Só para deixar vocês curiosos, a recomendação de filme que trarei hoje, trata-se de uma sátira desenvolvida pelo diretor e roteirista Mike Judge. O fato mais interessante, é que esse projeto foi realizado apenas para cumprir um contrato que o diretor tinha com a FOX, ou seja, Judge não tinha nenhuma vontade de fazer algo sério, por isso decidiu rodar um filme nada ortodoxo criticando abertamente os rumos da sociedade norte-americana e não poupou nem a FOX no caminho. Obviamente, o filme foi engavetado pela Raposa por ofender telespectadores e a própria FOX. Quando foi distribuído um ano depois por força de contrato, a má vontade foi tanta, que a FOX não realizou promoção alguma, não liberou trailers, não fez projeções para críticos e em alguns locais o filme sequer tinha nome, era tratado como ” A comédia de Mike Judge”. O resultado foi a irrisória bilheteria de U$$ 495,303 dólares mundialmente.
Mike Judge trouxe bons nomes para o elenco, como Luke Wilson, Maya Rudolph, Dax Shepard e Terry Crews. O filme foi lançado em 2005 e funcionava como uma espécie de 2001 – Uma Odisseia no Espaço às avessas, uma ideia genial do diretor e que talvez por ter sido tão reprimida, tornou-se um cult para um grande número de pessoas.
Sinopse
O cabo Joe Bauer (Luke Wilson) é um bibliotecário medíocre e preguiçoso do exército, cuja função é ficar setando o dia todo vendo TV, por ser imprestável e não possuir parentes ou qualquer pessoa que se importe com ele, é escolhido para participar de um experimento de animação suspensa do exército, juntamente com a prostituta Rita (Maya Rudolph), que foi cedida pelo seu cafetão Upgrayedd (Brad Jordan) por um ano após receber propina. Logo, Joe e Rita são colocados na câmara de suspensão, o experimento é interrompido por algum motivo idiota e ambos são esquecidos. Acidentalmente suas câmaras são abertas e os dois acordam 500 anos depois em um mundo completamente diferente, povoado por imbecis bestializados pela TV e consumismo descontrolado, vícios arraigados na cultura norte-americana. O único jeito é encontrar uma forma de voltar no tempo ou terão que se adaptar a esse novo mundo…
A premissa do filme é realmente boa, começa se valendo da Teoria da Evolução das Espécies de charles Darwin, onde a espécie melhor adaptada sobrevive. É proposto o seguinte raciocínio: enquanto um casal com Qi elevado pensa duas, três vezes antes de colocar sua prole no mundo, outro casal de Qi menor, se multiplica inadvertidamente sem pensar no amanhã, o resultado disso, é que os genes de pessoas inteligentes são perdidos com o tempo, enquanto que a praga de Qi baixo tende a se espalhar descontroladamente. Depois de 500 anos, é nesse mundo de imbecis que Joe e Rita acordam. Veja o naipe do presidente dos EUA no fantástico mundo de Idiocracia e tente não rir:
Idiocracia é um filme politicamente incorreto e um tapa na cara de boa parte da sociedade norte-americana, Mike Juge usa o humor negro para ensinar algumas lições ao povo americano (no mínimo deixá-lo desconfortável com seus hábitos ruins), com uma ficção científica que vislumbra um futuro que não fica muito distante da nossa realidade. É quase que impossível assistir a Idiocracia, sem tecer paralelos com nossa própria sociedade, cada vez mais idiotizada pelos meios de comunicação. É extremamente engraçado ver como as pessoas do novo mundo de Idiocracia, execram qualquer comentário minimamente intelectualizado, e se pararmos para pensar, o medo da FOX em ofender a nossa sociedade atual com um filme de comédia, apenas corrobora a lastimável situação em que nos encontramos. Se podemos enxergar o nosso reflexo em um mundo fictício povoado por descerebrados incapazes de raciocinar, alguma coisa deu muito errado…
Meus caros, o filme não é nenhuma obra prima, mas é muito engraçado, as piadas são fenomenais e se alguém ficar ofendido, é melhor examinar a própria consciência e mudar os hábitos!
Espero que gostem do filme! Se já assistiu, deixe sua opinião nos comentários.
Até a próxima!
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