Além de ser um dos escritores mais brilhantes e prolíficos das últimas décadas, o mestre do terror Stephen King é uma das principais inspirações para a criação de novos produtos audiovisuais, seja para cinema ou televisão. Alguns deles com resultados duvidosos, e outros, geniais, como é o caso de novo filme de terror de Rob Savage, Bicho-Papão: O Conto.
Este novo filme, baseado em uma das histórias mais famosas do autor, chega aos cinemas pronto para mostrar que no terror não é preciso usar vísceras ou violência extrema para deixar os espectadores completamente aflitos. A verdade é que não é fácil convencer Stephen King sobre a adaptação cinematográfica de qualquer uma das suas obras, porque ao contrário de outros autores, o do Maine não tem problemas em estripar as adaptações que não o convencem. É o que faz há anos com O Iluminado, de Stanley Kubrick , apesar de ser considerado um dos trabalhos mais brilhantes do diretor.
Todos eles refletidos na trama das duas irmãs protagonistas, Sadie e Sawyer, que devem aprender a conviver com um pai completamente destruído pela morte acidental de sua esposa enquanto enfrentam um ser que os assombra em sua própria casa à noite e eles têm que enfrentar um mundo no qual não cabem mais.
Um trabalho maravilhoso realizado pelas atrizes Sophie Thatcher e Vivien Lyra Blair, que conseguem encarnar perfeitamente aquela inocência e coragem típicas das personagens mais jovens dos romances de Stephen King, que geralmente acabam se tornando heróis.
Ainda que o enredo seja bastante simples, já que conta a história de uma família que começa a ser assediada por um monstro que se sente atraído por aquelas pessoas que sofreram uma grande perda, o filme de Rob Savage erra, em algumas ocasiões, em os clássicos furos de roteiro típicos de filmes de terror . Como os inexplicáveis desaparecimentos de personagens, neste caso o pai, que nada descobre apesar de se ouvirem batidas e gritos na casa ou da necessidade de andar pela casa na escuridão total a meio da noite enquanto ouve ruídos.
Talvez para garantir que o longa não ultrapasse os mais de 98 minutos que dura no total ou talvez para não enredar demais a trama, é inevitável ter a sensação de que Bicho-Papão: O Conto tem algumas pontas soltas.
parece levado diretamente da mente de Stephen King para a tela grande, com uma premissa simples consegue criar um ambiente verdadeiramente aterrorizante sem usar sangue ou violência gráfica. Tem suas falhas, claro, mas o resultado final funciona tão bem que elas são perdoadas.