Telescópio espacial James Webb vai mudar a astronomia, dizem cientistas

O telescópio Webb, sucessor do Hubble, só vai começar a operar oficialmente em julho, mas já tem feito os olhos dos cientistas brilharem. De acordo com Klaus Pontoppidan, que supervisiona o projeto do James Webb, o telescópio espacial produzirá “imagens com cores espetaculares” do cosmos e deve mudar a astronomia.

A equipe do Webb já tinha publicado uma série de imagens de campos estelares tomadas com fins de calibração, mas as novas fotografias serão de objetivos astrofísicos, que serão chave para aprofundar a compreensão humana do Universo, disse Pontoppidan.

Fotos de teste recentes capturadas pelo telescópio durante sua fase final de comissionamento estão fornecendo um vislumbre do que está por vir. Estas imagens serão registradas em infravermelho e depois serão coloridas para divulgação pública.

Primeira imagem fotografada pelo telescópio James Webb. (James Webb Space Telescope/Nasa)
Primeira imagem fotografada pelo telescópio James Webb. (James Webb Space Telescope/Nasa)

“Estas são as imagens infravermelhas mais nítidas já obtidas por um telescópio espacial”, disse Michael McElwain, cientista do projeto do observatório Webb no Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, Maryland.

A luz visível e ultravioleta emitida pelos primeiros objetos luminosos foi esticada pela expansão do Universo e chega hoje na forma de infravermelhos, que o Webb está equipado para detectar com uma clareza sem precedentes, dando uma visão inédita das primeiras estrelas e galáxias formadas há 13,5 bilhões de anos.

Ele é considerado o sucessor do telescópio espacial Hubble, que está na ativa desde 1990. Eles, inclusive, poderão trabalhar em observações juntos. A título de comparação, o James Webb tem um espelho de 6,5 metros de largura, enquanto o Hubble conta com um de 2,4 metros. O novo telescópio foi lançado a uma altitude de 1,5 milhões de quilômetros da Terra, o que impede qualquer tripulação de consertá-lo. Em comparação, o Hubble foi lançado a apenas 55 quilômetros e contou com diversas equipes de manutenção.

Infográfico mostra onde fica o supertelescópio James Webb, que ajudará a solucionar problemas relativos à criação do universo.
Infográfico mostra onde fica o supertelescópio James Webb, que ajudará a solucionar problemas relativos à criação do universo.

O Webb, que se calcula que já tenha custado à Nasa quase 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 50 bilhões), está entre as plataformas científicas mais caras já construídas, comparável ao Hubble, ou o Grande Colisor de Hádrons, que está no Cern (organização europeia para a pesquisa nuclear).

Sua missão também inclui o estudo de planetas distantes, conhecidos como exoplanetas, para determinar sua origem, evolução e habitabilidade.

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