A fase 4 do MCU termina com Pantera Negra: Wakanda Para Sempre , dirigido novamente por Ryan Coogler. É um filme tão ambicioso em nível estético quanto desarticulado em seu desenvolvimento. Não é por menos se levarmos em conta os eventos que cercaram as filmagens deste filme com a perda irreparável de seu protagonista Chadwick Boseman que alterou completamente o curso da história que seria contada no início.
O filme começa com a morte fora da tela do Pantera Negra, forçando Wakanda a continuar protegendo seu reino de invasores interessados em tomar seu precioso vibranium enquanto presta homenagem a ele e busca uma figura defensiva.
Mas provavelmente o maior problema do filme, é que não é um ótimo encerramento para a fase 4 nem torna sua estrutura bem amalgamada. O filme nos dá a sensação de que quer contar muitas coisas e que não tem muita clareza sobre como juntar as ideias de forma coerente.
Tomemos como exemplo que, apesar de toda aquela encenação pródiga que envolve os reinos de Wakanda e Talokan, que parecem espetaculares, não é totalmente compreendida uma rivalidade tão extrema entre os dois reinos que têm mais coisas em comum do que interesses contra. Ou a brutalidade do comportamento de Namor, concebido como um antagonista um tanto caprichoso. Riri Williams é uma personagem cheia de energia e carismática que veio para ficar, muito bem interpretada pela Dominique Thorne, que tem sua série solo confirmada.
A outra espinha dorsal de Wakanda Para Sempre é a relação mãe-filho, às vezes de maneiras muito surpreendentes, como você pode ver na cena pós-créditos do filme. Angela Bassett como a rainha Ramonda, foi sensacional, ela é a grande força do filme, em vários momentos foram segurados por ela. Em suma, tem tantos aspectos fascinantes e enriquecedores quanto repetitivos e excessivos. Estamos diante de um dos filmes mais avassaladores por sua escala do MCU, embora descarrilhe retumbantemente em outros aspectos mais íntimos, como o relacionado às motivações dos personagens. Ainda assim, é visível o grande esforço aqui.
Mais sombrio do que pode parecer à primeira vista, a sequência de Pantera Negra incorpora uma poderosa homenagem a Boseman e introduz novos personagens de profundidade, introduzindo mudanças significativas em relação aos quadrinhos que nem sempre correm bem.