Crítica | Elvis (2022)

Elvis é um filme bibliográfico dirigido pelo maravilhoso Baz Luhrmann, e roteirizado pelo próprio Baz, Craig Pearce e Jeremy Donner. Se focou em mostrar desde a ascensão até o momento de decadência do astro. O filme estreia em 14 de julho.

Austin Butler é um ator dedicado que, embora não consiga se metamorfosear completamente em Elvis Presley, falta pouco. Ele realmente consegue superar esse desafio, cantando a maior parte das músicas do filme. Butler atinge o frenesi hipnótico de Presley no palco e também mostrando sua exaustão e balbucio em sua fase final. A evolução de seu personagem é apreciada e o intérprete aborda com maestria a tarefa.

O filme é construído, portanto, como uma história em que há um herói e um vilão, este último interpretado por um Tom Hanks sepultado em próteses que irá direto para seus pesadelos através de sua corte mefistofélica . No momento em que ele lhe confia sua carreira musical, você sente que ele fez um pacto com o diabo.

Elvis desta forma traz consigo um problema óbvio: o herói tem que brilhar e, mesmo que suas fraquezas sejam levantadas, os aspectos mais controversos de sua vida devem ser cobertos até certo ponto e sempre mostrá-lo inclinado à santificação.

Claro que ele foi infiel, mas ele amava sua esposa. Claro que ele era ambicioso, mas para o bem de sua comunidade. Claro que ele estava se deixando nas mãos de um médico que o estava matando, mas ele precisava estar no topo da onda. Dessa forma, tudo é levado por um caminho reducionista: ele foi vítima do sucesso, daqueles que abusaram de sua generosidade e dedicação, é destacado desde o início a tal ponto que chega a para sustentar que aos 42 anos, ele morreu de ataque cardíaco por excesso de medicação, exploração ou sua forma física infeliz, mas pelo amor excessivo de seus fãs.

Apesar de suas duas horas e quase quarenta minutos, Elvis não é um filme cansativo. Também não há espaço para rever o impacto e enorme influência que este artista teve na música e na cultura do século XX, nem mesmo para investigar o nível mais íntimo e pessoal.

Elvis é uma celebração da música do Rei do Rock e um profundo tributo às raízes de sua paixão: gospel, blues e ritmos afro-americanos. O filme se concentra mais em seu relacionamento com Tom Parker do que em alguns dos aspectos mais controversos de sua vida. A atuação impressionante de Austin Butler eleva o filme do começo ao fim: ele transborda carisma.

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