Crítica | A Torre Negra (2017)

Stephen King  autor renomado de obras de  terror, iniciou uma saga na década de setenta diferente de tudo que já fez, demorou quase trinta e três anos para concluir a sua obra “A Torre Negra”, um épico construído ao longo de oito romances e um conto estendido. Utilizando como inspiração as obras do inglês J.R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis”), as lendas arturianas e também a estética e os conceitos dos filmes de faroeste que assistiu quando era criança, King criou uma saga repleta de substância e momentos colossais.

Com o histórica da maioria das obras de Stephen King não sendo adaptadas de forma que faça jus ao original, os fãs ficaram receosos. O  diretor Nikolaj Arcel (“O Amante da Rainha”), que sempre sonhou em levar às telas aquela história e talvez este seja o grande calcanhar de Aquiles da adaptação da saga para o cinema, o excesso de zelo com a obra original. Tentando reunir todas as características dos oito livros em um filme de uma hora e trinta e cinco minutos, o resultado não pode soar mais confuso.

A história do filme gira em torno do garoto Jake(Tom Taylor), um menino que todas as noites sonha com um mundo fantasioso. Nesse mundo fantasioso existem 3 pontos chaves pro filme: uma torre negra que mantém a integridade do universo; um vilão conhecido como “Homem de preto”(Matthew McConaughey) que quer destruir a torre negra. E também Roland (Idris Elba), um suposto herói conhecido como “O Pistoleiro” que deve impedir o fim do universo como conhecemos.

A primeira parte do filme começa com Jake descobrindo que seus sonhos são reais. Logo depois, o vilão do filme falha ao tentar sequestra-lo e o garoto decide fugir pro mundo dos seus sonhos para encontrar e ajudar o pistoleiro Roland em sua missão. Esse começo estabelece uma trama infanto-juvenil muito genérica de “garoto escolhido” e apresenta um mundo com conceitos legais, porém, com execução que deixa a desejar.

torre negra 1

O filme passa todo resto de sua duração tentando te passar um clima de pessimismo apocalíptico e acaba falhando. No lugar disso ele entrega vários capangas sem graça, uma ambientação pobre e situações que passam longe do real perigo que deviam representar.

Como pontos positivos temos as atuações dos três personagens principais. Idris Elba entrega muito bem a amargura de seu pistoleiro, McConaughey o cinismo de seu vilão e o garoto Jake também consegue demonstrar certa personalidade.
As cenas de ação rápida envolvendo o Pistoleiro também são interessantes.  O personagem tem um lema que é repetido algumas vezes, que apesar de ser clichê rende momentos quase emocionantes.

Minha consideração final é que A Torre Negra é um filme que tenta entregar muito, te avisando que tem um universo imenso ali, porém, não consegue mostrar tudo isso com apenas algumas boas cenas de ação e personagens que deixam sensação de que poderiam ser muito mais do que foram.

A Torre Negra (The Dark Tower-EUA, 2017)

Direção: Nikolaj Arcel

Roteiro: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner, Anders Thomas Jensen, Nikolaj Arcel (baseado na série de livros de Stephen King)

Elenco: Idris Elba, Matthew McConaughey, Tom Taylor, Dennis Haysbert, Ben Gavin, Claudia Kim, Jackie Earle Haley, Fran Kranz, Abbey Lee, Katheryn Winnick, Nicholas Pauling, Michael Barbieri, José Zúñiga, Nicholas Hamilton, Inge Beckmann, Alfredo Narciso

Duração: 95 min.

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