Crítica | Matrix Resurrections (2021)

No início do anúncio de Matrix Resurrections, muitos fãs ficaram receosos e um dos questionamentos que os fãs fizeram,  quando o projeto foi anunciado foi ” é necessário um quarto filme?”. Afinal, Matrix Revolutions encerrou a história, mesmo que tenha sido divisivo entre os fãs e críticos. Um dos aspectos mais interessantes do filme, é que ele tem consciência de sua condição de ser uma sequência tardia , a ponto de ser explicitamente refletido em seus diálogos.

Keanu Reeves , como sabemos retorna como Neo, e muitos estranharam que ele morreu em Revolutions, como ele está vivo? Bom, o filme responde e você vai entender. O questionamento já começa, como ele está imerso em uma simulação ou será que ele apenas enlouqueceu? Durante um bom trecho do filme, todas essas dúvidas são respondidas de uma forma bastante inteligente. É uma ideia muito atrativa que, que se baseia muito na metalinguagem, algo que combina com as narrativas de filmes da atualidade e a constante reciclagem de ideias no mundo do entretenimento.

O problema é que Matrix Resurrections, acabou sendo vítima daquilo que critica. Apresentando um filme que é muito semelhante ao primeiro Matrix não apenas na estrutura narrativa, mas em cenas que recriam como uma auto-homenagem também. A princípio, isso tem um propósito, que é nos confundir e nos fazer ver que “é o mesmo, mas não é o mesmo”, mas conforme a história avança, tudo acaba sendo reciclado em excesso .

Dá a sensação de que a Lana Wachowski resgata apenas o que funcionou para ela. Nesse sentido, é quase um balde de água fria em que esperava algo revolucionário, tanto narrativa quanto visualmente. E não é que o filme não seja espetacular, pelo contrário. Ele tem momentos realmente chocantes , seja em suas coreografias de luta que estão excelentes.

A questão é que muitos elementos não são tão novos, mas podem chamar atenção. Existem algumas experimentações visuais interessantes  que valem a pena ver. Devemos também ovacionar a Carrie-Anne Moss que está absolutamente maravilhosa e bastante crucial para a história. Vale mencionar Jessica Henwick como a novata Bugs , uma personagem que é interessante na narrativa, e tem um visual marcante. Keanu Reeves traz uma nova roupagem para o Neo, ao mesmo tempo parece que nunca largou o personagem.

Embora Jonathan Groff e Yahya Abdul-Mateen II se entreguem aos seus papéis, como Smith e Morpheus, não tem como, sentimos a falta dos originais de Lawrence Fishburne e  Hugo Weaving que são profundamente marcante com esses personagens . Talvez seja nostalgia, ou talvez seja porque eles não possuem aquela energia magnética dos originais.

Qualquer um que espera um marco cinematográfico como o do primeiro filme ficará desapontado, mas Matrix Resurrections tentou, tem boas ideias e personagens interessantes. Embora se apoie muito no passado, ele também encontra seu próprio caminho, podemos considerar até melhor que Matrix Revolutions.

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