Crítica | Eternos (2021)

Finalmente Eternos chegou, em meio a tantas críticas divisivas. Acabei ficando entre elas, Eternos ao mesmo tempo que é um épico cósmico, o primeiro que a Marvel Studios nos traz, mesmo que Thor tenha flertado um pouco, é um filme mais longo do que deveria. Mesmo que tenha 10 personagens, de toda forma alguns ficariam de fora do desenvolvimento.

A Marvel Studios sempre dá boas vindas para diretores novos, que possam agregar aos projetos deles. E com isso eles trouxeram a pegada da diretora Chloe Zhao, que fez grande sucesso com a crítica com Nomadland.  Aqui ela também traz sua marca é perceptível, tendo uma tarefa difícil de manter  um equilíbrio muito complicado que ela provavelmente gostaria de por, e entre nos mostrar o que esperar de um filme de super-heróis da Marvel com lutas e batalhas muito espetaculares, entre outras coisas, e um lado mais intimista e reflexivo que é relativamente atípico em relação ao gênero, e o que a Marvel geralmente não faz.

Em Eternos vemos seus conflitos internos, seus dilemas, mas também suas paixões. Seus romances têm muita tragédia grega, o que não é por acaso. Além de seus impulsos mais “pessoais”, os protagonistas também têm muitas reflexões sobre sua própria humanidade . Nesse sentido, este é o filme da Marvel que mais reflete sobre a própria condição humana, o que é interessante. Até que ponto merecemos ser protegidos ou salvos? Somos dignos ou somos apenas uma raça egoísta?

A própria “desculpa” para o retorno dos Deviantes já serve para nos fazer pensar sobre nós mesmos e nossa dignidade em todo o cosmos. Nesse sentido, é inegável que há muito Jack Kirby ou Stan Lee na história : Deuses alienígenas no qual humanos veem como divindades. Não podemos deixar de lado os próprios Celestiais, que quando aparecem têm dimensões que nos deixam sem fôlego. Mas qual seria o principal problema do filme? muito tempo de duração, e ainda falta tempo para desenvolvimento que poderia ter preenchido, mas não preencheu. Alguns dos personagens estão ali apenas para cumprir tabela, e não agregam, mas parecem um corpo estranho, como Kingo que fica com a parte mais cômica do filme, mas muito deslocado da proposta, e Dane Whitman que se não tivesse no filme não faria falta.

Eternos é um filme lindo sem dúvida com paisagens deslumbrantes, a fotografia é belíssima, e que abusa bastante de cenas com por do sol. Mas que você sente que está faltando algo, talvez tenha sido algo interno da produção, mas do meio para o final você percebe a quebra na história que não tem mais volta . Conforme nos aproximamos do final  seu poder diminui parcialmente. Mas Eternos, mais do que muitos outros filmes da Marvel, busca a conexão emocional com o espectador. É um filme que não tem como não dividir a fanbase da Marvel, que mesmo que ame talvez espere algo que não vá encontrar.

 

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