Inteligência Artificial aumentará a desigualdade no mundo

IA desfruta da facilidade de ter a maior parte da infraestrutura pronta, como computadores, redes de internet e serviços de nuvem

Nos últimos meses, a rápida implantação da inteligência artificial em produtos e serviços trouxe luz a reflexões importantes. Nesse sentido, economistas intensificaram os debates sobre os impactos potenciais dessa tecnologia na economia e sociedade.

Entre as perguntas, eles questionam:

  • O que a IA significará para a produtividade e o crescimento econômico?
  • Ela dará início a uma era de luxo automatizado para todos ou simplesmente intensificará as desigualdades existentes?
  • Como fica o papel simbólico dos humanos?

Segundo Yingying Lu, pesquisadora associada do Centro de Análise Macroeconômica Aplicada, da Escola de Políticas Públicas Crawford, existem alguns pontos importantes a serem considerados.

Deslumbramento justificado

Como ela explica, nos últimos 50 anos, trabalhadores de todo o mundo receberam uma fração menor da renda total de seu país. Ao mesmo tempo, houve uma diminuição na produtividade (isto é, quanto de produto é feito com uma determinada quantidade de insumos), ainda que se tenha observado avanços no desenvolvimento e implementação de tecnologias de informação e de sistemas de automação. Diante do fracasso do computador em aumentar a produtividade, criou-se uma expectativa de que a inteligência artificial seria capaz de impulsionar a produtividade global.

Inteligência Artificial: impactos econômicos

Ainda assim, existem diversos estudos que investigam os possíveis cenários. Embora os economistas tenham opiniões diferentes, há um consenso de que a inteligência artificial irá aumentar a desigualdade. Veja algumas das consequências apontadas:

  • Intensificar a mudança de trabalho para o capital, enfraquecendo as instituições trabalhistas.
  • Reduzir a arrecadação tributária, enfraquecendo a capacidade de redistribuição do governo.
  • Diminuir a renda destinada ao trabalho pouco qualificado – embora se acredite que não haverá uma redução na oferta de empregos no geral.
  • Redistribuir empregos e reestruturar o comércio, aumentando ainda mais a desigualdade dentro de países e também entre eles.

Por fim, Yingying Lu questiona-se o que sobra para os humanos depois que a IA assumir o controle. Para ela, a resposta passa por entender o papel simbólico dos humanos em uma nova modelagem econômica. Afinal, atualmente, os seres humanos ainda são vistos muitas vezes como sinônimo de “trabalho”

É importante ressaltar que ter um conceito melhor do que é “humano” na economia também deve nos ajudar a pensar em quais novas características a IA trará para uma economia.

Yingying Lu

Via Gizmodo.

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