Crítica | Aquaman – sem spoilers (2018)

Aquaman é um filme impressionante dirigido por James Wan. Após o fracasso de Liga da Justiça, a DC fez bem em voltar á filme de origem de herói.  Temos em Aquaman um filme típico de jornada do herói, concentrado inteiramente na história e no desenvolvimento do protagonista.

A ação em Aquaman é emocionante, misturando cenas arrebatadoras de perseguição  e combate a curta distância e com algumas das batalhas mais épicas já vistas na tela, em seu terceiro ato, que faz inveja a franquia  Senhor dos Anéis, dirigida por Peter Jackson.

O CGI é impecável. A Atlântida, em particular, transborda de vida como uma metrópole de alta tecnologia. Nós só temos uma visão limitada do reino subaquático, mas ele está claramente repleto de uma sociedade e cultura que é distinta (e possivelmente superior) à nossa.

Atlantis pode ser impressionante, mas o filme realmente brilha quando sai do oceano. Aquaman e Mera (um Amber Heard ferozmente independente com o poder de controlar a água) decolam em uma aventura itinerante para encontrar o tridente que dará um poder inimaginável ao futuro rei de Atlântida, que os envia para um antigo templo sob o Saara para uma exploração ao estilo de Indiana Jones. Minutos depois, eles estão correndo pela Sicília para uma cena de luta em alta velocidade com os guerreiros  em trajes mecânicos brilhantes e armas de laser ( O que o filme Power Rangers deveria ter sido).

A Mera mereceria mais cenas, pois Amber Heard  está perfeita no papel. A personagem é muito poderosa, decisiva e a produção caprichou nos efeitos visuais de seus poderes. Jason Momoa está bastante confortável no papel, e entrega um Aquaman com uma sutil mistura do personagem da era Peter David, com todo o contexto da era Geoff Johns e Ivan Reis.  Em nada se compara com o que foi apresentado no filme Liga da Justiça, e isso comprova que a direção de James Wan fez diferença.

Nicole Kidman surge eficiente como a rainha Atlanna, tem uma bela cena de ação, ao passo em que Yahya Abdul Mateen se destaca,  seu desenvolvimento mesmo que muito curto, deixa um gosto de quero mais, que esperamos ter na sequencia do filme. Patrick Wilson como o vilão Orm é uma figura megalomaníaca, mas entendemos sua motivação pelo bem de Atlântida.

O filme também consegue injetar um pouco de humor que muitos achavam necessário ter no universo DC.  É animador ver um filme de super-herói que consegue fazer as duas coisas e ter sucesso. O roteiro é simplista e não se propõe a mais do que isso. A preocupação é visual, no qual troca a ambição narrativa pelo espetáculo sensorial , os cenários são épicos, que é um grande feito de uma equipe de criação de visuais competente, mas não de um roteiro pleno da sua capacidade de expansão, que pode ser explorado futuramente é claro.

Aquaman visualmente, realmente parece ser o melhor filme do Universo Estendido da DC . Se você está procurando por um ótimo filme de super-herói, este é um dos melhores.

Aquaman – 2018 (idem, EUA)

Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick e Will Beall, baseado nos personagens da DC
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Patrick Wilson, Willem Dafoe, Nicole Kidman, Temuera Morrison, Yahya Abdul Mateen II, Dolph Lundgren, Randall Park, Ludi Lin, Graham McTavish, Djimon Hounsou Julie Andrews
Duração: 140 min