Crítica | Game of Thrones – 7ª Temporada

A Sétima temporada era aguardada ansiosamente pelos fãs de Game of Thrones, que acabou estreando atrasada, com a promessa de ser mais rápida na narrativa, trazendo o que os fãs zumbis, dragões e magia na devida proporções.

A diminuição dos episódios impactaram o desenvolvimento da trama, e, em segundo lugar, é evidente que após o distanciamento que produção teve dos livros, cada vez mais há uma clara ruptura na profundidade e até qualidade em diversos contextos da série. Não é à toa, pois não ter mais como fonte de roteiro os diálogos e tramas escritas brilhantemente pelas mãos de George R. Martin é um desfalque e tanto. Porém, a impressão final é que D.B. Weiss e David Benioff foram pressionados a acelerar e a conectar pistas que George R. Martin lhes deu.

Em comparação à sexta temporada, o único episódio com um ritmo mais cadenciado foi o primeiro, já que ele nos situava nessa nova fase. Daenerys (Emilia Clarke) chega à Pedra do Dragão, lar ancestral dos Targaryens, e de lá começa a planejar a conquista de Westeros. Na capital, Cersei (Lena Headey) buscava aliados para a guerra, já que perdeu a maioria na última temporada, e acaba encontrando uma aliança condicionada ao casamento com Euron Greyjoy (Johan Philip Asbæk).

Apesar de certo fracasso em controlar os impulsos de Daenerys, ele ainda assim serve como um freio moral para a personagem, que por vezes questiona seus conselhos, mas cada vez mais mostra seu respeito e apreço por Tyrion. Por outro lado, estratégias de guerra se mostraram, dessa vez, uma fraqueza de Tyrion quando se trata de enfrentar sua família.

O maior problema do sétima temporada foi a fragilidade do roteiro. Todos os conflitos e acontecimentos, além de previsíveis, dependem de uma enorme suspensão de descrença por parte do público. E o pior: diversos acontecimentos ruins só existem para justificar conexões necessárias. Personagens foram prejudicados parcialmente como Arya e Bran, a personagem teve alguns momentos inconsistentes com sua evolução durante as temporadas anteriores, e Bran com os seus poderes de Corvo de três olhos, pouco fez nessa temporada, estando praticamente como espectador dos acontecimentos.

O absurdo plano de Jon Snow, que consiste em capturar um zumbi para provar a Cersei que zumbis existem, se realmente notarem a própria já tem um mesmo que não magico, até o ceticismo de Cersei não fez sentido. Falando em Cersei Lannister, agora sem seus filhos, cede ao ódio e à loucura, criando um cenário tóxico em Porto Real que no futuro deve levar a sua própria ruína. Percebemos como sua ganância e ódio consumiram sua mente ao ponto da personagem ser incapaz de analisar cenários e fazer escolhas que não a coloquem em posição de poder.

O número curto de episódios proporcionou cenas de batalha inacreditáveis, com o orçamento muito bem distribuído, como o ataque ao acampamento Lannister, o resgate apelidado pelos fãs de ‘’Esquadrão Suicida , de Jon Snow ‘’além da muralha e as inúmeras aparições dos Dragões, que nunca apareceram tanto.

A fotografia, a direção de arte e os efeitos especiais são, sem dúvida alguma, os pontos mais consistentes da sétima temporada. As equipes de Vincent Kivlehan e Tez Palmer (efeitos especiais) e Adam Chazen e Steve Kullback (efeitos visuais), dão um verdadeiro show de deixar muitos blockbusters a atuais com inveja. Se o desenvolvimento de personagens e a política faltaram na maioria dos episódios em nome da ação e rapidez, o último episódio compensa isso com uma tensão quase imóvel e altamente diplomática.

Game of Thrones criou desde seu início, uma sensação forte de imprevisibilidade, e é evidente que quanto mais se aproxima de seu desfecho, mais fácil de prever fica. Agora isso se tornou difícil , o fator surpresa para o publico, e escolheu abraçar os clichês e migrar de trama política manipulativa para uma aventura fantástica.

Game of Thrones – 7ª Temporada (EUA, 16 de julho a 27 de agosto de 2017)

Showrunner: David Benioff, D.B. Weiss

Direção: Jeremy Podeswa, Mark Mylod, Matt Shakman, Alan Taylor

Roteiro: David Benioff, D.B. Weiss, Bryan Cogman, Dave Hill

Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke, Kit Harington, Aidan Gillen, Liam Cunningham, Sophie Turner, Maisie Williams, Nathalie Emmanuel, Gwendoline Christie, Conleth Hill,  John Bradley, Isaac Hempstead Wright, Hannah Murray, Kristofer Hivju, Rory McCann, Iain Glen, Jim Broadbent, Pilou Asbæk, David Bradley, Anton Lesser, Richard Dormer,  Paul Kaye, Jacob Anderson, Ellie Kendrick

Duração: 441 min. (sete episódios)

Posted Under

Comments are closed.