Crítica | Heartstopper (2022)

Finalmente estreou a série mais fofa que vários fãs estavam esperando. Heartstopper é uma adaptação de uma série de Graphic Novels sobre um casal LGBT+, que fez grande sucesso mundialmente. Desde que foi anunciada, principalmente após o sucesso de Young Royals com temática semelhante, a Netflix adiantou ainda mais a  produção da série.

O enredo da série foca primeiramente em Charlie (Joe Locke), que é um aluno muito dedicado e um pouco retrospectivo mas com uma personalidade adorável,  que tem sofrido bullying na escola de forma constante desde que se assumiu gay. Já Nick (Kit Connor), é um garoto popular a primeira vista, mas que não é nada antipático e com síndrome de superior como vemos em produções de Hollywood. Ele é um querido e um excelente jogador de rugby. Quando os dois começam a se aproximar, eles desenvolvem uma amizade intensa, se conhecendo cada vez mais a cada dia. Charlie logo percebe o que está sentindo por Nick, apesar de entender que se apaixonar por um amigo, ainda mais possivelmente hétero, pode acabar sendo uma grande furada. No entanto, Nick também está em dúvida sobre como se sente a respeito de Charlie.

Assim como Young Royals, vai ser inevitável a comparação, aqui temos um jovem se descobrindo Nick e o outro que já está assumido, e isso vai gerar alguns pequenos conflitos. Diria que a maior diferença entre as duas, é que Heartstopper é mais leve e com menos carga mais dramática que Royals. Mas que com certeza, para que aqueles que estão esperando a segunda temporada, deveriam investir também nessa.

A fotografia de Heartstopper é algo que se deve ser elogiado, se sobressai entre muitas outras séries teen da Netflix. É algo colorido, que consegue transmitir de forma cinematográfica toda a personalidade daquele mundinho. Os fãs devem ficar felizes com isso, pois captou a atmosfera das Graphic Novels trazem perfeitamente. Kit e Locke possuem grande química, e conseguiram transmitir muito bem as personalidades dos personagens originais. O elenco secundário também não fica atrás.

O personagem Ben Hope (sebastian croft), é um gay no armário, que perturba nosso protagonista Charlie, por não se aceitar e acaba sendo um homofobico e bully. Croft soube trazer essa atmosfera muito bem, com cenas inicialmente que podem incomodar na insistência de assedio que ele tem com Charlie. É algo que beira a obsessão, pensei até que ele iria mais longe acrescentando coisas inéditas no enredo, mas não foi o caso. Tao Xao ( William Gao), e Elle (Yasmin), uma garota trans e interpretada por uma também, são adoráveis em cena, mas não se tem muito tempo em tela em termos de desenvolvimento ainda, e Tao acaba sendo mais um alivio cômico e as vezes até irritante, mas um bom amigo para Charlie.

Jenny Walser que interpreta Tori a irmã mais velha de Charlie, também é ótima nas partes de alivio cômico. Ela traz uma vibe estranha de Wandinha da Família Adams com boas doses de sarcasmo na interação com Charlie, que é algo que gostaria de ver mais na próxima temporada. Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell) são o casal lésbico, e mais avançado em desenvolvimento, que acabam servindo como suporte e até inspiração para o casal principal da série. Elas também são maravilhosas, cheio de química em cena, e foi gostoso de vê-las crescendo no enredo, e com certeza mais delas na segunda temporada por favor.

Heartstopper é uma boa pedida, é uma série que vai aquecer seu coração. Principalmente para comunidade LGBT+ que carecem demais séries do tipo, e estão carentes de Love, Victor e Young Royals. Para os que não aguentarem a espera, a primeira temporada adaptou o volume 1 e 2. Muito possivelmente a segunda temporada vai adaptar o volume 3, no qual vai se aprofundar ainda mais no relacionamento de Charlie e Nick. E possivelmente, chute meu, o volume 4 para uma terceira temporada caso tenha chances, para que de espaço para a chegada dos próximos volumes

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