A agência espacial americana Nasa estima que as primeiras colônias nas luas de Júpiter e Saturno, bem como a nossa instalação em Marte e no cinturão de asteroides, devem – todas – chegar até 2100, no fim do século XXI. Segundo a agência, a ideia é expandir a capacidade de colonização da humanidade a fim de escaparmos do que ela chama de “Era de Perigo” – um dos muitos conceitos de fim da vida humana.
A estimativa vem de um paper em estado de pré-publicação, assinado pela própria Nasa. Para ela, estabelecer colônias fora da Terra pode ser o caminho mais rápido para esse objetivo – e as luas de Júpiter e Saturno serão candidatas fortes para isso. O documento ainda vai mais longe, afirmando que, no início do século XXIII (23), devemos chegar à borda do nosso sistema solar e, 100 anos depois, no século XIV, a humanidade já será capaz de fazer viagens interestelares para outros sistemas.
A ousadia nas previsões da Nasa vêm de um receio de que a humanidade tenha seu fim decretado pela própria humanidade: problemas como o aquecimento global, o avanço industrial desenfreado, pandemias pulverizadas ao longo de nossa história e conflitos bélicos incessantes já são uma realidade, e todos esses fatores podem impactar nossos avanços.
Pelas estimativas, a Nasa crê que os primeiros humanos pousariam em Marte até 2038, e no cinturão de asteroides entre ele e Júpiter até 2064. A partir daí, nós poderemos chegar a Proxima centauri – o sistema estelar mais próximo de nós e onde estão as estrelas Alfa centauri e Beta centauri – até 2254.
“Ao criar pelo menos uma – e preferivelmente, várias – colônia auto sustentável e geneticamente viável fora da Terra, a humanidade pode melhor assegurar a sua sobrevivência a longo prazo, para calamidades naturais ou causadas por ela própria, que venham a ameaçar a vida na Terra”, diz outro trecho do texto.
“A colonização fora da Terra, assim como a aniquilação pelo ‘Grande Filtro’, está ao alcance da humanidade — aquele que escolhermos para o nosso futuro consistirá na resposta da Terra para o Paradoxo de Fermi”, conclui o paper.