Crítica | O Telefone Preto (2022)

O Telefone Preto filme dirigido por Scott Derrickson, conhecido por A Entidade e Doutor Estranho, fez esta parceria com Ethan Hawke no papel de vilão. Aqui estamos diante de um filme particularmente sensível porque, apesar de ser baseado em uma história de Joe Hill, o próprio Derrickson se encarregou da adaptação e o fez prestando muita atenção à questão da violência.

Situado em uma cidade do Colorado na década de 1970, o filme nos apresenta Finney Shaw, um garoto de 13 anos tímido e inteligente que vive com sua irmã e pai alcoólatra. A única coisa que o salva de apanhar diariamente na escola é ter o favor de um amigo que bate em quem for preciso para evitá-lo.

No entanto, um belo dia, ele desaparece sem deixar vestígios, como o menino que entregava os jornais e um punhado de outros meninos de sua idade. Finney está trancado em um porão à prova de som por um cara mascarado no qual há apenas um colchão e um telefone com o cabo cortado. Para sua surpresa, um dia começa a tocar e ele descobre que pode conversar com vítimas que já passaram por sua situação antes. Com sua ajuda, ele tentará se libertar do psicopata que parece estar esperando um erro para matá-lo .

O Telefone Preto é um bom filme de terror , e provavelmente um daqueles que encabeçará o top 10 do gênero de terror deste ano, e também trabalha com críticas sociais sobre a maneira como onde as crianças estavam à mercê de famílias abusivas ou da violência mais brutal na escola, e á descasos com elas.

Ethan está tão aterrorizante quando aparece em cena quanto quando não está, o que é incrível. Isso se deve ao roteiro, mas também ao talento do intérprete que não hesita em expressar seu talento. Na verdade, apenas metade de seu rosto é visível em algumas sequências, e na maioria delas ele usa uma máscara assustadora, não atoa, porque foi criada pelo lenda Tom Savini, que criou a máscara do Jason de Sexta Feira 13.

Você tem que ser muito generoso como intérprete para que, sendo uma estrela como é o caso, não haja obstáculos para esconder o rosto, que é uma das principais ferramentas de trabalho de um ator. Assim, cada gesto, respiração ou pose se torna importante. Ethan soube usar de maneira brilhante seus olhos, que é o que mais vemos através das máscaras.

Devo destacar o bom trabalho do elenco jovem, muito menos conhecido. Mason Thames e Madeleine McGraw  sustentam o filme em um nível emocional. O primeiro é o protagonista e o segundo sua irmã, que apresenta uma das duas tramas sobrenaturais. A razão é que ela, através de seus sonhos, consegue ver o que aconteceu, razão pela qual a polícia acaba contando com suas investigações para encontrar o local onde o agressor esconde suas vítimas.

O Telefone Preto nos oferece uma viagem muito completa:  tem muita dificuldade se quer, e não repete a fórmula com os sustos, tem momentos tensos, podendo te deixar até angustiado. Uma proposta sólida e contundente de terror que é tão eficaz quanto quando retrata a violência como horror absoluto ao qual a infância é submetida.

 

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