Crítica | O Diabo de Cada Dia (2020)

O Diabo de Cada Dia é mais um filme original da Netflix, com as estrelas Tom Holland e Robert Pattinson. E que vem causando um pouco de polemica, por tocar no tema fé, mas especificamente a fé cristã.

O longa conta a história de uma remota cidade de Ohio após a Segunda Guerra Mundial, onde um padre desprezível, um casal muito pervertido, um xerife corrupto e outros personagens sinistros que irão rondar a vida do jovem Arvin Russell, o que luta contra os espíritos malignos que assombram sua família. Tudo isso em uma paisagem hipnótica, e até assustadora em partes iguais em que os justos enfrentam os pecadores.

Recém-chegado da linha de frente, seu pai, Willard Russell, se apaixona por uma garçonete chamada Charlotte. Juntos, eles se mudarão para uma nova casa que eventualmente permanecerá um lugar hostil para os personagens, os únicos forasteiros em um ambiente rural onde todos são parentes. Intimidado na escola, Arvin receberá uma série de instruções do pai para se defender na vida: você tem que atacar escolhendo o melhor momento.

Uma doença terminal ameaçará a vida de sua mãe e levará seu pai a fazer grandes sacrifícios para salvá-la, mas seus infortúnios não terminarão aí, pois com o tempo ele também terá que lidar com um novo e hedonista pregador local e com os acontecimentos de um policial corrupto, que tentará encobrir sua irmã e seu marido a todo custo e seus flertes com a “fotografia criativa”.

O filme acaba sendo uma jornada incrível , que não leva você a nenhum lugar em particular. Mas faz questão de apontar a perversão que costuma se esconder atrás do fanatismo religioso, ou a busca de uma espiritualidade mais ou menos oculta no cotidiano. Robert Pattinson e Tom Holland fazem um trabalho primoroso, principalmente Holland que não vinha fazendo um papel ”pesado” do tipo, há algum tempo.

A fotografia de Lol Crawley (O Jardim Secreto) e a trilha sonora de Danny Bensi e Saunder Jurriaans, casam muito bem, sobretudo, o trabalho de montagem de Sofía Subercaseaux, em momentos de aumento da violência, contribuem para criar este ambiente doentio e perturbador , que é quando a montagem se torna mais dinâmica e instável e quando nos são oferecidas as imagens mais impressionantes.

O Diabo de Cada Dia é um filme que não nos deixa indiferente, mas cujo roteiro parece não ter algo para ser completamente redondo. Não se torna apenas uma história de suspense, pois o espectador conhece de antemão as relações entre os personagens e não há grandes revelações finais.