Crítica | Jackie (2016)

As mulheres são grandes na historia, influenciadoras politicas e religiosas. Mesmo que seja de certa forma celebrada pela historia, é um pouco desconhecida pelo grande publico. Os Estados Unidos tiveram algumas primeiras damas importantes, mas quem foi Jacqueline Kennedy, ou simplesmente Jackie?

Jackie Kennedy é mais conhecida pelo fato trágico marcado na historia dos Estados Unidos, um verdadeiro episodio de horror que ocorreu em 22 de novembro de 1963.  Em meio a desespero e muito sangue de seu marido em seu corpo , Jackie precisou encontrar esforços para socorrer, em vão, o até então presidente, John Kennedy.

Nesta historia acompanhamos a semana de Jackie após o assassinato do presidente Kennedy, é algo bastante interessante de ser conferido, além de nos proporcionar a perspectiva da camada histórica da primeira dama. A narrativa se fortifica nos flashbacks inseridos durante a longa entrevista do jornalista de Theodore White, da revista norte-americana LIFE. Com Jackie ainda em luto pela morte do marido.

O primeiro ato nos joga principalmente pelo melodrama carregado,  no qual sentimos o luto e a perda da personagem, enredo muito bem trabalhado por Oppenheim. Jackie sofre por ter que sempre tocar no assunto, a personagem treina um discurso em espanhol nunca antes proclamado. Por outro também vemos o enredo deste primeiro ato sendo dedicado a mostrar o histórico documentário do Tour na Casa Branca apresentado por Jackie em 1962.

Apesar de ser uma historia simples, é fácil se perder na estrutura montada no enredo, caso você se distraia. Temos os flashbacks que  ocorrem antes e depois do assassinato, mostrando o sofrimento de Jackie e das tomadas de decisões imediatas que a personagem toma após a perda do marido. A partir do terceiro ato temos os flashforwards (vislumbre do futuro), já que o enredo basicamente não é linear.

A um tratamento realista ao contar sobre o legado de Kennedy, que ele não era tão imaculado como muitos pensam. Através de uma simbologia religiosa, Jackie comenta sobre as constantes traições e das amizades duvidosas, de contatos mafiosos, dos quais Kennedy cometia. Na resolução da Crise dos Mísseis e das tentativas de invasão organizadas pela CIA que resultaram na invasão da baía dos Porcos em Cuba, no qual se deu em uma tentativa frustrada. Oppenheim, foge do senso comum histórico que cerca a figura do presidente.

A trilha sonora composta pela violoncelista Mica Levi (Sob a Pele), é muito marcante, é utilizada como um potente elemento e que nos conecta com a ambientação. A uma situação proposital, diferente de ‘‘Sob a Pele” no qual a trilha é transcendental e contém um clima de terror, aqui á intenção é incomodar o espectador , te deixar atordoado assim como Jackie vai ficando. É uma forma inteligente de exteriorizar o que se passa na mente da personagem.

E todo este atordoamento e momentos até de loucura, não poderiam se passados da melhor forma,  se não fosse a dedicação da atriz Natalie Portman, que estudou até o tom da voz da personagem. É tudo passado com veracidade, e sentimos a conexão com a protagonista, algo lindo de se ver.

Há uma rica construção de época apresentada pelos figurinos , fotografia, tudo nos leva para o momento traumatizante pela visão de Jackie. Natalie Portman sob a direção de Pablo Larraín, nos fazem considerar Jackie como uma obra cinematográfica magnifica, que não aborda uma biografia de forma comum, um trabalho irretocável.

 

Jackie ( EUA-2016) Duração: 100 min.

Direção: Pablo Larraín

Roteiro: Noah Oppenheim

Elenco: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, Greta Gerwig, Billy Crudup, John Hurt,  Richard E. Grant, Caspar Phillipson, Beth Grant, John Carroll Lynch, Max Casella,  Sara Verhagen, Hélène Kuhn, Deborah Findlay, Corey Johnson

Comments are closed.