Crítica | Twin Peaks – 1ª e 2ª Temporada

Twin Peaks se tornou cult, por ter revolucionado a TV. Em uma época que a grande maioria das séries eram familiar e de comédia. Nesta tinha terror, comédia, drama, investigação. Vemos a influencia em séries posteriores como Arquivo X , mais atual The Killing entre outras. David Lynch jamais havia feito algum trabalho para a televisão antes de Twin Peaks e o convite para a realização da série foi devido ao sucesso de seu filme, Veludo Azul  de 1986.

Na fictícia Twin Peaks, em Washington, um assassinato acaba parando a cidade e tornando-se o centro das atenções em suas proximidades. Uma jovem chamada Laura Palmer (Sheryl Lee) é encontrada envolta há um plástico em uma propriedade privada, nas proximidades da Serraria Packard, sendo encontrada por Pete Martell (Jack Nance).

A primeira temporada com apenas oito episódios, pauta-se em solucionar o mistério: “Quem matou Laura Palmas?”. Então há cada episódio novas cartas vão sendo colocadas na mesa, para que os telespectadores tenham condições de ajudar na investigação ou até concluí-la sem ajuda. Twin Peaks não tem um grande roteiro ou uma história complexa, a série apela para o surrealismo, e até para alguns aspectos mais novelescos.

O assassinato de Palmer, abalou a aparente perfeição dos moradores e da cidade na qual habitavam se diluía em razão desse acontecimento. Era como se a morte dessa jovem garota tivesse sido o estopim para que todas as máscaras e todos os véus caíssem, e as verdadeiras identidades das pessoas aparecessem .

É importante lembrar que a série discutia temas importantes, como: uso de drogas, prostituição, violência doméstica e corrupção. Esses temas eram tratados à medida que a busca pelo assassino de Laura Palmer está cada vez mais próxima do fim. Mesmo optando pelo mistério da semana e por alguns momentos mostrando-se procedural.

O sucesso da primeira temporada promoveu a realização da segunda, no ano seguinte. Mas, se a primeira havia sido construído em apenas 8 episódios bem fluídos em cada gênero tocado, a segunda subiu para o excessivo número de 22 episódios.  O que acabou fazendo a série perder muito de sua força na segunda temporada, até mesmo porque não havia como prolongar o mistério sobre o assassinato de Laura Palmer por mais temporadas. Assim, a continuação acabou por acrescentar personagens e sub-tramas, que quase estragam a jornada.

Até o episódio 15 da segunda temporada, apesar de ter alguns pontos fracos , a série quase manteve o nível da primeira, além de conter alguns dos melhores episódios do programa. A exploração da caverna e o mapa construído para a localização de Black Lodge contribuíram para que a série fosse além de um thriller de mistério sobre um crime ocorrido em uma cidade pequena. Tais acréscimos depois incentivariam outras séries a trabalhar com o desconhecido, o sobrenatural e o fantástico, explorando ambientes reduzidos e personagens ricos.

A série conseguiu um feito inédito depois de cancelada , 26 anos depois, descobriremos, enfim, o que aconteceu com Dale Cooper e quais foram os caminhos trilhados pelos outros personagens. Para Lynch e Frost, que retomam as rédeas do programa que nunca deviam ter abandonado.

A abertura da série composta por Angelo Badalamenti, é um primor. E deveras marcante, e que ficará na sua mente por muito tempo.

Twin Peaks – 1ª e 2ª Temporada ( EUA, 1990 e 1991)

Direção: Mark Frost, David Lynch, Duwayne Dunham, Tina Rathborne, Tim Hunter, Lesli Linka Glatter, Caleb Deschanel, Todd Holland, Graeme Clifford, Tina Rathborne, Uli Edel, Diane Keaton, James Foley, Jonathan Sanger, Stephen Gyllenhaal

Roteiro: Mark Frost, David Lynch

Elenco: Kyle MacLachlan, Michael Ontkean, Mädchen Amick, Dana Ashbrook, Richard Beymer, Lara Flynn Boyle, Sherilyn Fenn, Warren Frost, Peggy Lipton, James Marshall, Everett McGill, Jack Nance, Joan Chen, Kimmy Robertson, Michael Horse, Piper Laurie, Harry Goaz, Eric DaRe, Wendy Robie, Ray Wise, Sheryl Lee, Russ Tamblyn, Don S. Davis, Chris Mulkey, Gary Hershberger, Grace Zabriskie

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