Crítica | Utopia (2020)

Utopia é uma nova série original do Amazon Prime Video, remake da série original britânica, criada por Gillian Flynn, cujos episódios estão disponíveis na plataforma desde 30 de outubro de 2020.

Esta série de suspense conta a história de um grupo de fãs de quadrinhos que se juntam a um grupo online como resultado de sua obsessão por um quadrinho chamado Utopia. Porém, indagando entre suas páginas, o grupo de fãs descobre que a aparente ficção do quadrinho está fortemente ligada à realidade.

Desenterrando significados ocultos entre as páginas de Utopia que preveem ameaças à humanidade, nossos protagonistas percebem que eles não são apenas o início de uma conspiração, mas que são perigos muito reais que estão revivendo em seu mundo.

Gillian Flynn é uma talentosa roteirista, que não hesita em adicionar ao enredo principal outros secundários que tenham a capacidade de homenagear clássicos de ficção científica, ao mesmo tempo acrescentam toda uma rede farmacêutica que, coincidências de vida, nos leva a falar de uma crise global de saúde, vacinas milagrosas e muitos interesses cruzados que podem colocar milhões de vidas em cheque.

O aspecto visual da série, é muito semelhante ao estilo do original, com tendência a tingir os planos de cores planas por meio de uma iluminação muito bem medida e mesmo num primeiro momento, atribuindo uma paleta de cores específica a os personagens principais.

A série te dá uma nova reviravolta no roteiro, para que mesmo que você saiba, tenha visto e até seja fã da primeira versão, esta nova história saberá como te surpreender. Ela peca por ser super explicado, mas as motivações do personagem “vilão” são atraentes por ser pérfido e a série dá espaço para debate. Embora o final seja interessante e permaneça aberto com todas as intenções de renovação, seria necessário encerrar pelo menos alguma sub-trama.

Resumindo, o remake de Utopia da Amazon vale a pena, vai abrir debates interessantes, vai te deixar sentado de bunda de vez em quando e te estourar com o episódio final. Pode ser muito autoexplicativo, mas é um golpe e nos deixa com um magnífico momento de angústia rumo a uma segunda temporada.

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