Crítica | Casa Gucci (2021)

Ridley Scott é um diretor versátil, conseguiu trazer no mesmo ano dois filmes com pegadas muito diferentes. O Último Duelo e agora Casa Gucci. Que é uma história de assassinato, loucura, glamour e ganância, um prato cheio para ser explorado.

Casa Gucci começa apresentando o primeiro encontro dos protagonistas Maurizio e Patrizia Reggiani , que apesar da forte oposição familiar, acabaria se tornando sua esposa e mãe de suas filhas. É muito evidente nos momentos que, Patrizia tinha muito a oferecer a ele como conselheira , e principalmente na tomada de importantes decisões nos negócios.

A separação abrupta dos dois e um plano de vingança executado mudariam as coisas. No qual ficou conhecida como a “viúva negra da Itália”. E mesmo assim ela sempre defendeu a sua inocência. Ao ser presa Patrizia cumpriu pena de 18 anos de prisão pelo assassinato de seu ex-marido, neto e herdeiro da Casa Gucci .

Um dos grandes problemas de execução de Casa Gucci é sua rápida resolução. A parte que deveria ser mais importante, como a contratação dos assassinos, o assassinato e o julgamento, tem o menor tempo do filme e não se consegue um desfecho no auge do longa. Há momentos e falas de Patrizia que deveriam fazer parte do terceiro ato, como a rejeição da liberdade condicional por recusa ao trabalho ou a pensão vitalícia que recebia da Gucci.

O longa mostra apenas o nascimento de uma filha, mas Maurizio e Patrizia tinham duas contra as quais ela lutou legalmente, apesar de a terem defendido usando como argumento um tumor cerebral que, segundo eles, teria alterado a sua personalidade, e que isso poderia ter levado ela ter cometido tal ato.

O roteiro de Becky Johnston e Roberto Bentivergne opta por transformar Casa Gucci em uma história de amor fracassada, é um filme construído em torno de Lady Gaga e Adam Driver que por sua vez possuem uma ótima química em cena . Lady Gaga mostrou maestria em se metamorfosear completamente em Patrizia, nos mostrando uma incrível elegância .

Ridley Scott é  um diretor cheio de surpresas, voltando com esse  drama familiar que flerta as vezes com o cafona as vezes, foi um filme interessante, e que não merece ser perdido, e sim visto.  Trazendo um dos seus temas preferidos o da diferença de classe social e o que pode significar ter uma ascensão vertiginosa.

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