Crítica | Batman: A Piada Mortal

Batman: A Piada Mortal é uma das melhores HQS da DC e do Homem-Morcego, escrita pelo famoso Alan Moore e desenhada por Brian Bolland (um dos melhores desenhistas dos quadrinhos). Alguns fãs sonhavam em ver esta obra-prima em filme animado ou até mesmo em um longa live-action, apesar de ser uma história bem curta para falar a verdade. Com o Batman sendo o herói que mais ganha animações pela editora, dificilmente ela ficaria de fora. Mas, infelizmente, o resultado final foi decepcionante…

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Já que a HQ é bem curta, dificilmente eles não acrescentarem alguns detalhes a mais (o que acabou sendo a ruína da animação), entretanto o prólogo escolhido usando a Batgirl é totalmente dispensável e chato, mostrando a rivalidade dela com um mafioso chamado Francesco. O pior de tudo isso e que fez os fãs rasgarem os cabelos foi o romance estranho com o Batman, com direito a sexo impulsivo nos telhados e lembrando a cena polêmica do Cavaleiro das Trevas e a Mulher Gato no início dos Novos 52. Pelo menos no cânone da DC, os dois nunca tiveram um relacionamento amoroso e sim uma relação “mestre e aprendiz”. Essa ideia já foi insinuada na animação do Batman do Futuro e explorada na HQ não canônica de mesmo nome.

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Somente após 30 minutos que o filme começa a adaptar A Piada Mortal, com o Coringa aparecendo abruptamente (no prólogo ele foi citado levemente). O traço da animação e o cenário foram são bem fracos, provavelmente por causa do tempo (uma coisa que os responsáveis pelas animações deveriam ver). A melhor opção teria sido usar o conhecido traço de Bruce Timm (que está envolvido no filme animado), já que o desenho de Brian Bolland é praticamente impossível de ser transposto para a animação.

A animação dos personagens ficou péssima, prejudicando as melhores cenas da HQ (como a da Montanha-Russa). As animações anteriores da DC conseguiam manter um bom padrão de qualidade, mas em A Piada Mortal ele simplesmente despencou. Jovens Titãs e Justiça Jovem (até mesmo os filmes animados mais antigos da DC) eram bem mais fluídos.

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É sempre bom ouvir as vozes de Mark Hamill e Kevin Conroy, mas a fala dos personagens acaba não acompanhando a narração, graças aos defeitos citados acima. Não foi somente o Batman e a Batgirl que foram descaracterizados, nem o Coringa escapou. Fica claro que o vilão, depois de escapar do Asilo Arkham, gasta todo seu dinheiro com prostitutas. O roteirista do filme, Brian Azzarello, deve ter feito isso para referenciar a sua Graphic Novel do Palhaço do Crime (onde ele era praticamente um gangster) e para reforçar a teoria que o vilão teria estuprado Barbara Gordon. Mas o que ele esqueceu é que existe uma grande diferença entre essas duas versões.

Uma das melhores histórias em quadrinhos já feitas ganhou uma das piores animações da DC. Acrescentar mais coisas numa história curta muitas vezes dá errado, como foi o caso deste filme animado. Deveriam ter investido um pouco mais ou ter dado mais tempo para se desenvolver uma história tão importante como esta.

Batman: A Piada Mortal (Batman: The Killing Joke, EUA – 2016)

Direção: Sam Liu
Roteiro: Brian Azzarello (baseado na graphic novel de Alan Moore e Brian Bolland)
Elenco: Kevin Conroy, Mark Hamill, Tara Strong, Ray Wise, Kari Wahlgreen, John DiMaggio
Duração: 76 min

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