Crítica | Kite (1998)

Kite é um OVA de 1998, em dois episódios de 26 minutos, que é uma gema incompreendida. Esquecida mas que vale a pena da uma revisitada. Os anos 80 e 90 caso não saiba foi uma era de prosperidade dos animes, o Japão estava no auge economicamente e com isso trouxe mais e mais animes criativos e que esbanjavam violência.

O enredo sombrio e corajoso abre o caminho para um esquema de cores muito discreta, que se encaixa perfeitamente nos gêneros e no realismo do anime. As cenas de sexo são executadas de uma forma que as torna perturbadoras, que é o que deveriam ser – essas cenas envolvem estupro e a animação se tornou um tanto diferente, mais agressiva nessas partes e explicitas. As cores ficam distorcidas, a aparência geral da cena torna-se mais perturbadora. Certamente me fez estremecer algumas vezes, e isso não é ruim – demonstra uma boa técnica que pode realmente destruir o centro do espectador.

Os criadores tiveram pouco tempo para inserir uma quantidade ambiciosa de elementos de história. De alguma forma, eles conseguem, mas Kite tem seus defeitos. A explicação mais simples da história é de que Sawa, é uma assassina, sob o controle de um homem que a estupra e manipula. Ela conhece Oburi, um jovem em situação semelhante, e os dois decidem fugir juntos. Você esperaria que tal enredo fosse retratado de uma maneira comovente e emocional. Em vez disso, Kite o apresenta de uma forma que só pode ser descrita como brutal. É uma representação dura e real do dano que pode ser causado quando você condiciona crianças para matar desde tenra idade.

Nem todas as cenas se encaixam da maneira mais organizada e as mudanças repentinas e inesperadas podem ser desconcertantes. Levei um minuto para descobrir quem era quem em cada cena. É dirigido pela ação; a emoção e os pensamentos internos estão fortemente implícitos, em vez de receberem um foco real.

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