Elon Musk é criticado e acusado de discriminação na Tesla e SpaceX

Solomon Chau, acionista da Tesla, entrou na quinta-feira (16) com ação judicial contra a fabricante de carros e o CEO Elon Musk e seu conselho por negligenciarem queixas de discriminação e assédio e gerarem “uma cultura tóxica no local de trabalho”. O processo é mais um capítulo na extensa lista de denúncias contra a montadora americana.

Representado pelo Kendall Law Group, Chau diz, no processo, segundo a agência de notícias Reuters, que a cultura de trabalho tóxica na Tesla causou “danos financeiros e irreparáveis à reputação da empresa”. A ação acusa Musk e 11 membros do conselho administrativo de terem violado seu dever fiduciário ao não abordar e remediar alertas relacionados a relatórios internos sobre discriminação e assédio.

Como consequência, diz o processo, a Tesla acabou perdendo funcionários de alta qualidade e incorrendo em custos para defender casos e pagar multas por violações de comportamento. Por enquanto, nem Chau nem a empresa americana se pronunciaram sobre a questão.

Na SpaceX, outra empresa de Musk, cinco funcionários foram demitidos nesta sexta-feira (17) por criticarem o magnata por motivos semelhantes, segundo o jornal The New York Times. Em carta a executivos da startup, o grupo pedia por uma cultura de trabalho mais inclusiva e reivindicava a necessidade de uma resposta uniforme a “formas de comportamento inaceitáveis”.

Neste caso, trata-se de uma menção indireta à acusação contra Musk de assédio sexual em jato particular. Segundo fontes internas da SpaceX, os tweets do magnata sobre o caso, sempre marcados por leve grosseria, deixaram parte dos funcionários envergonhados. “Ele muitas vezes não percebe como algo que diz pode afetar os outros”, relatou à Reuters um trabalhador da empresa que não quis se identificar.