o melhor arco da temporada, com a matriarca de King’s Landing tendo de lidar com a ameaça da Fé Militante e com o excepcional personagem de Jonathan Pryce, o Alto Pardal, findando na Caminhada da Vergonha com uma arrasadora interpretação de Lena Headey. A temporada poderia ser resumida, sem exagero, em 5 ou 6 episódios. O que vemos aqui, entretanto, é uma completa involução do que veio antes, com uma quantidade absurda de fillers e tramas que não levam a lugar nenhum.

A quinta temporada de Game of Thrones foi considerada por muitos a mais fraca dentre todas as temporadas até hoje lançadas, se na anterior deu uma aula de como se fazer uma temporada com diversos fios narrativos com a total consciência de progressão e importância, esta dá uma aula de como não prosseguir com uma temporada. Porém além de ter batido recordes de audiência, deixou uma grande ansiedade para os acontecimentos na próxima temporada no próximo ano, por ter deixado o destino dos personagens e o rumo da estória completamente abertos.

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